sexta-feira, 30 de abril de 2010

o relato

Queria um conto sobre o Viagra. Lembro do Paulo Santana, que escreveu uma crônica, na sua coluna da Zero Hora sobre o assunto. Achei interessante. Procurei um amigo, que trabalha com remédios. Consegui uma amostra. Não era exatamente o Viagra, e sim outro estimulante sexual menos popular.
- Toma meio!
- Só meio comprimido?
- Sim, já vai te ajudar.
Como dividir ao meio um comprimido pequeno daqueles? Impossível. Resolvi tomar todo. Receoso que estava, salvei o número da SAMU no celular, para ligar para emergência. Como estava tomando sem orientação médica tive medo de ter uma parada cardíaca ou qualquer outra coisa. Não sou hipocondríaco, muito pelo contrário. É que tenho medo de remédios, até mesmo de aspirina. Faço parte de um grupo de pessoas que não acreditam em químicas para melhorar algo, que a natureza pode cuidar sozinha. Minha receita para dor de cabeça, por exemplo, é um chá de camomila ou cidreira com bolacha água e sal. Para um resfriado, mel e limão. Ou uma cachaça com mel e limão é o meu remédio mais eficaz para desentupir meu nariz.
E se o estimulante não funcionasse? Sabe-se lá que efeitos teria o comprimido. Brochar com um Viagra seria vergonhoso, caso raro de “pau mol”. Escolhi a dedo a mulher para ser a minha cobaia nessa experiência. Teria que ser uma que eu já tivesse certa intimidade, e que já tivesse comprovado meu desempenho sexual em condições normais. Escolhida a mulher, era preciso combinar a ocasião certa.
Data marcada, quinze minutos antes dela chegar, ingiro o comprimido azul inteiro, com água. Quando começou a fazer efeito, tive a sensação estranha, a qual descrevo como incômoda. O coração passou a pulsar de forma mais intensa. Nem menos rápida, nem mais lenta. Ouvia meus próprios batimentos. Tive até que aumentar o volume da televisão. Meu coração passou a saltar, como se quisesse sair do peito em direção a uma pista de atletismo, e lá ficar pulando e pulando sem parar. Mas, o pior era a sensação de acaloramento. Faces ruborizadas, um calorão nas bochechas. A impressão de que a temperatura corpórea estava acima da média costumeira. Quase um febrão.
Particularmente, imaginava que o estimulante deixaria meu pau duro como uma pedra. Porém, os efeitos atingiram todo meu corpo, menos o meu pau. O comprimido mexe com o desejo sexual, aumenta a vontade de fazer sexo, mas não interferiu na minha ereção.
Antes do orgasmo, a libido foi diminuindo, e aos poucos voltei ao meu estado normal. Diga-se de passagem, para o meu bem, e principalmente, para alívio da parceira cobaia que em nenhum momento desconfiou do uso do “medicamento”. E o conto virou apenas um relato.

Um comentário:

  1. Nossa!!
    Mas o Roger é mesmo corajoso!!!
    Imagina se da um efeito colateral tipo ficar tudo molen molen... tudinho!!
    Ou senão, tudo duro, tudo mesmo nem conseguir encolher as pernas!!
    Ia ser muito engraçado!! Mas garanto q a "parceira cobaia" notou diferença, algum detalhe, como por exemplo, o "quase febrão"!!

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