Roger tinha um gata. Gata bicho. Gostava de gatos porque são independentes. Não tinha tempo para cuidar de cães que precisam de cuidados e correm em círculos atrás do próprio rabo. Preferia utilizar seu tempo em torno das mulheres, e gatos não demandam tempo. Mas, gatos tem seus problemas também.
Quando morou num apartamento, enfrentou uma infestação de pulgas, portadas pela sua animal de estimação, nos poucos metros quadrados do seu apartamento. Não sei como não saíram porta fora, pelos corredores do prédio. O felino não foi capaz de manter sob os pelos os parasitas. Teve de espalhar pelo parquet. Não sei se alguém já enfrentou um caso semelhante, mas exterminar com as pulgas num apartamento com piso de parquet é algo praticamente impossível. Acabou gastando muito com remédios para com o animal, e passou misturas químicas pela casa.
Foram três meses assim. Digitou pulgas no Google e descobriu muito sobre pulgas. Inclusive que colocar fogo no apartamento não seria a melhor alternativa. Andava pela casa, e sentia as pulgas pulando nas canelas, desesperadas por um pouco de sangue. A gata, coitada, estava magra e sem forças como nunca esteve. Era a maior doadora de sangue da cidade, não restavam dúvidas. Chupada, esmilinguida, seca. Três eternos meses assim. E o Roger tinha suas namoradinhas durante esse período. Morando sozinho, no centro da cidade, num apartamento aconchegante, não poderia desperdiçar oportunidades devido as pulgas. Então, levava mulher pro apartamento assim mesmo.
Teve problemas. Numa ocasião, viu um filme na sala, devidamente acompanhado. Quase que obrigou a moça a deitar no sofá e colocar os pés sobre suas pernas. As suas, jogou sobre a mesa de centro. A gata, dormia, fraca e sem forças no alto de um armário. As pulgas, no chão, pulando freneticamente, em busca de sangue.
Noutra situação, com outra amiga, no quarto, Roger sentiu na pele a dificuldade que a gata sofria. Deitou a moça na cama, ajoelhou-se aos pés da cama, colocou uma almofada abaixo dos joelhos para seu melhor conforto, numa linda cena para a prática do sexo oral, até que começou a sentir as pulgas pulando nas suas pernas, nos seus pés, na sua bunda. Enquanto chupava a moça, era comido pelas pulgas, numa suruba nunca antes vista. Suas mãos já não tocavam a moça, apenas afastavam as pulgas. Já não fazia bem o que gostava tanto de fazer.
Lembrou de uma outra vez, quando foi em um motel, um pouco mais afastado da cidade, com uma outra amiga. A estação era o verão e o motel ficava no meio de um matagal, num local bastante úmido, quase que um paraíso para procriação de mosquitos. E não eram mosquitos comuns desses que sobrevoam as cidades. Eram mutucas, pernilongos longos mesmo. Pesados como moscas, com ferrão de abelha. O motel, coitado, tinha um mero ventilador de teto, que fazia enhec, enhec e não ventilava porra nenhuma, tampouco afastava os monstros voadores. E os mosquitos eram bissexuais, com certeza. Pegam tanto o Roger quanto a parceira. Mas, picaram tanto o casal, a ponto de empatarem a foda. Acenderam as luzes, tanto a incandescente quanto a vermelha que havia no canto. Armaram-se: ele com o travesseiro, ela com um lençol. E partiram para o ataque. Fecharam todas a janelas, principalmente a do banheiro, que era porta de entrada das mutucas. E começaram a matar. Os que estavam de cabeça pra baixo no teto foram os mais difíceis de alcançar. Mas, os que estavam nas paredes... Tinha um na cortina: Roger o esmagou com as duas mãos. O sangue fresquinho manchava tudo. As paredes, a cortina, a roupa de cama. Tapas na parede, tapas ao vento. Todos os que tinham asas estavam mortos. Depois, de volta ao sexo, mesmo sem o clima de antes. Antes de sair do quarto, ele deu uma breve olhada, para aquele quarto ensangüentado. Sexo selvagem, deve ter pensado a camareira do motel.
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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirachei q fosse morrer de tanto q ri!!!!!
d++++++
adorei