quinta-feira, 25 de agosto de 2011

tecnologia

Ao chegar em casa, sabia o que lhe esperava, podia sentir dentro de si, não conseguia explicar mas tinha certeza do que significava. Eram 7 da noite, ela não havia retornado suas ligações o dia todo, nem suas mensagens, seus e-mails, muito menos os recados deixados no orkut de sua amada, era como se a mesma tivesse sumido da face da terra.
Em sua cabeça uma voz lhe dizia - Não se preocupe, ela só foi sequestrada, está presa em algum lugar e sem acesso a um computador - mas ele sabia, tinha certeza, ela o havia trocado, desistido, o apagado de vez de sua memoria.
Então uma ira tomou conta de seu corpo, espalhando-se por cada célula, crescendo cada vez mais dentro dele, prometeu naquele momento que não ficaria assim, havia muito a dizer. Olhou para seu laptop, intacto desde seu último recado, desde que havia deixado sua casa e ido para seu trabalho; levantou sua tela e seu dedo tremia ao pressionar o botao que ligaria sua maquina, a espera era infinita, sua vontade era de jogar seu velho laptop pela janela, mas ele tinha que falar, ele precisava falar, isso era mais importante.
Finalmente seu sistema inicia, seu browser abre e carrega de logo a sua pagina de e-mail - Você possui um novo e-mail de - Não podia acreditar no que seus olhos viam, era dela, sua pele se arrepia, suas pupilas dilatam, sente o suor escorrer não somente pelo seu rosto mas por todo o seu corpo, milhoes de coisas passam pela sua cabeça, pensa em não abrir mas o faz, e então, já entre lágrimas lê a seguinte mensagem:
- Meu Deus, você não leu o bilhete que deixei na geladeira onde dizia que passaria o dia na piscina?


***


o conto foi escrito por um amigo, e graças a tecnologia, está disponível no blog.

sexo virtual

- Globosat, boa tarde!
- Boa tarde!
- Em que posso ajudá-lo?
- É o seguinte: minha esposa vai viajar e eu gostaria de saber se tenho direito de ... Sabe como é... Ela vai passar um mês fora, e eu queria uma amostra do... Do sexy hot.
- Sei...
- Não! Sim... Na verdade queria experimentar o produto.
- Entendo...
- Sou cliente há anos...
- Claro. Aguarde um momento que vou verificar para o senhor. Temos uma possibilidade de experimentação do Sexy hot por um mês, sem custo adicional. Porém, o senhor terá que cancelar no mês seguinte, caso não queira aderir ao pacote. Caso contrário, será cobrado na fatura do senhor.
- Pelo-amor-de-Deus!! Não posso deixar com que isso aconteça. Se a patroa descobre, me mata! Ela é muito ciumenta.
- Então, como estava lhe dizendo, dentro de um mês o senhor terá que bloquear o pacote do sexy hot, caso contrário será cobrado o valor na sua fatura.
- Tudo bem. Vou arriscar. Mês que vem eu cancelo.
- Ok, estarei registrando a inclusão do pacote.
- Quando fica habilitado, moça?
- Hoje mesmo.
- Ótimo, pois ela viaja hoje a noite.
- Só um momento, qualquer coisa é só me chamar.
- Moça!
- Pois não...
- Passa aqueles filmes com animais?
- Animais?
- É... Zoofilia.
- Acredito que não, senhor.
- Hum, é que tenho curiosidades.
- Sei...
- Mas, você não é assinante?
- Sou sim, senhor. Os funcionários ganham os pacotes para melhor conhecimento do produto.
- E você não assiste?
- Não.
- Por quê? Não gosta de sexo?
- Senhor, fiz a inclusão. O sinal já está liberado.
- Tá fugindo, né? Tudo bem... Te ligo mês que vem e te conto.



domingo, 7 de agosto de 2011

sexo em público

Certas aventuras vividas pelo Roger fazem ruborizar moças virgens. Agora, se tem coisa que não faz parte do dicionário desse rapaz é a palavra timidez. Nada tímido é pouco para um cara totalmente desinibido. Na verdade Roger até gostava da sua desinibição e costumava ter boas experiências com mulheres sem vergonhas. No bom sentido. Os causos que narrarei aconteceram com ele esses dias, e confesso, fizeram a mim, nem moço e tampouco virgem, ficar um tanto ruborizado.
Quando saiu acompanhado de uma gata da festa com bebida liberada, procuraram um lugar escuro para ficarem mais a vontade. Saíram a passos largos pelas ruas do bairro. Entraram num terreno baldio, entre duas casas já construídas. Foram até o fundo do terreno, e entraram mato adentro. Pararam atrás de uma das casas construídas, e por ali, literalmente rolaram no mato. Os joelhos esfolados e encardidos denunciariam uma provável pelada, onde Roger teria jogado de goleiro num campo de terra. Ledo engano. O flagrante aconteceu mesmo quando dois homens que faziam a ronda por ali, gritaram coisas que ruborizariam todas as moças, virgens ou não, enquanto apontavam a lanterna em direção ao casal em pleno coito.

Mas, nem sempre apontaram lanternas em direção ao Roger. Noutra ocasião, enquanto servia às Forças Armadas, ele costumava bater continência até mesmo em festas sociais. Depois de passar servindo ao batalhão – no bom sentido, é claro – por meses, acordando com homens, comendo com homens, indo pro mato com homens, dormindo com homens – no bom sentido, é claro.
Aliás, esse pessoal das Forças Armadas, quando saem desarmados para as ruas, nos dias de folga, parecem animais ensandecidos atrás de um rabo de saia. O Roger não era diferente. Saia do exílio com as garras afiadas. Era a fuga da jaula. Estava pronto para pular no pescoço de qualquer fêmea. Mas, seu instinto animal agiu diferente. Fixou o olhar no olhar da morena que cambeleava pela festa. E bateu continência. Numa dessas coisas inexplicáveis que acontecem com o Roger, foi ao bater continência que a morena estremeceu. Aquela barba feita e aquele corte de milico não negava a profissão de guerrilheiro. Ela o imaginou fardado. E nós sabemos que mulheres tem uma queda de um cânion por homens fardados. Por isso, via de regra, sempre deixo um par de coturnos sob a cama.
Deram as mãos perante o barril de chopp. Nada mais romântico que um encontro em frente a algo de tão grande importância na nossa sociedade atual. Um levou o outro em direção a uma parede, escondida atrás de um balcão de bar. E por ali ele começou uma peregrinação pelo corpo daquela morena.
A língua percorria um circuito que levava dos seios, passava pelo pescoço e retornava por detrás da orelha. As mãos percorriam outras curvas. Tudo sob olhar atento de uma platéia, que observava a tudo como se estivesse em uma arquibancada. Definitivamente, Roger havia percebido que ali não era o local exato para trocar o óleo. Embriagados e sem trocar uma palavra, andaram em direção à praia, onde deitaram em frente a uma casa de família com a intenção de terminar a... corrida.
Teriam continuado a aventura, não fosse o dono da casa aparecer com um trinta e oito em punho, devido a algazarra que a platéia que havia acompanhado o casal estava aprontando na nova arquibancada. Perto da morte e quase cagado, Roger optou por deixar a moça em casa, afinal, se existia alguma possibilidade do três-oitão não funcionar, certeza era que o Roger falharia.

a rejeição

- Moça! Preciso falar contigo um minuto. - disse o Roger. - É o seguinte: estou incomodado com algumas coisas. Eu ando atrás de você, quase que te perseguindo, tentando flertar com contigo. Te vi dias atrás no supermercado e fiz minhas compras nos mesmos corredores que tu fizestes. Até produtos dietéticos pus no meu carrinho enquanto esperava tu escolher o sabor da tua gelatina. Depois ainda bati com o carrinho no seu carrinho para chamar tua atenção, te pedi desculpas, mas tu não deu a mínima. Noutro dia cruzei por ti na rua, e tu sequer levantou os olhos do chão. Outra vez, na padaria, tu deixou cair uma moeda de dez centavos embaixo do balcão. Eu me acoquei, fiquei de quatro até, enfiei os dedos na sujeira que havia embaixo do balcão, catei a moeda e quando fui te entregar, tu já tinha ido embora. E na faculdade então! Te procuro pelos corredores, tento fazer tu me notar, mas tu finge que não percebe, não me olha. Na academia é pior. Mudo a sequência dos aparelhos para malhar perto de ti, mas tu parece uma autista, que só enxerga aparelhos e tua garrafinha d’agua. Esses dias tu tava num restaurante, com tuas amigas. Sentei numa mesa próxima. As três notaram que eu olhava para ti, que apenas comia sua salada ceasar como se fosse um pedaço de picanha. Noutro dia, te vi no cinema, com uma água mineral na mão. Sentei do seu lado, até chorei assistindo aquela comédia romântica, esperei seu braço tocar no meu, mas nada! Nada! Depois vocês mulheres reclamam que estão sempre sozinhas, que ninguém as quer. Mas, vocês não dão espaço para as oportunidades. Por isso esse monte de mulheres solteiras. Esse montão de mulheres carentes, que clamam por ter alguém ao lado, lhes fazendo companhia, lhes dando atenção, carinho. E tu aí, andando pelas ruas de forma insípida, inodora e incolor. Andar frígido. Olhar apático. Gestos complacentes. O que acontece contigo, moça?
- Olha, Roger. Já percebi a sua existência, e se nunca dei atenção, é devido a tua insignificância. De todos os homens do mundo, o único que não tem chances comigo é você. Portanto, pare de ser inconveniente e siga seu caminho. Adeus!

poeteiro de plantão

Matemática
Um tifu,
Dois tifus,
TrÊs tifus...
Quantos tifus deu?


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Meses
Tento te encontrar desde janeiro
Tentando te colocar
Passo meses inteiros
Tentando te colocar...
Agosto entra...