segunda-feira, 30 de novembro de 2009

o buço

Na pré-adolescência, Roger não quis ficar com uma menina que tinha um buço avantajado. Mas, não era um buço qualquer, era quase um bigode. Ela esteve apaixonada pelo Roger. Ele desdenhou. A moça não chegava a ser feia. Filha de uma das mulheres mais lindas do bairro, um viúva, embora nova; a moça tinha os traços da mãe, mas provavelmente o bigode do pai. Cansou de ser desdenhada, e um dia raspou o bigode com gilete. Ficou mais apresentável, até que os cotocos da barba voltaram a crescer. Buço por fazer, numa menina de 15 ou 16 anos. Roger não teve coragem. Uma vez ela foi lhe visitar, ficaram conversando, sozinhos, dentro de casa. E nada.
Até que um fato mudou sua vida. Certa vez o Veríssimo (Luis Fernando) escreveu em sua coluna dominical do Jornal Zero Hora que a principal função dos seres humanos era levar os nossos órgãos sexuais ao coito. Escrevera na ocasião que os homens levariam seus pênis - por que pênis é no plural se temos apenas um? - ao encontro de vaginas transportadas pelas mulheres.
Assim, Freud já teorizava, tudo gira em torno do sexo. Para isso os humanos, saem para jantar, bebem, dançam, usavam perfume, roupas caras... alguns, submetem-se a ir a batizados, enterros e outros eventos sócias um tanto quanto chatos. Outros humanos conhecem a família do cônjuge, desde seus pais, seus irmãos, cunhados o cachorro, e etc. Acredito os humanos mantenham essas relações para, apenas, terem uma foda garantida.
Creio que o escritor supracitado não faça idéia, mas pro Roger, ler essas palavras num domingo de sol foi como se Jesus Cristo aconselhasse seus apóstolos na santa ceia. Isso é engraçado, por que já leu artigos sobre guerra e nunca quis ser um soldado. Histórias como esta formaram a personalidade do pequeno Roger e o influenciaram no seu levantar matinal de cada dia. Veríssimo e seus textos, foram os responsáveis pela mudança radical nos hábitos do garoto Roger.
Depois cresceu sempre envolvido por um rabo de saia. Não chegou a ser um tarado que impusesse alguma força física, apenas um tarado atento as oportunidades que tinha de aproximar-se de uma humana. Nunca mais perdeu uma oportunidade sequer. Eu disse nunca mais. E o tempo foi generoso com a menina do buço. Cresceu, amadureceu e tornou-se um belo exemplar da espécie, tal qual sua mãe. Gostosa, alta, seios firmes, corpo bem desenhado, charmosa. E sem buço. Nadinha de buço. Perfeita.
Roger amadureceu, e ainda não perdoa sua atitude infantil, sua falta de visão sobre as mulheres. Nunca conseguiu digerir a oportunidade perdida. Implora todas as noites para que o destino lhe dê uma segunda chance, uma outra oportunidade para pedir perdão, apresentar suas escusas. Mas, no fundo sabe que nunca mais terá a oportunidade de levá-la pra jantar, pra dançar, ou em qualquer outro evento social, tampouco terá a sorte de cumprir nossa única função aqui na terra, e levar seu pêni (sic) até a vagina da mulher linda, perfeita, que um dia teve um buço.

domingo, 22 de novembro de 2009

irmã, mãe e esposa

Na verdade são três. Mas, se complementam. Tem os mesmos personagens. O Roger, centro da história, e o coadjuvante. Os contos, se separados, perdem o seu valor e o seu sentido. Paciência terei eu em escrever. Espero que alguém tenha a mesma em ler um dia.
parte 1
Essa história é do tempo em que se faziam os lados. Sabem como era? Alguém diz pra você que uma menina quer ficar com você. Você aceita. Esse alguém vai até ela e diz a mesma coisa. Quase um cupido. O cupido marca a hora e o local. As vezes até diz:
- Tá pra ti! É só pegar!
As vezes você dá um “oi” antes de beijar. As vezes o “oi” era desnecessário. É só chegar e beijar. As vezes você despede-se com um “tchau”. Em outras é desnecessário.
Pois foi assim que o Roger ficou com uma menina. Ela era amiga de um vizinho de bairro. Loirinha cacheada, olhos azuis, magrinha tal qual eram as meninas de 14 anos. Local e hora marcada, lá foi o menino Roger.
- Oi!
Talvez não fosse preciso, mas sempre foi educado. Foi um beijo apenas. Nunca mais ficaram. Soube mais adiante que ela casou com um cara que batia nela. Quem entende esses covardes. Como pode bater numa menina com olhos azuis?
parte 2
Anos mais tarde, Roger teve de trabalhar. Arranjou emprego num 0800 desses, que dizem resolver alguma coisa. O horário era bom, calmo. Trabalhava das sete da noite a uma hora da manhã nos dias de semana e das oito da noite as duas da manhã nos finais de semana. Trabalhava até onze horas, na verdade. Depois desse horário o cidadão tem que ser muito pé-no-saco pra ligar pro 0800. Poucas vezes atendeu algo importante ou útil tarde da noite.
Pois bem, vamos ao que interessa. Após a meia noite, com os ramais quase que sem receber chamadas, formava-se dentre os funcionários uma roda de carteado. As vezes pontinho, as vezes canastra, em outra pife. Qualquer coisa que fizesse aquela última hora passar mais rápido os últimos minutos.
Roger percebera que todos os dias, após a meia noite, recebiam intercaladamente uma ligação. Pelo identificador de chamadas, via tratar-se de um celular. Os atendentes recebiam a ligação, falavam o jargão de identificação da empresa, seu nome e perguntavam “em que posso ajudar?”. Padrão da empresa. Só que desse número não havia resposta. Silêncio. Esse era o padrão de quem ligava. O atendente repetia o texto e tinha de volta o silêncio. Nem um suspiro. Nada. Apenas o silêncio do outro lado da linha.
Duas vezes. Duas vezes foram as vezes que o Roger atendeu esse número. Já haviam comentado na empresa que alguém ligava daquele número de celular todos as noites, após a meia noite, e não falava nada. Na segunda ligação Roger anotou o número. Resolveu ligar no outro dia, a tarde. Voltou ao carteado, já estavam lhe esperando.
No outro dia, não tardou a ligar. Perto das duas horas da tarde ligou. Perguntou quem era e disse que era engano. Teve que trabalhar mais alguns dias até receber uma ligação daquele número de celular no seu ramal. Interrompeu o jogo de cartas, posicionou-se no seu “brete”, colocou o telefone no ouvido e atendeu, com o texto da empresa decorado nos seus lábios. Como resposta, o silêncio. Tenta mais uma vez, conforme os procedimentos da empresa. Sem sucesso. Roger interrompe o silêncio dessa vez, dizendo o nome da mulher que o atendera as duas da tarde.
- ... Como você sabe meu nome?!?! - espanta-se a cliente.
- Pode falar. Aqui, depois da meia noite não temos movimento. Quer conversar? - questiona, prestativo.
- Como sabe meu nome?
- Dias atrás liguei pra esse número. Temos bina aqui. Anotei o número e liguei. Perguntei seu nome e disse que era engano.
- ... Que vergonha. Não sei o que dizer. - disse após hesitar por alguns segundos.
- Não fique. Gosto de conversar com as pessoas. Isso acontece seguidamente. - mentiu.
Resumidamente, conversaram outras noites, pelo 0800, sempre após a meia noite. Ela ligava quantas vezes fossem necessárias até ser atendida no ramal dele. O carteado ficou prejudicado. Mas, o papo fluiu. Descobriu que ela estava separada há poucos meses, que tinha três filhos, e que, vejam só, morou há anos atrás no mesmo bairro em que morou nosso atendente. Pelas características e circunstâncias, desconfiou tratar-se de da mãe da menina loirinha de cabelos encaracolados e do seu vizinho. Mulher mais velha, mais experiente, mãe de um amigo de infância e mãe de uma ex namoradinha da adolescência seria a soma perfeita de conquistar o pecado. Suspeitas a parte, com muita insistência, conseguiu marcar um encontro.
No condomínio onde ela morava, no salão dos fundos. Ele iria de moto. Ficaria com o capacete no colo, sentado num banco qualquer, em frente a moto. Ela iria com a cuia numa mão e com a térmica noutra. Na hora combinada ele chegou. Cinco minutos depois, foi a vez dela. Já não restava dúvidas. Era ela mesma.
Bem diferente da filha, que tinha um rosto bem desenhado, olhos azuis e um sorriso tímido, a mãe já demonstrava sinais da idade. Com mais de 45 anos, percebia-se na face e nas mãos os traços deixados pelo tempo. Em contrapartida, era mãe de um vizinho e de uma ex ficaste, o que lhe valia um diferencial perante outras senhoras.
Pouco tempo depois, entre o saboreio de um mate e outro, foram ao apartamento. No imóvel, as fotos. A foto do mais velho. Do amigo. E da filha caçula. Fotos do tempo em que se conheceram, brincando nas praças do bairro onde moravam. Não havia fotos do ex marido.
Resumidamente, dentro do apartamento, ela negou-se a beijá-lo. Dizia-se velha e incapaz de beijar alguém tão novo, da idade de seus filhos. Estranhamente, não negou-se a chupá-lo. E com o membro em sua boca, engoliu todo seu sêmen. Depois, despediram-se com um balançar de cabeça. Ela o viu ir embora, para nunca mais ligar para o 0800.
parte 3
A possibilidade que a internet nos proporciona de conhecermos alguém é algo que me impressiona até hoje. Algumas pessoas dominam todos os meios possíveis de fazer isso. Desde sites de relacionamentos, passando por programas de conversas instantâneas e salas de bate papo. Nada há de errado há nisso.
Certa vez, navegando por uma sala de bate papo, o Roger foi abordado por um casal, cujo apelido no chat era algo do tipo ‘casal26‘, ou algo do gênero. Após toda conversa de protocolo, o que é praxe em salas de bate papo, trocaram MSN, afim de manterem contato noutra oportunidade, para realizar o desejo do casal. Teclou com ela durante esse primeiro momento.
Conversaram outras vezes pelo MSN. O casal queria, durante o ato sexual, a presença de outro homem para realizar um ménage masculino. A novidade era interessante para o personagem deste blog. Ele insistia, mas segundo as regras dela, não poderia haver nada combinado. O encontro teria de ser ao acaso.
- Coloca uma foto sua aí - pediu ela.
- Ok.
- Eu te conheço! - diz ela, após carregar a imagem.
Sabe aquela sensação de que você foi descoberto de algo que você fazia errado? Sabe quando sobe aquele calor, que o deixa ruborizado? Ou quando você fica sem reação, sem saber o que dizer? Mas, o que fazer? Bloquear ou excluir o contato e perder a chance de realizar uma fantasia por vergonha de algo que não há o porquê se envergonhar. Ou mostrar-se tímido, ou arrependido, quando na verdade confiava em si, era um cara legal, e sendo conhecido dela ou do casal teria suas chances aumentadas.
- Conhece? - questiona ele - De onde?
- Uma vez, na pizzaria. Nós estávamos lá e você o cumprimentou. Perguntei quem era, por que tinha te achando bonitinho.
- Quando? Em qual pizzaria? - enquanto tentava lembrar de todas as vezes em que já fora em alguma pizzaria e de todos conhecidos que já cumprimentara.
Não havia jeito. Ela precisava confiar nele. Não adiantava forçar nada. Ela não diria quem eram, com receio. As fotos do casal, não mostravam o rosto. Via seios, bunda, buceta e em uma foto, viu os cabelos. Era loira. Mas, loiras são muitas, mesmo que não naturais. Foi por eliminação que desconfiou de alguns casais, onde o conhecido namorava com uma loira. Com o passar do tempo, foi aumentando a confiança dela no Roger. Era questão de tempo descobrir quem era. Até que um dia ela coloca a foto do namorado, do rosto. Era ele, o vizinho. O irmão da menina loirinha de cabelos cacheados e filho da senhora carente que ligava para o 0800. Era muita coincidência, mas era verdade. O fato é que, independente do passado familiar, lembrou da namorada dele. Uma loira linda, seios fartos, bunda redonda, mulher tipo violão. Fazia algum tempo que não a via, mas pelas fotos, ainda mantinha um corpo bonito. Sempre foi impossível não notá-la. Impossível ser diferente. Ademais, ela tinha algo que a mãe dele tinha. Era cunhada da menina. Era nora da senhora. Não era apenas uma loira que fantasiava um ménage, liberada pelo marido. Era mais do que isso.
Após a revelação ela some. O MSN permaneceu off por bastante tempo. Pensou ter sido excluído. Geralmente era assim. Ela conectava em épocas incertas. Algum tempo depois conectou novamente. Mas, diferente das outras vezes não o chamou com um ‘oi’. Ele então clica no MSN do casal e a chama:
- Oi!
- Quem é?
Ali, percebera que quem havia conectado no MSN era ele e não ela. O seu amigo de infância. o seu vizinho. Não havia o que fazer. A mesma sensação de ter sido descoberto. De estar fazendo algo errado. Agiu com maturidade, muito embora tenha pensado em ficar off line ou bloquear o contato.
- Sou eu. O Roger.
Após alguns minutos ele questiona:
- Faz tempo que tu teclas com ela?
- Faz algum tempo. Não muito. - não queria prejudicá-la. Essas relações são baseadas na confiança e ao que tudo indica ela não havia comentado sobre as conversas, sobre as fantasias, sobre o ménage com um conhecido. - Mas, não te preocupa. Pode confiar em mim. Não quero expor vocês. - complementa ele diante do silêncio preocupante do seu amigo de infância.
Tão logo leu, deve ter saído do MSN. Deixou o Roger sem resposta. Sem saber o que ele teria achado da conversa, tampouco da idéia de dividir sua namorada com um amigo. Essa foi a última vez em que falaram pelo MSN.
Algum tempo depois, numa festa conhecida da cidade, Roger, acompanhado de um casal de amigos percebe a entrada do casal. Era a primeira vez que os via pessoalmente após as conversas pela internet. Inevitavelmente, eles passariam pelo Roger. Não havia outro corredor, não havia mais espaço. Ela passa. Ignora-o. Ele passa e o cumprimenta.
Na pior das hipóteses não houve problemas com o casal. Tampouco, na relação entre eles. Resolve aproveitar a festa, junto com o casal de amigos e curtir a banda. Entre um gole de cerveja e outra, percebe que eles voltam. Ficam entre a banda e ele. Mais um gole de cerveja e ela estava só. Olha. Era bonita mesmo. Estava com um decote tentador. Mas, olha em direção a banda também. Enquanto olhava, ele volta e percebe que Roger olhava em direção a moça loira. Faz um sinal. Roger resolve servir mais um copo de cerveja. Olha pro copo, tentando disfarçar e até mesmo entender o que significava aquele sinal. Serviu. Sorveu um gole. Olhou em direção a banda e percebe que só estava ele. Ela havia saído. Foi no banheiro decerto. Ele o chama:
- Daí.
- Beleza!
- Vem cá! Tu já conversou com ela, né? Pelo MSN...
- Já. Já sim. - era notório a insegurança do Roger diante do fato novo. Não sabia como agir.
- Pois ela te quer! Tira ela pra dançar. Chega nela. Ela te quer hoje!
- Deixa pra mim! - disse ele demonstrando confiança que provavelmente não tinha.
Era a oportunidade que sempre quis. Aquela que sempre tentou pelo MSN. O destino estava dando a oportunidade. O acaso era naquela noite. Voltou ao convívio dos amigos. O coração estava muito acelerado. Uma mistura de medo com excitação. Nunca havia transado com uma mulher na frente de outra pessoa. Imagina na frente do namorado dela! Ele fazia sinal com a cabeça o incitando a agir. Foi em direção à moça, que agonizava na fila interminável, daquelas que sempre tem nos banheiros femininos.
- Oi. - disse no ouvido dela.
- Oi.
- Tu lembras de mim?
- Claro. Lembro sim...
Conversaram por alguns minutos, sobre as futilidades do cotidiano. Só não falaram sobre o tempo. Papo de protocolo. Até que Roger diz uma das suas mais estúpidas frases que já disse na vida:
- Bom, vou te deixar na fila do banheiro e vou lá ver meus amigos. Se precisarem de mim é só me chamar.
No meio do caminho é abordado pelo seu amigo:
- Cara, tu tens que chegar nela! Tens que ir pra cima. Ela te quer, mas se tu não chegar nela ela não vai te dar. Vai pra...
- Amor! Vamos ter que sair daqui. Vamos pro bar que tem na ali na frente. Preciso usar o banheiro. A fila aqui vai demorar. Temos que sair - ela interrompe a conversa do seu namorado com seu futuro amante.
- Vamos? - Pergunta o namorado ao novo amante.
- Vamos.
Na saída despede-se dos seus amigos, que não entendem a saída repentina.
- Depois te explico. Depois te explico. - disse Roger ao sair.
No bar, em frente a festa, ela foi direto ao banheiro. Ele ficou ouvindo as orientações inacreditáveis do seu ex vizinho:
- Não dá espaço. Chama ela e gruda um beijo nela. Ela ta louquinha pra te dar. Tu já fez isso antes? Não importa. Ela te quer. - explicava enquanto gesticulava sem parar até ela voltar do banheiro.
Antes dela chegar ele se afasta. Ficam conversando, sobre outras futilidades. O ambiente é iluminado por demais. Não havia possibilidade de cumprir metade das orientações que havia recebido. Além do que a dona do bar é amiga em comum do casal e do Roger. Ele evita fitar o amigo dentro do bar, embora perceba que está sendo observado. Não consegue evitar e olha pra ele, que gesticula, quase exigindo um beijo do seu amigo na sua namorada. Definitivamente, nunca havia se sentido tão despreparado para alguma coisa:
- Olha, tu me desculpa, mas não sei o que fazer, não sei como agir. - diz ele na esperança de receber piedade da moça.
- Do que tu ta falando? - pergunta irônica.
- Como ‘do que que eu to falando?’. Tu sabes do que to falando!
- Eu sei. E tu ta agindo bem, com naturalidade. - responde rindo, debochando.
- Mas, ele não para de olhar e fica gesticulando... Olha lá!
- Não dá bola pra ele, ta bêbado. - diz escorada na parede enquanto o namorado vem em direção ao casal.
- E aí? Vais ficar com ele ou não? Tu não falou que quer? Então, não enrola o cara. Fica com ele. - esbraveja impaciente.
- Eu quero. Mas, aqui não. Olha a luz. Os conhecidos. Tem que ser em outro lugar.
- Vamos pro nosso apartamento então.
- Vamos.
- Vamos? - perguntam os dois ao Roger, que até então apenas observava a negociação como um mero objeto.
- Vamos.
Foram de táxi. Enquanto o namorado dela ia na frente, negociando o preço da corrida, o casal estava em silêncio no banco traseiro.
- Vamos pegar uma cerveja no posto de conveniência? - pergunta o amigo.
- Vamos.
- Desce comigo, então.
Compraram seis cervejas, dessas tipo long neck. Dividem a conta, assim como dividiriam o táxi. Até voltar ao táxi, recebe mais orientações:
- Aproveita na ida e vai passando a mão nela. Coloca o pau pra fora que ela gosta.
No condomínio, uma caminhada até o apartamento que pareceu demorar uma eternidade, tanto pela falta de assunto, quanto pela vontade de chegar logo pra fazer o ménage. Chegaram. Ela mostra o apartamento. Uma cozinha tipo americana, conjugada com a sala. Um banheiro, uma área de circulação e os dois quartos. O quarto do casal e o quarto da filha do casal. Sim, eles tinham uma filha, que estava com avó. Ele circulava como se não houvesse mais ninguém no apartamento. Conectou à internet e tomava sua cerveja. Ela mostrava as fotos do casal, da filha do casal. Ambiente muito familiar para o que estava por vir. Ela resolve colocar um DVD.
- Tenho Papas e Acústico Bandas Gaúchas. Qual tu preferes?
Não era momento para escutar papas. Colocou o rock das bandas do Sul. Não havia clima.
- Esquece que ele ta aqui. Faz de conta que somos só nós dois. - diz ela tomando a iniciativa de beijá-lo, ambos em pé, no meio da sala, com as luzes acesas.
- Onde eu apago a luz? - pergunta o Roger, tímido.
- Amor, apaga as luzes aí.
O sexo foi bom. Muito bom. Na sala, no sofá-cama. Ela fazia um sexo oral caprichado. A dificuldade em manter a ereção vinha das fotos e dos flashs da máquina digital que ele fazia questão de guardar como recordação. O computador onde ele acessava a internet ficava na área de circulação, na frente do banheiro, e de lá só saía para ser o fotógrafo. Fotografava e voltava ao computador. Durante toda a foda, um ensaio fotográfico. Muito sexo oral, papai-mamãe, ela de quatro. Foi quando ele participou. Foi chupado enquanto ela era penetrada de quatro pelo Roger. Vinha mantendo a ereção firme e forte quando ouviu:
- Tu és uma safada, né? Tu és uma puta, né? Tá gostando de dar pra ele? Vai gozar no pau dele? Goza no pau dele, vagabunda!
Ela gozou. Ele gozou. O objeto Roger não. Algo lhe dizia que ainda faltava algo. A foda não havia terminado.
- Quer dar o cu pra ele? Tu quer dar o cu pra ele, né?
- Quero.
- Não ouvi. Diz de novo!
- Eu quero. Traz o lubrificante.
Roger era um objeto. Estava ali, realizando a fantasia do casal. Dela, em dar pra outro. Dele, em vê-la sendo fudida por outro cara. Eles conversavam entre eles. Roger observava, ouvia. E agora iria fazer sexo anal naquela gata. O namorado lubrificou o ânus dela. Roger lubrificou o pau dele. Antes de colocar, aguarda o amigo buscar a máquina. Queria fotografar o momento:
- Espera aí. Não coloca ainda. Deixa na portinha que quero tirar uma foto.
Nosso herói do blog broxou. Ele acha que foi pelo ‘na portinha’, mas pode ter sido pelo flash. Ela ali, de quatro, esperando. Ele colocou na buceta, bombou até endurecer de novo, para só então, sem fotos, sem flash, comer o cuzinho dela. E comeu com vontade. Até o namorado dela voltar do computador, quando percebeu que ela gemia com o sexo anal:
- Tu gostas de dar do cu, né? Tu és uma puta! Quer que ele goze no teu cu? Quer que ele goze no teu cuzinho?
- Quero. - sussurrou ela.
- Não ouvi. Repete pra ele ouvir. Repete, vagabunda!
- Eu quero! - grita com raiva e tesão misturados.
- Goza no cu dela! Goza no cu dela! - ordenou o namorado, irmão da loirinha de cabelos cacheados e olhos azuis e filho da senhora carente que ligava pro 0800.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

o sonâmbulo

Roger tinha uma qualidade que eu queria pra mim. Dormia bem. Sentado, entre uma viagem e outra, não tinha problemas com o sono. No ônibus, dormia antes de sair da rodoviária. Deitado, na cama então, nem se fala. Depois do sexo, tinha que levantar, para não dormir na cama e deixar a mulher sem carinhos e conversas que as mulheres precisam. Dormia bem. Cansado ou não. Não acordava por nada. Sono profundo, daqueles que nós mortais só temos aos domingos de chuva pela manhã.
Certa vez houve um tiroteio no seu bairro. Vizinhança acordada. Correria. Polícia. No outro dia, a prisão do bandido era a notícia do churrasco de meio-dia. Disseram que o policial atirou no ladrão que estava sobre o telhado da casa do Roger. Ele não ouvira nada. Ficou sabendo pelos outros. Não acordou, tampouco ouviu o tiro. Talvez, para seus ouvidos, durante o sono profundo, um tiro de revólver soasse como uma espoleta de armas de brinquedos.
Em determinada ocasião, ele ficava com uma garota. Nada sério. Ela era comprometida, o que a tornava mais interessante. Uma amizade regada ao bom sexo. Apenas isso. Ela morava com uma amiga, eram colegas de faculdade. Uma mais interessante do que a outra. Queria as duas, mas não obtinha sucesso nas suas constantes investidas. Uma vez ela o visitou. Sexo, bom sexo.
Após o sexo, ele foi ao banheiro. Em silêncio, sem dizer aonde ia. Na volta, passa pela cozinha e traz uma garrafa de água mineral. Volta pro quarto, quieto. Senta na cama, bebe a água. Coloca a garrafa sobre o criado-mudo, um pouco bagunçado. A garrafa foi largada sobre um pacote, fazendo um barulho. Depois, deitou e dormiu. Sem falar nada.
No dia seguinte, ela jurava que ele estava dormindo. Diz ter ficado receosa até, com medo de que ele fosse um sonâmbulo. Não quis acordá-lo, por que à crença popular diz que é perigo fazê-lo. Ele sabia que não estava dormindo, tentou argumentar, mas foi em vão. A universitária teimosa achava que o Roger era sonâmbulo. Contou pra amiga, sobre o sonambulismo. Riam muito. Debochavam. Pois bem, que achassem.
Noutra oportunidade, ele retribuí a visita. Sexo, bom sexo. Depois vai ao banheiro, sem falar nada. De todas as tentativas, de todas as possibilidades, aquela idéia que teve enquanto mijava era a melhor e mais atrevida de todas. Saiu do banheiro, apagou a luz e foi, tateando, em direção ao quarto da amiga. Sabia que não iriam acordá-lo. Teriam medo. A porta estava fechada, mas não trancada. Entrou. Não enxergava absolutamente nada. esperou alguns segundos para dar o primeiro passo. Tentou lembrar onde era a cama da amiga. Hesitou após o primeiro passo. E se ela acordasse ou se ela levasse um susto? Seguiu, mais alguns passos. Não levantava os pés descalços, arrastava-os vagarosamente em direção a cama. Chutou alguma coisa, provavelmente um chinelo. Estava chegando. Com as mãos procura a cama. Não acha. Mais um passo, desse vez com o pé esquerdo. Agora sim, toca o cobertor. A moça se move. Ele não sabe bem o que fazer. Resolve sentar na cama, perto dos pés dela. O coração palpita de forma alucinada. Tenta se acalmar, respira mais devagar. Abre os olhos e fecha os olhos. Não faz diferença. As mãos estão úmidas. Coloca a mão direita sobre os pés dela, que estavam tapados somente com o lençol. Fecha os olhos, talvez com vergonha. Passa a mão nos pés dela. Vestia meia. Sobe, em direção a panturrilha. Sente a pele macia, hidratada e depilada. Ela se move. Ele retira a mão. Ela se move novamente. Silêncio. Ajeita o travesseiro, ergue-se um pouco. Ele percebe que está sendo observado. Já não sabe se pela parceira que teria ficado adormecida e poderia espiar pela porta que ficara entreaberta, ou pela sonolenta que, que parecia tentar entender quem estava aos pés da sua cama de solteira. Arrisca e recoloca a mão no mesmo lugar que havia colocado. A respiração dela já não é profunda, mas ela está imóvel. Ele segue fazendo um carinho. Ela move a perna tocada, encostando o pé na coxa dele. Ele então passa a mão pela canela exposta e segue até o joelho. Ele já não tem dúvidas: ela está acordada. Passeia os dedos pela panturrilha torneada da moça. A perna direta dela está encolhida, em formado de ‘L’. A outra esticada. Ele troca de perna, deixando-a destapada até a altura das coxas. Acaricia com mais vontade, cada vez mais preocupando-se menos com os movimentos. Não restavam dúvidas, ela estava acordada.
Não estava ofegante, já havia relaxado. Precisava agir. Não poderia ficar toda noite ali. O pior já teria passado. Ela o viu, e fingia estar adormecida. Então ajoelha-se no chão, encurva-se sobre ela. Sente o cheiro do hidratante. Encosta os lábios na pele macia. Beija suavemente suas pernas. Passa a língua. Sente sua pele ficar arrepiada. Era o sinal que precisava para avançar. Sobe os beijos acima do joelho. Ela corresponde, permite que ele avance. Sobe as mãos até os quadris, e sente a calcinha de algodão minúscula. Passa a língua pelas coxas, na parte interna. Ela solta um suspiro, quase um gemido. Com as duas mãos a segura pelos quadris. Aproxima-se da calcinha. Sente o cheiro. Gostava do cheiro. Beija, lambe, sobre a calcinha de algodão. Ela estava molhada. Sente o gosto molhado que ultrapassa roupa íntima. Brinca sobre o tecido por alguns minutos. Se estivesse acordada, ela já o teria mandando tirar a calcinha. Mas, ele apenas arreda a calcinha, com a mão direita a parte superior, com a esquerda a parte de baixo. Agora sim, sente o cheiro, o gosto e a maciez. Ela já não escondia o prazer que sentia. Gemia descaradamente. Ficaram assim, até ela gozar. Tempo suficiente para deixá-lo com o maxilar adormecido. Ele colocou a calcinha no lugar. Ela não falou nada. Apenas, cobriu-se com o lençol. Enxugou-se no lençol. Ergue a cabeça. Move o pescoço pra trás, depois pra frente, tal qual aprendeu na ginástica laboral. Para o lado esquerdo, depois para o direito. Foi quando percebeu um vulto, na porta entreaberta. Haviam sido observados. Resolve voltar pra cama.
Algumas coisas são difíceis de se explicar. O que acontecia entre os dois era bom. O que aconteceu entre os três, foi diferente, nunca mais se repetiu. Nenhum dos três ousou tocar no assunto. E a noite foi interminável para o Roger, que dessa vez não conseguia dormir, mas que definitivamente não era um sonâmbulo.

sábado, 7 de novembro de 2009

a muda

De todas as histórias do Roger, a que mais nos fez rir foi a da muda. Isso mesmo, uma surda-muda! No passado, já tinha tentando ficar com uma menina que não tinha o dente da frente, já que nunca tinha encontrado uma assim. Mas, não conseguiu, pois a moça já tinha um namorado, o que quase causou uma briga.
Voltando ao caso da mudinha: Num sábado, chuvoso, Roger saiu pra dar uma volta de carro. Mas, como chovia intensamente desde quinta feira, quase um dilúvio, não havia ninguém na rua, tampouco com intenção em ir para alguma festa.
Já conformado com o insucesso da noite de sábado, a caminho de casa, percebe uma menina, na chuva, aguardando um moto táxi. Ela estava ao relento, aguardando uma moto retornar ao ponto. Ele fez a volta na quadra e para ao lado da moça, no ponto regulamentado para as motos.
- Oi. Quer carona? - oferece.
- ...
- Vem! Te dou carona! - disse, já todo molhado pelos pingos que entravam pela janela do veículo.
- ...
Percebera, então, que a moça não falava. Gesticula então um volante, voltando a oferecer carona. A muda entende e gesticula um guidão, como se fosse aguardar a moto. Mas, de fácil comunicação, Roger mostra a chuva incessante, e convence a moça a aceitar a carona.
Dentro do carro, lembra que deveria olhar para a surda-muda, para que ela pudesse entendê-lo:
- Qu-al é o te-u no-me? - perguntava pausadamente, sem olhar pra frente.
- ...
- Qu-al é o te-u no-me? - reiterou.
E nada. Um vazio nas respostas. No porta-luva pega uma caneta e escreve num anúncio de supermercado, que havia recebido a tarde no semáforo:
- Como tu te chamas? - escreve. A resposta não veio escrita.
- Ah... Duda! - responde com muita dificuldade, como se fosse uma fanha.
Por um momento esquece a caneta e o anúncio e volta a perguntar:
- On-de tu mo-ras? - soletra.
- ...
- Quan-tos a-nos tu tens? - tenta novamente.
Paciência tem limite, né! Sábado à noite, uma chuva infindável, e sem diálogo, volta a gesticular: eu (apontando para o próprio peito) e você (apontando para a moça encharcada), na minha casa (formando com as mãos um telhado, com duas águas).
- Aham! - responde a muda, para convencimento do Roger, que sentiu-se um professor de libras.
Um inconveniente foram os gemidos da moça bonitinha. Como era surda-muda, talvez não tivesse muita noção dos decibéis dos gemidos que acordaram os vizinhos. A vantagem é que não houve muito papo, diferente das outras com quem tinha que xavecar. Tampouco teve a obrigação de ligar no dia seguinte.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

mulher feia

Lembro de um professor meu e do Roger. Era um professor de Inglês. Gente boa, tinha didática. Lembro do nome e da escola em que estudávamos. Não digo por que meus contos são baseados em fatos reais, logo os atores não recebem nomes, mesmo sob tortura. Aprendi duas coisas com ele que nunca mais esqueci. A primeira sobre a disciplina. Ele disse que son significava filho. Por isso alguns americanos tem o nome do pai, acrescentado do son no final. Jackson é filho de Jack, por exemplo. A outra coisa que aprendi, era mais importante, e levo pro resto da vida. E não era sobre outro idioma. Disse ele quando perguntado sobre beleza:
- O que é bonito? O que é feio?
Claro que uma criança na quinta série não conseguiria relativizar e compreender conceitos de beleza formados pela nossa sociedade. Mas, o Roger, pasmem, conseguiu. Compreendeu que o que é belo para algumas pessoas pode ser feio para outras. Entendeu que os conceitos de beleza são impostos pela moda, pela televisão, por Hollywood, pelas revistas, enfim, pela sociedade que nos cerca. Os padrões de beleza dependem dos olhos de quem vê. O Roger entendeu isso na quinta série. Eu tenho dificuldades de entender até hoje.
Não consigo entender, por exemplo, o que faz algumas pessoas competirem para pegar a mulher mais feia em uma festa. Amigos que fazem competição, valendo cerveja, pra ver quem pegava a mulher menos bela. No conceito deles, é claro.
Uma vez o Roger estava numa festa. Disse-me que atrás de nós tinha uma desdentada. Uma mulher sem dente não necessariamente é uma mulher feia. Mas, foge de todos os padrões de beleza que já ouvi falar. Olhou pra trás e disse:
- Tem duas. As duas são bonitas. Uma tem dente. A outra não tem o dente da frente. Vou na desdentada, já que nunca peguei nenhuma banguela.
Quase apanhamos. Tive de apartar, inclusive. A desdentada tinha namorado. Expliquei que o Roger não sabia, que não tinha visto que ela estava acompanhada e que já estávamos de saída. A menina com todos os dentes no lugar estava solteira. Definitivamente a beleza é algo relativo. Depende dos olhos de quem vê. Sábio era meu professor de inglês.

os três pilares

Dá onde vem essa história de fidelidade? De monogamia? Pesquisei. Fui atrás. E responderei. A nossa sociedade está assim constituída por três pilares que influenciaram a sociedade: a igreja católica, a medicina e o governo. É sério, estudei o assunto. Prossigo.
Começo pelo governo, que interessado em manter o controle da sociedade, a organização do Estado, incentivou o casamento. Era muito mais fácil pro governo controlar uma sociedade óbvia, de onde os filhos saíssem de um homem e uma mulher devidamente casados. Imaginem nossas avós, que tinham cerca de dez, doze filhos, caso tivessem um filho de cada pai. Pior seria nossas bisavós, com seus quinze, dezesseis filhos. Uma progressão geométrica em forma de pares sexuais. Que controle teriam os cartórios? O Governo?
Passo para medicina. Pensemos que os métodos contraceptivos são recentes, alguns do final do século passado. Falo dos mais seguros, mais garantidos. Não me refiro a coito interrompido, lavagem vaginal, tampouco as ervas abortíferas.
Li no Wikipédia (eu te amo Wikipédia!!), que as egípcias “usavam um supositório vaginal feito de várias substâncias ácidas (vindas supostamente do estrume do crocodilo) e lubrificado com mel ou óleo, o que pode ter sido um tanto eficaz como espermicida”. Os preservativos, que conheci através da minha mãe por camisa de Vênus, na mesma época em que ela me falou das boletas nos saudosos anos 80, que eram feitos de da tira do intestino do animal num passado distante. Assim, presumo eu, que surgiu o patê, a lingüiça e morcilla. O preservativo, comumente conhecido como camisa pequena, é um método recente, da segunda metade do século passado. Somente com as pílulas, no final do século XX, que as mulheres conquistaram sua independência sexual de fato.
Além dos métodos contraceptivos, as doenças sexualmente transmissíveis atormentaram nossos antepassados, que não paravam de coçar-se em público, de forma desesperadora e, segundo as mulheres, constrangedora.
Por fim, a igreja católica com seus respeitosos conceitos que não entendo. Era e ainda é interesse da igreja sei-lá-o-porquê que homens e mulheres casassem. Era e ainda é interesse da igreja sei-lá-o-porquê que homens e mulheres só fizessem sexo para procriação. Não sei qual apóstolo/escritor ou que cara, filho não sei de quem que disse que era pra ser assim, e a partir da publicação do livro/bíblia muitas pessoas passaram a seguir tal livro/bíblia de forma inversamente proporcional a quantidade de pessoas que me seguem no twitter.
Três pilares e um monte de gente com medo de ficar solteiro respondem as perguntas inicias deste texto. Mas, nem sempre foi assim. Em Roma, em festas regadas a muito vinho, a putaria corria solta. Baco era o deus do vinho, e daí surgiram os bacanais. Será que eram felizes? Sempre me perguntei isso ao ver o filme Calígula (1979), disponível nos melhores programas para baixar filmes. Os três pilares que mudaram nossas vidas. O Roger tem lutado contra a igreja, contra o governo e contra a medicina. Eu, particularmente, acho que a sociedade tem sofrido mudanças no seu contexto sexual. Talvez os Roger’s que existam por aí estejam tentando, à marteladas, derrubar os pilares que constituem nossa sociedade, ainda um tanto quanto conservadora, sexualmente falando.