quarta-feira, 27 de junho de 2012

o odiador musical

Detesto música. Música só fodendo. Mas não para criar um clima romântico, mas sim para abafar os urros e gemidos. Detesto música romântica. Tenho rádio no carro, mas gosto de escutar a Voz do Brasil. Notícias, comentários... qualquer coisa que não seja música. Não me irrita a ponto de me estressar, simplesmente não gosto de música. Muito menos jingles.


Detesto rock. Detesto rock muito pelo fato do rock ser americano. Detesto brasileiros que gostam de ser americanos. Macacos! Impossível gostar de rock se você não usa drogas. Detesto rock também, pois os cantores de rock, que querem ser artistas ultra master power e devido a isso se vestem de forma ridícula. Alguns usam pulseiras que na minha terra seriam de gays nervosos. O “artista” de rock gosta de balançar o cabelo de forma desnecessária, e não raramente quebram guitarras no palco. Isso seria uma “atitude roqueira”. Coisa de quem tem pau pequeno. Para ser um roqueiro é necessário usar drogas pesadas, pois é importante morrer cedo e virar um ícone.

Num nível acima de ignorância estão os punk que gritam coisas indecifráveis, buscando na verdade, mascarar um estilo ridículo de música mal feita. É outra categoria musical impossível de escutar sóbrio. Muito raramente nessas apresentações surgem rodas punks, onde vários homens suados pulam uns contra os outros, com cotovelos erguidos, num dos rituais mais bizarros que a famigerada música é capaz. Cercadas com um mínimo de bom senso, a imensa maioria das mulheres não frequentam essas seita onde os homens gostam de se encoxar.

O Brasil caracteriza-se por exportar alguns estilos musicais, todos eles baseados na preguiça e na sacanagem. O funk, que tem uma batida atordoante e é muito utilizada a todo volume por imbecis dentro de seus carros rebaixados, é uma espécie de putaria escondida numa cortina de fumaça com duplo sentido. É muito apreciado nas favelas do Rio de Janeiro e com a ajuda da Regina Casé tem invadido as tardes do maior canal aberto do País. Cabe lembrar que o Rio de Janeiro foi colonizado por portugueses vagabundos e endividados, expulsos pela Coroa Portuguesa, lá por volta de 1500 do Brasil Colônia. Qualquer verossimilhança não é coincidência.

O funk juntamente com o axé, são estilos cujo objetivo principal é a sacanagem. Nada mais é do que a vulgarização da mulher brasileira, quicando até o chão, como se estivesse rebolando numa piroca. Estudiosos afirmam que é possível engravidar durante a dança, que se assemelha a um ritual de acasalamento.

Berço da produção artística brasileira, a malandragem carioca, cruza dos portugueses supracitados com os negros escravos advindos do continente africano, criou o Samba, gênero musical cujo característica principal é a indisposição ao trabalho árduo. Do samba, estilo pouco comercial, surgiu o enjoado e repetitivo pagode, onde sambistas de terceira linha cantam canções escolhidas por gravadoras e que se perpetuam na cabeça do ser humano, que mesmo sem querer, se vê tamborilando os dedos e cantarolando refrões de rima fraca. Os pagodeiros são “músicos” cujas apresentações prevêem dancinhas medonhas coreografadas, sendo que alguns fazem uso de água oxigenada no cabelo e por último tem utilizado correntes e brincos, afinal, são “artistas” e quase todo artista musical deve ser diferente para ser um “artista”. Detesto músico que se acha artista.

A produção musical do Brasil é tão vastamente ridícula que ainda temos gêneros regionais, como o brega, gênero musical das classes G e H da região Norte do País. O chato sertanejo se reinventa a cada dia, a pedido das gravadoras, e assim como o pagode e forró, aparece de forma insensata com a versão universitária. O que era ruim passa a ser inaceitável. Seria injusto dizer que o sertanejo é música de corno, pois devemos respeitar a cultura argentina, que idolatra o Tango, que quase sempre trata de uma mulher se esfregando hora com um, hora com outro homem.

Ainda no Brasil, existe a Música Popular Brasileira, que de popular não tem nada, pois o povo é que não escuta. As mulheres da chamada MPB são necessariamente bissexuais. Os homens da chamada MPB são, via de regra, bissexuais. Será que todo artista é um ser assexuado?

Tenho tanta ojeriza à música que me atrapalho ao decidir qual é a pior música ou o pior estilo. Música clássica, óperas em geral, são encenações da burguesia. Todos detestam, engolem o bocejo, vão loucos para voltar para casa, mas em nome de uma sociedade hipócrita, frequentam aquele circo de gritões de vozes afinadas.

Outro estilo chato é o Reggae, onde é impossível ouvir um CD inteiro, tamanha mesmice. Tem como ícone Bob Marley, que assim com o Seu Madruga e Che Guevara, estão presentes em camisetas da maioria da população mundial. Aconselha-se utilizar o estilo com ervas temperadas.

O governo brasileiro institucionalizou essa mamata através do Ministério da Educação, que criou os cursos de música nas faculdades. Obviamente não tardou para ser criado o curso de moda. Depois cinema, teatro... E em breve será criado a licenciatura em “do lar” e graduação em jogo de baralho.






terça-feira, 19 de junho de 2012

aplausos ao garanhão




Passo a contar a história que ouvi de um amigo, que leu não lembra onde leu, mas que representa um lado de uma questão que não havia pensado antes.

Sempre ouvi o termo galinha, que algumas mulheres acham démodé, como algo pejorativo. O cara galinha é aquele cidadão que de uma forma ou de outra era bem quisto no círculo em comum, e devido a isso, atingia um alto percentual de conquistas.

Isso sempre foi visto como algo deplorável, feio, vergonhoso e que dava vontade de vomitar. Mesmo aqueles que levavam mais fama do que deitavam na cama, procuram esconder as estatísticas, e tentavam manipular dados, que no fundo não haviam o porquê esconder.

Pois bem, para minha surpresa, ouvi a teoria que, se fosse jovem e solteiro, talvez mudasse minha vida, já que mudou minha forma de observar as conquistas. Dizia a teoria que devemos respeitar e valorizar um homem garanhão, uma vez que não é fácil ser um homem pegador. O homem precisa se esforçar e muito, suar a camiseta, ler bíblia, mandar flores, precisa ser criativo, fazer milagres e ainda contar com a boa vontade alheia feminina.

E porque não devemos valorizar a mulher galinha? O motivo é óbvio. Basta a mulher querer dar e vai aparecer uma fila de homens para comê-la, sem os dentes é claro. É muito mais fácil para a mulher ter sexo do que para os homens. Gratuitamente falando.

Assim, devido a esta diferença incomparável, a sociedade deveria rever seus conceitos e deveria admirar as conquistas suadas de um homem que já teve muitas mulheres. E sem essa de igualdade de gênero.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

fórmulas

Sabe aquela cantora, que procura a fórmula do amor? Ainda tá procurando. Praquela moça, eu diria que ela não vai encontrar, alertaria para mudar o refrão. O amor não ter fórmula. Assim como o sexo não tem fórmula. Só as exatas tem fórmulas. Mas, a vida não é exata, é humana.
Depois dessa bela introdução sociológica, antropológica, filosófica, poética e, ao mesmo tempo, extremamente infame reafirmo que não há regra quando se trata de relacionamentos.
Tem mulheres que gostam de flores, que suspiram com rosas e bromélias, e mulheres q não gostam, pois preferem algo mais útil. São as românticas e as frias materialistas, respectivamente. Tem mulher que gosta de novelas. Outras preferem futebol. Algumas curtem rock, outras qualquer coisa para dançar agarradinho. Tem mulher que se preocupa com a alimentação e tem mulher que come de verdade. Mulher que goza e mulher que finge orgasmo. Brancas, negras, ruivas, mulatas. Cabeludas, descabeladas. Mulheres para todos os gostos. Mulheres de todos os gostos. Mulheres tímidas, ousadas. Por isso que o grande segredo dos relacionamentos, sexuais inclusive, é o diálogo. Ou seja, acabar com os segredinhos entre os dois pombinhos. Talvez o diálogo seja a regra.
Esses dias li na “adorável” revista Veja que o café faz bem. Lá dizia na coluna de saúde que é aconselhável três, eu disse TRÊS xícaras de café por dia. Até ontem, pesquisadores sabichões mal falavam do nosso café de cada dia. Tomei café com culpa por muitos anos. Agora, vou tomar com leite, com chocolate, com canela. Enfim, uma coisa boa que não faz mal. Ao menos até amanhã, quando outros cientistas sabichões dirão ao contrário. Por isso decidi nada mais ler sobre cafés. Agora imaginem que ainda não chegamos a um denominador comum com relação ao simples cafezinho, o que podemos esperar do amor.
Não percamos tempo atrás de fórmulas. O grande segredo é não procurar. Quem procura não acha. E quem não sabe o que procura, quando acha não percebe.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

um conto de fadas

Um plebeu resolveu que iria se casar com a princesa. Porém, o todo poderoso rei do povoado já havia definido que sua princesa só iria se casar com um homem sem pênis. Isso mesmo, um homem seu pau. E os anos se passavam sem que algum homem com tais predicados pedisse a mão da donzela em casamento, para desespero da princesa carente e alegria contida do rei zeloso.
Pois de tanto desejar a bela princesa, o plebeu fabricou um pano da cor da pele, que prendia do umbigo pra baixo e que escondia o bilau. Testou na frente do espelho, de vários ângulos e diversas luzes, até que ficou impressionado com a sensação, incômoda é bem verdade, de vazio que tinha ao se olhar no espelho sem um órgão sexual. A medicina, já comentei certa vez, tem nome pra tudo e o cunho educativo deste blog esclarece que a falta de órgão sexual é chamada pelos amigos do Doctor House de hipogonadismo. Que estejamos livre desse nadismo!
Foi então que o plebeu preparou um currículo e marcou entrevista junto ao rei. O plebeu era um trabalhador, mas que perto da grandiosidade da coroa era um bosta qualquer. Mesmo assim, o rei o recebeu com toda dignidade no castelo. O plebeu sem cerimônia já foi logo tascando ajoelhado:
- Rei, venho pedir a mão da sua filha, a princesa desse povoado.
O rei a princípio desdenhou do servo, mas disse que já havia apalavrado que sua filha iria se casar com qualquer homem descente do povoado, mas que fosse desprovido de pica. Para sua surpresa, o plebeu disse conhecer a história e disse ter essa anomalia maldita, prontamente oferecendo para amostragem do seu nadismo. O rei consentiu e o plebeu tirou as vestes. O rei fez “oh”, e chamou o assessor de imprensa do reinado, anunciando que a princesa iria se casar.
A princesa estava alegre pois teria companhia, mas triste, pois não teria um pau que tanto queria. Casaram-se numa cerimônia linda e histórica. Na lua de mel, durante a esfregação, a princesa disse que estava muito bom e que estava muito feliz, mas que para felicidade ser completa, lhe faltava algo grande e grosso.
Então o plebeu disse que existia uma poção mágica na drogaria do povoado que poderia fazer crescer um pênis. Empolgada e batendo palminhas em cima e em baixo, a princesa mandou que ele fosse buscar tal poção milagrosa com urgência, pois seu o rei jamais ficaria sabendo sobre a poção. O antigo plebeu saiu correndo, desfez-se da segunda pele que lhe sufocava o pênis e retornou ao castelo. Só então, a princesa carente pode ser desvirginada.
Depois, enquanto repousava no peito do ex plebeu, agora príncipe, ela perguntou quanto havia custado o pote com a poção mágica:
- Uns cinco réis apenas. – disse ele.
E a princesa fazendo beicinho exclamou:
- Só isso!? Então porque não comprou um pote de dez?




* O texto é escancaradamente baseado numa piada do maior artista brasileiro, Chico Anysio.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

quase memórias

Teve uma vez que o Roger conheceu uma guria. Linda, novinha, tinha uns 17, o que perante os seus 25 anos era uma idade um tanto ultrapassada. Era linda de corpo, mas ele não conseguiu me descrever o rosto. Isto porque fodeu bêbado. Na verdade não estava nada bêbado quando a convidou para subir até o seu apartamento enquanto ele trocava de roupas. O convite era para um chope amigo ao sair do trabalho, mas antes que ele trocasse de roupas abriu uma cerveja filha única que tinha na geladeira e ofereceu à moça para que ela molhasse a palavra. Aproveitou que a cerveja era de litro e tomou uma ducha. Quando voltou, mais apresentável, ofereceu uma cachaça que havia ganho de um amigo na sobra de um churrasco. A cachaça de segunda linha atendia pela alcunha de Fogo Paulista.
E neste parágrafo em que eu deveria descrever a foda, descrevo apenas que eles, na sala mesmo, dançaram um pagode do nível da canha que bebiam e que acordam no outro dia, as sete da manhã. Transaram bêbados a noite toda. Não!, não transaram a noite toda. Permaneceram alcoolizados a noite inteira. Ele acha que transou por dedução. Pela falta de traje e pelo cheiro de sexo, mas não poderia afirmar com convicção. Taí duas coisas que são difíceis de descrever: transar e correr embriagado. Alguém já bebeu demais e saiu correndo? O bebum tem a convicção que se sair correndo consegue atravessar o mundo a passos largos, mas antes de dois minutos perde o fôlego e desiste do feito dando risadas. E o bebem que tenta trepar bêbado acha que serão horas de sexo intenso, mas parcos minutos depois desiste cansado e sem obter prazer algum, com a impressão que jamais conseguiria atingir ao orgasmo.
Então, ao observá-la pela manhã ele me descreveu o rosto da menina. Uma “indiazinha cor de cuia bem bonitinha e magrinha”, mas “com tudo no lugar”, frisou ele. No celular dela haviam onze chamadas de casa. Imaginem uma guria com 17 anos e 11 chamadas não atendidas durante a noite. Caso de polícia. Ela foi embora assim como veio, sem que ele soubesse de onde veio e para onde iria. Não conversaram. Ele não sabe nem o nome da descendente indígena. Ela tampouco. Mas, ao menos sabia onde ele mora. E que tinha péssimo gosto para etílicos.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

putaria escrita (vulgo contos eróticos)

Sempre quis agradecer a pessoa que deixou um encarte com classificados e contos da saudosa revista Ele & Ela, intitulados como Fórum, na rodoviária de Porto Alegre durante as férias escolares de 1989. Foi-me de muita valia conhecer o mundo da putaria através desse “presente” que achei enquanto esperava o ônibus que me levaria de volta pra casa.
Talvez quem deixou sem querer ou esqueceu intencionalmente aqueles contos eróticos não imaginava que um guri de 9 anos encontraria os papéis. Mas, saiba que aquelas histórias mudaram a minha vida.
Durante a viagem, sentado ao lado da janela, não pude folhear tais folhas, o que me deixou com a curiosidade mais aguçada. Não era comum um piá com nove anos ter acesso ao sexo no final dos anos 80. Foi a viagem mais longa da minha vida, embora tenha durado apenas 3 horas.
Talvez as histórias narradas pelo leitores tenham me influenciado, mais até do que a estimada coleção vagalume. Ali realmente tomei gosto pela leitura. Lia e relia, não queria parar de ler. Até que com as folhas amassadas e redobradas decidi que era a minha vez de mudar a vida de alguém. E lembrei de uma vizinha minha, a quem eu tinha prestado certas homenagens manuais.
Imaginei que ela estava cansada daquela vida pacata, onde as maiores aventuras eram as aulas de educação física no colegial. Onde os maiores problemas eram as notas abaixo de 9 que constavam no boletim escolar. Acreditei que ela precisava sair dessa rotina de provas e temas escolares. E dois anos depois estava pé por pé jogando o encarte da revista na janela do quarto da vizinha de vida insossa. Como não pude me aproximar da janela do seu quarto, me debrucei sobre o murou e atirei o chumaço de papel. As folhas voaram e bateram no peitoril da janela e fazendo uma pirueta caíram no pátio. Correi e me escondi nos arbustos. O que fazer?, pensei. Resolvi apertar a campainha, mesmo sem saber se era o certo a fazer, afinal eu só tinha 11 anos.
Foi quando a mãe da menina, vestindo um roupão rosa desbotado abriu a porta. Ela olhou para um lado, olhou para outro e curiosa foi em direção a janela. Agachou-se e pegou o encarte. Leu. Olhou para os lados. E guardou os escritos dentro do roupão, correndo para dentro de casa, com aquele olhar parecido com o que eu devia ter tido há dois anos atrás, na rodoviária de Porto Alegre. Difíceis aqueles tempos sem internet. Missão cumprida. Havia feito alguém feliz.

terça-feira, 3 de abril de 2012

textículos

Tudo tem um lado ruim
O marido chegou em casa as três da matina, um tanto trôpego e honestamente embriagado. Acordou a mulher que dormia o sono leve dos desconfiados. - Onde estaria o marido?, pensava ela, justo ele que andava com dificuldades intensas de honrar suas atribuições matrimoniais, ou num linguajar mais chulo, não comparecia, sexualmente falando.
- Querida! – gritou o beberrão, quase que ao acordar os bebezinhos no quarto ao lado. – Tenho duas notícias pra te dar.
Ela grunhiu, tentando fingir um sono profundo, mas demonstrando pouca disposição ao diálogo.
- A primeira é que não sou mais broxa.
Ela abriu os olhos e inclinou o pescoço observando o esposo desequilibrado que tinha dificuldades em desvestir as calças.
- E a segunda é tu fostes traída.

***

O cravo
O cravo deve ter brigado com a Rosa ou com quer que seja quando ela tentou esmagá-lo com as suas unhas. É um direito de qualquer cravo nascer, crescer até secar e morrer no corpo de qualquer homem. Li na constituição dos cravos e espinhas.
Pois dias desses senti um cravo sendo furuncado em minhas costas. Primeiro uma unha, raspando e o fazendo sofrer, quem sabe até sangrar. Depois senti outra unha solidária tentando esmagá-lo, numa demonstração feroz de covardia: duas garras compridas e afiadas apertando com unhas e dentes um pobre cravinho.
Doeu. Doeu muito. Somos sensíveis a dor.
Do pseudo cravo levantou um naco. Na verdade uma casquinha, que parecia um casco. O cravo pulsava. Foi quando a dona da unha foi observar o último suspiro do cravo esmagado:
- Ops! Não era um cravo. Era um sinal.
Quem tem namorada com garras não precisa marcar hora com dermatologista para arrancar um sinal.

quarta-feira, 28 de março de 2012

brincadeiras sexuais

Brinquedos e brincadeiras sexuais são bem interessantes. Muitas vezes fazem bem ao relacionamento. Uma fantasia erótica aqui, outra acolá. Dados eróticos são bons presentes. Aqueles, com posições sexuais em um dado, e com local noutro. Não que eu ache que isso vá ajudar num relacionamento. Analisando friamente, não imagino que imagens desenhadas em cubos sejam uma boa idéia para uma transa. Imaginemos um casal comum, com uns quinze anos de relacionamento, atirando dados sobre o edredon para decidir quais suas vontades sexuais. Porra, se o cara não tem criatividade para trepar, vai ter apetite sexual depois que dois cubos forem jogados? Porém, é bastante conveniente tê-los em casa. É como um espremedor de laranja: de vez em quando nós podemos usar.
Vou poupá-los de histórias verídicas, com personagens. Vou contar uma história sem personagens. Uma idéia, que bem desenvolvida, pode desencadear um estreitamento de laços. Para solteiros. Ou não, sabe-se lá.
Essa curtição, esse troca-troca já começa, inocentemente, nas brincadeiras de crianças. Essa necessidade de experimentar todas ou todos começa nas festas dos jovens com dança da vassoura (espero que todos saibam do que estou falando). Mesmo assim, explico que a brincadeira do século passado consiste na dança de casais interrompida a todo o momento por um ou uma desacompanhada portando uma singela vassoura. A vassoura passa de mão em mão, assim como os pares.
Ocorre que crescemos e acabamos cedendo as regras da sociedade. Essa história de troca permanece apenas com os casais swingers. Aqui, apresento para quem ainda não conhece, alternativas menos piegas do que a dança da vassoura. Trata-se do ursinho e dos artistas.
O ursinho é a brincadeira inocente, que deve ser utilizada para “quebrar o gelo”. Muito utilizada em ônibus escolares, reuniões de amigos de escola, consiste na passagem do ursinho de pelúcia por todos os integrantes da brincadeira. Cada integrante escolhe um local para dar um beijo no urso. Rosto, bochechas, orelhas, nuca, braços, mãos, pernas e qualquer outra parte que o participante escolher. É importante só o proponente saiba do funcionamento da brincadeira. Depois de escolhidos os locais, cada um tem que dar um beijo no local escolhido, só que nos participantes do sexo oposto.
Já os artistas é uma brincadeira que já começa a formar os casais. Os homens, em sigilo, escolhem os atores que vão representar na brincadeira. As mulheres, em sigilos, escolhem as atrizes. Alguém organiza a sacanagem, "casando" os artistas conforme gostos pessoais. Somente depois de formados os pares de artistas, os “atores” são revelados. Assim, o destino se encarrega de formar pares para fazer o que bem entenderem. A brincadeira dos artistas aceita novas rodadas com variações a gostos dos participantes.

homens interessantes

Tenho mais uma teoria improvável, mas com chances de ser a mais pura realidade. Homens não são bonitos porque se vestem bem, com roupas de marca, com caimento perfeito. O Dunga é o maior exemplo disso. Também não creio que homens fiquem mais bonitos porque andam de carros importados, zerados. O cantor Belo é um exemplo disso. Talvez até fiquem mais interessantes, mas não mais bonitos. Homens inteligentes não tornam-se mais bonitos também. Assim como homens ricos podem ser feios, mantendo-se longe da beleza ideal.
Minha idéia é que homens ficam mais bonitos quando tem uma mulher ao lado. Homens casados, noivos, com namorada ou ficantes. Esses chamam mais a atenção das mulheres. A cônjuge, no caso, funciona como um ímã. Esse homem atraí olhares, atenções. Mulheres sentem atração por homens comprometidos. Mas, basta uma separação para que esse homem perca o encanto. Vida cruel.
O porquê mulheres agem assim eu não sei. Essa concorrência entre as mulheres, essa competitividade entre os progesteronas só prejudica uma categoria de homem: os homens solteiros.
Os solteiros tem tempo e disponibilidade, tem a vontade, e a carência. Mas, não despertam os interesses femininos. Um feio casado desperta mais interesse do que um galã solteiro.
O Roger diz que sempre fez mais sexo casado do que solteiro. E com mulheres diferentes. O detalhe é as que mulheres que se interessam por homens comprometidos são as mesmas que, mais cedo ou mais tarde, exigem fidelidade dos seus companheiros. Talvez por conhecer o poder que um homem comprometido tenha sobre outra mulher.

sexta-feira, 16 de março de 2012

o congestionamento

- Baixa o vidro! - grita o Roger no meio do trânsito quando o sinal fechou.
- Hum?! - grunhiu a moça do carro importado.
- Baixa o vidro moça...
Ela riu. Não iria baixar o vidro com toda essa violência e onda de assaltos que havia tomado a cidade. Relutou, mesmo mediante a insistência para que ele baixasse o vidro. Porém, pensou que poderia ser algum defeito no auto. Apertou o botão e o vidro do carona foi descendo lentamente.
- Ah, ainda bem que você baixou o vidro... O sinal demora a ficar verde aqui. - disse ele.
Ela riu, e foi subindo o vidro.
- Não! Não faça isso. To carente!
Compadecida, tirou o dedo do botão. O vidro parou exatamente na metade. Metade aberto, na visão otimista do Roger.
- Levanta a mão, moça!
Ela riu a abanou com a mão direita.
- A outra mão agora! - disse ele.
Ela riu, balançou a cabeça, engatou a primeira e partiu, já que o sinal estava verde. Mas, ele conhecia o trânsito naquela longa avenida. Sabia que haveria outros semáforos e que haveria muito trânsito pela frente. Sabia que a velocidade regulamentada era de cinqüenta por hora, e que havia uma fiscalização severa e onipresente durante toda a avenida. Encontraram-se no outro semáforo:
- A mão esquerda, moça! Por favor?
Ela ajeitou no cabelo com a mão canhota.
- Solteira! Graças a Deus! - berrou ele, talvez cansado de encontrar mulheres casadas no trânsito.
Ela riu. O sorriso é a porta de entrada do aprouch. O vidro entreaberto pela metade representava a percentagem de chances. Procurou um novo dispositivo via bluettoth através do seu celular. Naquela altura do trânsito só havia um telefone celular com o bluettoth acionado. Arriscou. Via bluettoth do telefone celular enviou uma música, que dizia assim:

"Ligo o rádio do meu carro e pego a estrada
nem sei pra onde eu vou
ponho os óculos escuros
e deixo a mente apertar o acelerador"

Ela sorriu ao receber a mensagem. Logo percebeu que a mensagem vinha do rapaz do Sedan ao lado. Aceitou e foi escutando durante o trajeto. Um carro ao lado do outro. Sem infringir a lei, dentro da velocidade que os engenheiros de tráfego calcularam. Longínquos quilômetros que estavam acabando. Ele ainda tentou gesticulando e gritando:
- Encosta! Encosta e vamos beber algo.
Ela riu, mas recusou a proposta. Jamais encostaria para um rapaz num carro tipo Sedan. Ainda se fosse um 207, ou qualquer outro modelo francês, ainda vá lá. Mulheres adoram a França, Paris e tudo que deles vem. Principalmente os champanhes e, ultimamente, os automóveis. Despediu-se com um sorriso, como se agradecesse a canção. Tomou a frente. Ainda seguiram-se por alguns minutos, mas ela distanciou depois que um caminhão ficou entre os dois carros. Nunca mais se viram.
***
Eles não sabem, mas o destino os colocou ali de propósito. Caso a moça aceitasse o convite prum chopp, teria casado, e encontrado o homem da sua vida. Um príncipe encantado montado num Sedan quatro portas. Como não parou, continua solteira, triste e andando em carros importados por aí, num vaziozão sem tamanho. Sempre que ela para num semáforo, olha para os lados a procura de alguém que anime a sua volta do trabalho. Mas, o Sr. Destino anda chateado com as pessoas que ele tenta, casualmente, aproximar. As pessoas andam com pressa, com medo. Algumas pessoas passam uma vida inteira clamando a visita do Sr. Destino, mas quando ele se aproxima e manda alguém, elas aceleram, atendem o celular, fixam os olhos no computador, não olham nos olhos, não cumprimentam as pessoas no elevador, no congestionamento, não se deixam viver. Ele casou com outra moça, ela continua solteira.

quarta-feira, 14 de março de 2012

o swing

O Roger foi convidado para um swing. Na verdade, foi selecionado. Participar de um swing não é para qualquer um, como nós. A não ser que você vá em uma casa de troca de casais contribuindo financeiramente. Solteiros vão a swing, mas pagam muito caro por isso, e podem sair de lá sem comer ninguém.
Uma das principais regras desse mundo secreto refere-se ao poder da mulher. Num swing, quem decide é a mulher, com o consentimento do homem. Seja para o que for. Então, o cara solteiro acessa uma casa de swing e, caso as mulheres não se agradem da espécie, o deixam na mão. Por isso, muitas casas disponibilizam mulheres solteiras. Putas solteiras, melhor dizendo. Mas, putas não participam de swing. Logo, o cara entra numa casa de swing, e para não ficar literalmente na mão, empenhado, acaba com uma putinha qualquer, com preço de puta de luxo.
Alguém deve porventura pensar que eu já fui numa casa de swing. Pois é, já fui. Minha monografia da faculdade que trata do tema, foi adaptada e postada nesse blog. Triste fim para uma monografia tão interessante.
A troca de casais a que me refiro, onde o Roger foi convidado, era uma festa particular, fechada, para casais. Vou explicar: os casais se conhecem, geralmente, pela internet. Sites específicos para casais em busca do swing. Trocam mensagens, telefonemas e por último carícias. Mas, festa de casais swingeres em cidade pequena sofre alguma censura prévia. Os casais temem surpresas desagradáveis. Imagina se na mesma festinha com troca de casais você encontra a sua cunhada com a boca ocupada. Bem, o exemplo foi um fetiche. Mas, assistir sua irmã mais nova, que completara 18 aninhos ontem, com as mãos, boca e o resto ocupado, num gang bang alucinado é de vomitar.
Essas festas são capitaneadas por um casal mais experiente. O casal aluga uma casa, cobra certo valor para ajudar nas despesas, e ainda cobra por bebidas. O objetivo não é o lucro, e sim o sexo, por isso os preços são mais justos, mas acabam selecionando o público.
As mulheres costumam exageram deliciosamente nos decotes, nas costas de fora, coxas amostras. As langeries são sensuais, propícias para a ocasião. Os homens... Bem, os homens o Roger não soube me detalhar. Apenas disse que eram casais normais, de classe média, desses que esbarramos nos restaurantes e nos supermercados.
A própria entrevista de aprovação foi normal. Beijos nas bochechas, olhos nos olhos, papos de protocolo. O que fazia, de onde era, se tinha experiências anteriores, se estava preparado, se conhecia as regras. Pronto!, estava aprovado. O difícil foi agendar a entrevista. Festa concorrida, sabe como é.
Roger tinha uma parceira. No meu tempo, chamávamos de amizade colorida. Hoje tudo mudou. Ela era uma amiga sexual. Uma foda fixa. Ele era um pau amigo. Ela foi aprovada também. Era discreta como uma freira. Mas, na cama uma puta completa. O perfil procurado para a festa dos casais.
Não foram o primeiro casal a chegar na casa alugada, uma espécie de sítio. Também não foram os últimos. A lareira estava acessa, mesmo que estivéssemos na meia estação. Na entrada, o casal organizador recepcionava os convidados e colhia o dinheiro. Naquela noite, uma garçonete esculpida em pedra sabão servia as bebidas e apontava numa caderneta. Doses depois, Roger já tinha vontade de apagar o fogo da lareira. E das mulheres da sala também. Um casal puxa assunto, conversas frívolas. Roger foi ao banheiro, onde haviam muitas toalhas de papel e preservativos. Voltou e percebeu que o casal estava mais próximo da sua parceira, numa almofada gigante. Bebiam, riam e, aos poucos, deixam a timidez de lado. Outros casais faziam a mesma coisa. Uns cumprimentavam-se como velhos conhecidos. A música ao fundo era de bom gosto. Na sala de estar, casais assistiam um show internacional num DVD.
Roger já estava incomodado com tamanha seriedade do evento, quando a organizadora apresentou a grande atração da noite. Um show de strip-tease da garçonete esculpida por Aleijadinho. Ele jamais imaginou que aquela moça que olhava para o chão fosse capaz de excitá-lo num piscar de olhos. A moça só parou de dançar quando reparou que o volume das calças dos homens indicavam que a festa havia começado.
Vou poupá-los dos detalhes. A curiosidade costuma atiçar os desejos das pessoas. Quem quiser conhecer uma festa de casais que procure o Roger. Ele conhece os atalhos. Falando nele, se diz preocupado. Acha que depois de transar com inúmeras mulheres totalmente safadas na mesma noite, terá dificuldades para casar com uma apenas. Acha que depois de ver sua parceira fazendo coisas que jamais imaginou que uma mulher pudesse fazer na mesma noite, que está com um pouco de medo do que podem fazer as “mulheres modernas de hoje em dia”. O mundo nos esconde certas coisas que é bem melhor não sabê-las.

quinta-feira, 8 de março de 2012

masculinismo

Dia oito de março, dia Internacional com maiúscula, da MULHER em caixa alta. E vou falar justamente de homem. Sim, nós homens, seres cada vez mais acuados diante dos modernismos atuais. Refiro-me também ao mundo cada vez mais "cor de rosa", mas principalmente a revolução das mulheres, que teve início com a pílula, passou pela eleição de uma presidenta e culminou com a "novela das onze".
Esclareço: tive certeza que as mulheres haviam dominado o mundo quando a Globo criou uma novela as onze da noite. Já não bastavam as novelas da noite. São três! Três em cada canal! O lado bom é que são vários atores de qualidade duvidosa que estão empregados. Não fossem essa fartura de novelas seriam eles pseudo atores de teatro.
Além das inúmeras novelas da noite, antecem duas novelas. Uma novela de atores estagiários e outra novela que não vale a pena ver de novo. Então, com essas 'trocentas' novelas em todos canais abertos, resolveram gravar uma novela as onze da noite, o que me parece uma total falta de respeito para conosco. Nem a Ellen Roche nua me fez mudar de idéia.
Nós perdemos espaço. As mulheres dominaram o mundo. E elas ainda reclamam dos míseros DOIS jogos transmitidos ao vivo nos canais abertos, um na quarta e outro no domingo.
Dias atrás ouvi uma teoria um tanto polêmica: a inflação é culpa das mulheres. Matematicamente é fato, mulheres gastam mais, quase sempre mais do que o necessário. Não é uma regra, mas uma constatação pertinente. Gastassem elas o necessário, e a inflação estaria sob controle. E como as mulheres, justamente, ocupam o mercado de trabalho, gastam como falam, de forma constante e com poucos intervalos.
Meu falecido avô deve estar preocupado. Saísse ele do caixão agora não entenderia como minha namorada, no exato momento em que escrevo, está num restaurante com outras amigas bebericando e conversando alegremente (todas falando ao mesmo tempo) e pagará a conta sem me pedir centavo algum. Isso é apenas uma constatação, não uma crítica. Porém serve para ressaltar o salto que as mulheres deram em menos de um século.
O texto aparentemente é machista, mas não se deixe enganar. O texto pode estar dando (gerúndio filho da puta!) início a uma nova era. A era do masculinismo.
O masculinismo nada mais é do que um movimento criado agora, com Estatuto fictício mas que pode ser melhor desenvolvido em bares que vendam cerveja gelada, que busca a equidade de direitos, como trabalhar com pernas, pés e braços de fora, mas que se contenta com um futebolzinho com os amigos no meio da semana.
O art. 1 assume que somos o sexo frágil, eis que não aguentaríamos sangrar todos os meses, somos frágeis a dor e não podemos escolher a temperatura do ar condicionado.
Saliento ainda, o art. 14, parágrafo 2°, do Estatuto - com letra maiúscula - do MASCULINISMO - com letras garrafais - que diz que é direito de todo homem optar por fazer a barba quando bem entender sem ferir a moral e os bons costumes da sociedade hipócrita.
O Estatuto informa, em caráter irrevogável que, ainda assim, somos dependentes destes seres cheirosos e curvilíneos, que merecidamente conquistaram seu espaço e nos dão tantas alegrias.