segunda-feira, 26 de outubro de 2009

meias palavras

Definitivamente, homem não entende meias palavras. Entende tanto quanto entende de tonalidades de cores. Homem não sabe diferenciar tons pastéis, seja lá o que isso for. Nossa visão vê apenas um tipo de amarelo, por exemplo, tal qual as mulheres veem a cor branca. Roxo e lilás é a mesma merda pra nós!! Mulheres enxergam várias tonalidades e também usam meias palavras cotidianamente. Dizem não quando querem dizer sim. Falam nas entrelinhas. Sempre dizem aos prantos que nunca mais vão chorar por alguém:
- Não me liga nunca mais!- quando, na verdade, queriam conversar noutro dia, com a cabeça fria.
Com o Roger, um digno representante dos que produzem testosterona, não poderia ser diferente. Mais desligado que rádio a pilha nos dias atuais, por vezes não compreende a complexidade do sexo feminino, tampouco o que querem dizer. Exceto na cama, que sofre de surdez diante da palavra "não". A mulher diz que 'não' e para os ouvidos do rapaz são sussurros de prazer que significam 'mais'.
Meias palavras, meia grávida, meio gay... Isso não existe. Sexo sem sexo oral é meia foda. E meia foda também não pode existir.

domingo, 18 de outubro de 2009

consciência tranquila

Uma vez pensei em ser escritor. Não um escritor de um blog que ninguém lê. Não fazer disso um hobby. Escritor mesmo, de verdade. Tipo Veríssimo. Tipo Jorge Amado. Daí pensava que, seja o que eu escrevesse, alguém, em algum lugar do mundo já teria escrito. E o pior: teria escrito melhor do que eu. Imagina o tamanho desse mundão todo, com várias pessoas escrevendo. Sempre pensei que seria muito difícil o ineditismo de uma boa história.
O tempo passou e de fato não me tornei um escritor. Ainda mais agora, com essa disseminação de espaços para que bons escritores contassem histórias através de sites pessoais e blogs espalhados pela rede de computadores. Antes, muitos escritores escreviam e não tinham espaço para publicação de livros em editoras. Agora fazem uso de meios como esse para exporem seus trabalhos. Assim, tenho a impressão que tudo o que escrevo já foi escrito por alguém, em outra língua talvez, e o pior: contado de um jeito mais engraçado do que eu. Aliás, tenho essa insegurança e essa incerteza com as mulheres também. Penso que tudo o que eu for dizer no ouvido de uma garota numa festa, será pior do que qualquer outro mané tenha dito. Parece que tudo o que escrevo, faço, visto, falo ou sei lá o que mais, não vai agradar a alguém, por melhor que tente ser.
O Roger não. Ele é ele mesmo e foda-se o resto. O que importa pra ele é ser ele mesmo para deitar toda noite a cabeça no travesseiro e dormir um sono tranqüilo. Ora, ele tem razão. Nunca vamos agradar a todos. Não seremos uma unanimidade. Façamos bem aos outros e vamos ser feliz do nosso jeito. Também por isso tenho escrito esses contos. Antes escrevia num caderno. Agora preservo as árvores e não uso mais papel. Ademais, andava estressado, precisando de distração. Precisava relaxar. E as histórias do Roger tem ajudado. Mas, tudo isso pra contar mais uma dele.
Uma vez Roger ficava com uma menina. Como essa menina iniciou um namoro e o personagem desse blog andava carente de sexo, pediu que a menina lhe ajuda-se, em troca da amizade colorida que ambos tinham.
- Pede pra uma amiga sua me ligar! Mas, tem que ser safada que nem tu! Não me vem com mulher “fazida”. - exigia.
Dias mais tarde, recebe um toque no telefone celular durante o expediente de trabalho. Retorna somente após o expediente, quando já estava chimarreando em casa. Era a amiga da amiga colorida.
- Ela me falou bem de você.
- Quando tu podes? - questiona ele com a naturalidade que Deus lhe deu.
- Hoje, ás 20 horas. - retruca ela como se marcar um encontro para fazer sexo com um desconhecido fosse a como trocar de roupas.
- Ótimo. Onde te pego?
Papo encerrado. Encontro marcado. Estava em dívida com a amiga colorida. Ela devia ter feito um bom comercial. Ou então a amiga da amiga era bem fácil. Ou bem feia.
Pontualmente no horário marcado, chegando ao local combinado liga pro telefone celular dela. Quem atende viria a ser a mulher mais feia com quem já transou. Não convém detalhar o corpo, tampouco o rosto da mulher. Poderia não ter parado o carro, já que ainda estava em movimento. Mas, parou o veículo. Ele abriu a porta. Ela entrou. Cumprimentos envergonhados. Ele lia na testa dela em maiúsculas: “PRECISO TE DAR HOJE”. O caminho até a casa dele foi longo. Mas, Roger não era tímido, tinha alguma experiência e assuntos guardados na manga. Perguntava bastante. Era atencioso. Chegaram na casa dele. Sem rodeios, fez o que tinha que fazer. Embora ela não fosse bonita na visão dele, Roger não enfrentou problemas com a ereção. O sexo era bom, apesar de ser o primeiro encontro. Chegou a conclusão que buceta é tudo igual. Um lugar quente, úmido e escuro. O olho do pau sequer enxerga. Como aprendera quando era jovem, transou como se fosse a última vez na vida. Fez o melhor que pode fazer e procurou fazer bem feito. Depois, a levou embora. Durante o trajeto, tentando disfarçar um bocejo e outro observou que na testa dela, o letreiro dizia: “OBRIGADA!”.
Ele poderia não ter parado o carro. Poderia não ter transado com ela, inventado uma desculpa, ou algo assim. Mas, ele gosta de agradar aos outros. E precisa deitar a cabeça no travesseiro e dormir um sono tranqüilo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

a mulher do jogador

Algumas mulheres ganham mais destaque em nossas lembranças pelo contexto da história do que pela foda em si. Mulheres casadas, por exemplo, tem o diferencial do proibido, que dizem ser mais gostoso. Particularmente, acho que depende da casada, ou melhor, da mansidão do corno. Outras mulheres, destacam-se pelo status. Vejamos o caso do Jesus-alguma-coisa, que pegou a Madonna. Ela não é mais a mesma, embora ainda não dê pra se jogar fora.
Mas, não vejo mulher com mais status do que ela, embora fora uma atriz apenas esforçada. Pegar prima é mais bem comum do que pegar pop star, mas tem seu valor. Professoras também mexem como a nossa imaginação. Tanto quanto enfermeiras e aeromoças. Dias atrás me apaixonei pelas quatro aeromoças no mesmo vôo. Aplausos pra quem já pegou capa de playboy, mesmo antes da fama.
Pois o Roger, já experimentou de todas essas proezas, exceto pegar a Madonna. Talvez porque não seja um Jesus, mas sim um Deus, que representa a todos nós homens.
Toda essa ladainha pra falar da mulher do jogador. Tá bem, o jogador teve um bom momento no Grêmio, longe de ser craque, nada mais do que isso. Depois circulou pelo exterior, voltou ao Brasil e está jogando ainda hoje. Agora, ela, ela era perfeita. Um rosto lindo, loirinha, com um cheiro daqueles que a gente nunca mais esquece. Sua pele macia, gostosa de tocar. Uma bunda redondinha, com marca de biquíni. Os seios, tipo franceses, e não aqueles americanos, grandes e arredondados. Seios tipo franceses, tem um desenho diferente. Mais curvilíneos, macios como um algodão, ao mesmo tempo são durinhos, apontando para o horizonte. Só pelos seios, ela merecia um post, muito mais do que por ser mulher de um ex-volante do Grêmio.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

a embaixatriz

Numa certa época, o Roger tinha de viajar bastante. Viajava a trabalho, viajava a passeio. Gostava de viajar. Era uma boa oportunidade de conhecer novas mulheres, afinal, por vezes um esbarrão na perna ou um papo qualquer poderia ser uma nova oportunidade.
Ocorre que andava chateado, desmotivado, resmungando pelos cantos que sempre tinha ao seu lado um homem. Toda viagem, um homem na poltrona ao lado. Tinha uma teoria, que por visto não estava dando certo. Sempre que comprava a passagem, escolhia um assento no corredor, nem tão ao fundo, tampouco bem a frente. Dizia que a frente era ocupada pelas senhoras, e o fundo por homens. Afirmava que as mulheres preferiam a janela, logo, tinha mais chances de ter a seu lado uma mulher quando estivesse sentado no corredor e no meio do ônibus. Uma teoria furada, de certo, visto que, até então, nunca tinha dado certo.
Numa dessas viagens, mais especificamente no retorno, bastante desmotivado comprou a passagem, já em cima do horário:
- Me vê uma passagem pra Pelotas?
- Tenho só corredor. - disse a moça que trabalhava num domingo, as 9 horas da noite!
- Melhor. Pode ser a poltrona 24. - pediu enquanto olhava na tela preto e branco do monitor.
Foi em direção ao embarque. Comprou uma água, como sempre. Carregava apenas uma bolsa de mão, já que passara apenas um final de semana na capital. Antes de subir no ônibus, sacou um livro que estava lendo sem parar desde o embarque. Lia um livro do Marcos Rey, chamado O Gigolô. O Marcos Rey é aquele mesmo da Coleção Vagalume. E o livro nós recomendamos.
Embarcou e acomodou a bolsa no compartimento superior, sentou na sua poltrona com a água mineral em uma mão e o livro na outra. Faltavam dez minutos para o embarque. Subiu uma moça linda, mas sentou nas primeiras poltronas. Outra, mas sentou um pouco mais atrás. Faltavam cinco minutos. A possibilidade de sentar ao lado de uma gata solteira e disponível ao seu lado era menor do que viajar sozinho. Quase na hora, sobe uma menina, moletom amarelo com um fecho e um capuz. Baixinha, mas bem interessante de corpo. Era a chance. Atrás dela sobre um rapaz. Bem novo, mas desses que crescem demais e chegam a 1,80cm com muita facilidade. Ela sentou no meio do ônibus, na janela, só que do lado esquerdo. O longínquo rapaz, na janela, no meio do ônibus, ao lado do Roger.
Nem tudo estava perdido, já que o livro é muito bom. Acendeu a luz, direcionou ao livro e começou a ler, mesmo antes de sair da rodoviária. Leu tanto que somente duas horas depois, no município de Cristal, resolveu parar de ler. Não tinha sono, mas já não consegui agüentar a luz fraca no ônibus. Apertado, mesmo no corredor, resolveu ir no banheiro, mais para tentar enganar o tempo do que para utilizá-lo. Resolveu mijar. É legal, para nós homens, urinar nos WC dos ônibus. Os espelhos são enormes. Nem sempre temos a oportunidade de mijar em frente a um espelho. Não tinha água pra lavar as mãos. Nunca lava as mãos depois de mijar, mas precisava ganhar tempo, faltava pouco mais de uma hora. Aliás, eu acredito que meu pau seja tão limpo que eu deveria lavar as mãos antes de segurá-lo, e não depois.
Retornou à poltrona. O rapaz gigante estava mais acomodado ainda. Pegou a bolsa, guardou o livro e a deixou nos seus pés. Olhou para o lado esquerdo e percebeu que a mocinha do moletom amarelo acordou e o fitou nos olhos. Parecia ser a única acordada naquela hora. Procurou uma caneta e um papel. Achou uma folha de papel A4, com algumas instruções do trabalho. Mexeu no bolso do lado esquerdo e no bolso do lado direito. Nada. No meio das roupas, sob as roupas, e nada. Não tinha caneta. Olhou para a baixinha do moletom amarelo e perguntou gesticulando se ela tinha uma caneta. Ela respondeu fazendo sinal negativo com a cabeça. Voltou a procurar na bolsa, na certeza que uma vez teve uma caneta na bolsa. Não tinha. Antes de apagar a luz, olha pra moça que parecia digitar uma mensagem no celular e percebe o quão bonita é seu rosto. Apaga a luz e olha sobre seu ombro esquerdo e vê pela luz do telefone celular dela que ela correspondia aos olhares. Percebe a luz do celular se aproximando, vira a cabeça, recebe o telefone móvel e lê o que ela havia escrito na caixa de texto do celular:
- Se ñ tem caneta vai p aki msm.
Tem vezes que o cara lá cima olha pra gente e diz: Vai! Agora quero te ver! Tudo contigo!!
Depois de quilômetros e mais quilômetros, sentado ao lado de bebuns, de homens altos e de senhoras casadas e fiéis, nosso intrépido leitor consegue conversar com alguém. Uma menina bonita, por sinal, e que não estava ao seu lado. Respondeu a mensagem antes de devolver o telefone:
- Oi. Estou s/ sono. Queria conversar. Qual seu nome?
Conversaram assim, digitando mensagens. Recebiam a mensagem, apagavam e respondiam. Digitavam e esperavam a luz da tela do celular apagar antes de devolver o celular, para não atrapalhar a senhora que estava no corredor, entre eles. Acabou a bateria de um celular, mas ela tinha outro. Mesmo tentando não atrapalhar a passageira, a acordaram. Incomodada com a luz do celular, ela perguntou a menina de amarelo se ela queria trocar de lugar. Assim o fizeram e os dois puderam conversar cochichando na meia hora final de viagem.
Dentre outras coisas, soube que ela estava vindo de Porto Alegre, onde tinha acabado de terminar um namoro. Muito simpática, falava bastante, o que não chega a ser uma novidade para uma mulher. Aos 19 anos, apenas estudava. De pais separados, era sustentada pelo pai, que a iria buscá-la na rodoviária. O beijo, que tornaria essa história mais interessante, não aconteceu.
Lembrava da história de um colega que pediu uma camisinha emprestada e não conseguiu transar com a menina. Meia hora depois voltou com a camisinha em punho dizendo que tentou em vão e o Roger dizia:
- Mente que comeu! Mente que comeu, mas não me devolve a camisinha.
Mas, não houve o beijo no ônibus, o Roger não mente. Apenas trocaram telefones. Noutro dia, marcaram de se encontrar. Ela o esperou na saída do trabalho. Estava linda. Um beijo gostoso, molhado. Ficaram no apartamento dele. Lá ele a observou como não tinha feito no ônibus. Baixinha mesmo, mas com um problema. Lordose! Alguém já viu uma mulher com lordose? Uma mulher gostosa, sabe? Curvilínea. Uma curva acentuada, com o triângulo de furinhos nas costas, chamados de EIPS (Espinha Ilíaca Postero-Superior). Postero-superior... Uma maravilha! Tem gente que chama de 'olhinhos de bad boy', outros de Triângulo de Michaelis. Essa mulherada tem cada coisa!
Por que embaixatriz? Ela, ao lado do nome dele, na agenda do telefone celular, escreveu Embaixador, que é o nome da empresa de ônibus que faz a linha Porto Alegre-Pelotas. Sexo? Não houve! Infelizmente não houve, o Roger não mente. Aliás, ela foi a mulher mais gostosa que ele não comeu!! Lordose e furinho nas costas? Toda mulher deveria ter. Ah, deveria...