O que mais senti falta durante o tempo de namoro não foi de sair, transar com mulheres diferentes. Senti falta de flertar. Em alguns lugares chamam de xaveco, em outros de trovar. Questões lingüísticas a parte, o mais interessante é a aproximação. Já vi o Roger usando muito a criatividade, buscando ser original ou diferente dos outros, se é que isso é possível.
Bom era no tempo das cartas, onde dizíamos de forma pensada o que pensávamos. Vivi esse período, troquei algumas cartas. Achava um inconveniente ir até uma agência dos Correios, mas gostava quando o carteiro trazia algo a mim remetido. Nunca troquei e-mails amorosos, pulei essa etapa. Passei direto para a rasgação deslavada no MSN. Também vivi uma fase onde não fazíamos nada. Uma amiga ou amigo fazia o trabalho mais difícil. Restava-nos o atropelamento. Era chegar e pegar. Questões históricas para introdução do assunto, mas me refiro a outro tipo de aproximação. A troca de olhares. Uma dança. Uma cantada. A conquista em si.
É de praxe que em qualquer aproximação ocorra uma apresentação de protocolo, que começa com um cumprimento simples. Pouco tem se usado o piscar de olhos. Depois pergunta-se de onde vem, o que faz. Evita-se perguntar sobre o tempo, e também usar cantadas manjadas. Bom, chega de ladainha e vamos aos causos.
Certa vez, numa festa, flertando sem sucesso, um amigo nosso tenta a aproximação:
- Oi. Qual teu nome?
- Sou surda! - disse a moça virando o rosto.
Olha, não acho que ninguém seja obrigado a ficar com ninguém. Mas, a mulher faz chapinha por meia hora, passa maquiagem nos cílios, em cima dos olhos, embaixo dos olhos, talvez dentro dos olhos, depila em cima, em baixo, virilha, vagina, ânus, passa pós, cremes, hidratantes para mãos, para os pés, para as pernas, talvez para unhas, coloca uma calcinha pequena, uma roupa bonita, jóias e bijuterias e vai numa festa pra se dizer surda ao invés de agir com maturidade e ser simpática com meu amigo! Não é feio, nem deselegante dizer que não está interessada, que não está afim, que está de olho em outro cara, qualquer coisa. Mas dizer-se surda!? Que seja castigada.
Essa não faz parte daquelas que só saem pra dançar. Sim, tem um grupo de mulheres que só saí pra dançar. Gostam de dançar, precisam dançar. Acordam pela manhã de sábado e pensam: Hoje quero dançar muito! O problema desse grupo é achar homens que só saem pra dançar. Eu desconheço. Que graça tem só dançar? Sugiro freqüentar grupos de danças, danças folclóricas, jazz, danças de salão.
Um dia um conhecido disse pra uma menina, escorada no balcão:
- Sabia que tu és a mulher mais bonita da festa?
- Pena que eu não posso dizer o mesmo. - disse ela, olhando de cima a baixo, com arrogância nos lábios.
Perspicaz, ele pensou com a rapidez de um repórter do CQC:
- Então faz que nem eu: mente!
E o outro caso, de um outro amigo meu que, ao abordar a moça, com perguntas padrões, ouviu essa pérola:
- Vocês sempre com esse papinho trouxa! Sempre a mesma coisa. Qual teu nome? O que tu faz? Que saco!
Ele voltou chateado, pro nosso grupo. O que faz uma mulher dessa numa festa? Que sentido tem a vida pra ela? Quantos dias ainda teria de vida, antes de cortar os pulsos? Seria falta de sexo essa falta de educação, essa falta de senso de humor? E não tem TPM que justifique isso. O Roger comprou a briga. Foi a até ela e mostrou, que nós homens temos outras formas de chegar numa mulher:
- Oi! Tu chupas?
- ...
- Tu engole ou cospe? Tu já levastes uma bolada nos queixos? E uma cabeçada no céu da boca? - perguntando em alto e bom som pra delírio dos incrédulos amigos e surpresa da moça.
É meninas complicadas, melhor facilitar as coisas, serem mais gentis, simpáticas e educadas, não custa nada. Afinal, o Roger tem ido em muitas festas por aí.
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Como diz um amigo meu: "Tem mulher q vai pra festa obrigada pela mãe, na verdade ela queria ficar em casa vendo supercine". Deve ser por isso q passa a festa inteira de cara fechada, olhando pro nada e surdas! Uma pena pra ela, porque existem as simpáticas...
ResponderExcluirBaita crônica!
Abração