quarta-feira, 14 de setembro de 2011

textículos

jatos incontroláveis
É uma discussão antiga, já desfez muitos casamentos sólidos. De um lado as mulheres, que urinam sentadas. De outro, os homens, que em pé não conseguem direcionar o jato de urina ao lugar certo.
Em defesa das mulheres, sei que é ruim sentar na privada molhada. Sabemos disso, pois além de mijar, nós homens, cagamos. E defecamos bem mais do que as mulheres, então passamos mais tempo sentados no trono do que elas.
De outro lado, se a tábua do vaso estivesse levantada sempre, essa questão estaria resolvida. Assim, ao invés dos homens levantarem a tampa do vaso, bastaria que as mulheres fizessem isso depois de usar o vaso sanitário. Se bem que poderia ter uma lei que obrigasse a instalação de mictórios em todos os banheiros desse País.
Ainda sobre o jato que sai enviesado, tenho que comentar que a uretra tem esse desvio inicial, o que torna difícil bem direcionar o mijo dentro daquela cerâmica, ao menos no início. Depois até conseguimos empurrar com o líquido aquele pentelho perdido por ali.
A maior prova disso é o primeiro jato da ejaculação. Não adianta a mulher esperar boquiaberta, que a primeira lançada vai saltar no seu olho. Imaginem vocês, se já é difícil acertar a urina num vaso sanitário, de que jeito acertar o esperma dentro de uma boca?!

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mijadinha básica
O cidadão chega em casa, após o chope do fim da tarde, com o mijo saindo pelos poros, louco para realizar uma necessidade básica dos seres. Contudo, não resta tempo para pensar nas regras instituídas pela sociedade, caso contrário, o líquido desce perna abaixo.
Levantar a tampa do vaso é a primeira regra, como supra mencionado. Mas, as regras não cessam por aí. Diz a lenda, ou saiu no Fantástico, que antes de acionar a descarga, todo mijão deverá ter abaixado a tampa do vaso, para evitar que as bactérias e micróbios voem até as escovas de dente ou toalhas, que por venturas estiverem de bobeira pelo quarto de banho. Agora, digam-me, desde quando bactéria tem asas?
Uma regra universal e infinita é que o último pingo será da cueca. O homem mija e sacoleja. No balanceio, nos livramos dos pingos que não são nossos. Os que ainda permanecerem no canal da uretra, são nossos e das nossas cuecas, não insistam. Nada menos masculino do que um homem secando gotículas de urina com papel higiênico.
Para terminar, dizem os entendidos em higiene pessoal que o mijador deverá lavar as mãos após tirar a água do joelho. Agora, pensem bem, o cidadão sai do banho, cheirosinho, passa talco nas virilhas, minâncora, caladril e hipoglós, saca uma cueca limpinha do guarda-roupa, e a veste. O pau permanece dentro da cueca, guardadinho, sem contato com o ar, com a poeira, com a poluição, com as bactérias voadoras e com os micróbios saltitantes. Pois eu afirmo: o pau está limpo! Logo, o cidadão teria que lavar o pau após urinar, e não as mãos, obviamente. Ou lavar as mãos antes de mijar, evitando sujar o tico.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

um ator

Todo homem já quis ser jogador de futebol, quando guri. O Roger não. Era tão bom entendedor de futebol que sabia não possuir talento para o esporte. Desde pequenino entendia de táticas, regras. Sabia o nome dos jogadores, comissão técnica, colecionava álbuns de figurinhas. Até sabia se posicionar dentro do campo, jogava bem sem a bola. Mas, quando a bola chegava, não driblava um cone. Marcava como um atacante, ía ao ataque como um goleiro. Nasceu com dois pés esquerdos para o futebol. Assim sendo, optou pelas artes cênicas, ao invés do esporte bretão.
Quando pequeno, junto com vizinhos do bairro, bolaram um filme. Um deles, havia ganho uma filmadora que cabia dentro de uma caixa de sapato. Uns buracos na caixa e ninguém perceberia as filmagens. Começaram a fazer o filme até, com introdução, roteiro, script, cena 1, cena 2, e tudo. Mas, quando era a cena do Roger, com uma vizinha, compadeceu-se com a menina e negou-se a gravar o ato sexual. Não quis expor a coitada, e quedou-se com uma dúvida inquietante: como se sairia contracenando?
Alguns anos depois, com o advento dos telefones celulares que gravam imagens e áudio, saciou sua curiosidade ao se ver atuando no ato sexual. Envergonhado, talvez com o seu parco desempenho, excluiria logo em seguida. Posicionou o seu celular aos pés da cama. À meia luz, com o play acionado, chamou a moça pro quarto. Pouco conhecia sobre a pobre cobaia, era sexo de ocasião. Assim como seria de ocasião o vídeo amador.
Tinha medo de ter um desempenho pífio, mesmo excluindo o vídeo. Um vídeo de cinco minutos seria o final da sua curta carreira. O vídeo não saiu de casa, mas se fosse parar no youtube (ou no pornotube), seria sucesso instantâneo de acessos. Se até o Roger riu e sentiu cócegas durante o ato sexual, imagina nós, que não teríamos o compromisso de manter a ereção.
Ele estava deitado. Ela ajoelhada, a sua frente, fazendo sexo oral. Sexo oral que se estendeu pela virilha, pelas coxas, joelhor - frente e verso - panturrilhas, tornozelos e pés. E ajoelhada, de costas para a câmera do celular, ela ergue o pé 43 do Roger e com o pé quase sobre seu ombro, chupa dedo por dedo, dando especial atenção ao dedão esquerdo do pé. A resolução da câmera não era ideal, mas no 3D seria possível ver a língua dela dentre os dedos do pé dele, talvez até as sujeiras depositadas sob as unhas.
Compadecido com a moça lambona, decidiu excluir o vídeo assim que ela saiu.
A partir daí dedicou-se a outra atividade, já que pro futebol não tinha aptidão, e para o cinema amador não teve boas experiências. Espero que o Roger não se torne um blogueiro.

domingo, 4 de setembro de 2011

o buquê de noiva




Até mesmo o mais galinha dos homens, o Roger, sonha em casar. Mais do que isso, sonha em casar em alguma igreja, com a noiva de branco. Ao contrário do que todos imaginam, são caras como o Roger que buscam no casamento a estabilidade que não obtiveram durante toda a sua jornada, digamos, de caça.
Daí que encontramos certa distorção entre o que eles encontram e o que eles procuram. Acontece que caras com um passado, digamos, inglório, costumam atrair mulheres nada interessadas em compromisso sério. Isso é uma lógica, diante das circunstâncias de insegurança que circundam o safado.
Quando o Roger conheceu a mulher, digamos, pra casar, logo tratou de mudar. Assim que percebeu os atributos da moça, não envidou esforços no intuito do com ela alcançar o enlace matrimonial. Porém, não eram esses os planos da moça, que não ousaria juntar as escovas de dente com ele, justo ele que já havia escovado os dentes em diversas pias do bairro.
O tempo passou e o casal continuava a transar. Ele cada vez mais envolvido. Ela em busca do sexo e da diversão. Todos jantares, todas sessões de cinema ou qualquer pós sexo, ele media a temperatura na questão relacionamento. E as medidas eram desanimadoras. Ela não queria casar. Ao menos, não queria casar com ele. O tempo passava e o casal de sexo continuava junto. E a moça sequer dava sinais de envolvimento.
No casamento da sua melhor amiga, ela foi a madrinha. Linda e deslumbrante, fez o rapaz lacrimejar baldes ao vê-la sobre o altar, ao lado dos noivos. Ela até achou ele “queridinho” enquanto ele enxugava as lágrimas. Disse que de gravata ele até parecia “um cara de respeito”. Ela até apresentou ele como um quase namorado aos demais convidados da festa.
Porém, ele desencantou de vez na hora do buquê. A noiva interrompeu a festa, avisou que jogaria o buquê. Todas as mulheres ficaram eufóricas, inclusive as casadas. Fizeram fila nada indiana. Agruparam ao redor da noiva que de costas contou um, dois e arremessou no três. As mulheres atiraram-se atrás do buquê, eis que diz a lenda quem o pegasse seria a próxima a casar. De repente as casadas que engalfinharam-se atrás do arranjo estivessem mal casadas e quisessem outro casamento, sabe-se lá. As solteiras acotovelaram-se de forma, digamos, compreensiva, já que estavam queixando-se que não haviam “homens no mercado”, culpa da geração emo, sabe-se lá.
Mas a madrinha, a “mulher pra casar”, a escolhida, a eleita, ela não fez menção de alcançar o arranjo de flores. Sequer levantou o braço, sequer ergueu as sobrancelhas em direção parábola que o buquê traçou em sua trajetória, da mão da noiva em direção a mão da senhora que recebeu no colo o chumaço de flores, visto que a noiva errou o arremesso e atirou lateralmente as flores. Não importava. Roger queria ir embora. Ali, acabou a festa. Se admitia ficar com a madrinha, linda e elegante, jamais admitia andar de mãos dadas com uma mulher que não fazia questão de casar. Jamais dormiria com uma mulher que não fizesse esforço para alcançar um buquê de noiva.