Venho por meio desta... propor um fórum nacional para estipular algumas regras de convívio, aproximação e outras de cunho sexual entre homens e mulheres.
Acontece que tenho lido alguns blogs escritos por mulheres. Na verdade sempre li o que mulheres escrevem, porém ultimamente tenho notado que as Marthas Medeiros mirins estão confusas, deitando nos divãs da escrita, tanto quanto nós homens estamos há muito tempo, em virtude da revolução feminina que nos assola desde a invenção do anticoncepcional.
Proponho um encontro com várias lideranças, ou não, homens e mulheres que possam escrever uma Carta, um Acordo para o bem comum. Pensei em Fernando de Noronha, o que acham? Mas topo qualquer outro lugar paradisíaco do nosso litoral.
Deveremos nos manter sóbrios durante os debates, até a formulação do Acordo de Noronha. Isso deve demorar uns dois dias, no máximo. Depois, precisamos de umas duas semanas de convívio intenso (festas, fodas e eventos sociais). O período do encontro deve ser suficiente para que enfrentemos algumas turbulências (TPM's) em conjunto.
Os principais debates devem girar em torno do estabelecimento de regras que definam os limites (até onde ir, o que significa convidar para jantar, apresentar a família), que padronizem gestuais (braços cruzado, cotovelo na mesa, mãos no bolso, coçada no saco) e vestimentas (mini-saias, calcinhas vermelhas). Nos dias atuais, nós homens não sabemos nossos limites, até onde podemos ir, se uma guria está ou não dando bola.
Vou explicar aos mais novos como era mais fácil no passado: os homens ficavam num canto do salão, as mulheres noutro, os homens tiravam a mulher para dançar, eles conversavam, se houvesse afinidade eles se conheciam melhor, depois namoravam, depois noivavam, depois casavam e finalmente trepavam. As variações existiam, mas com o passar do tempo modificaram-se bastante, a ponto deses dias o Roger comer uma desconhecida que após o sexo continuou uma desconhecida, pode isso? Os relacionamentos estão embaralhados de vez.
Em churrascos de amigos, nos perguntamos o que leva uma moça a passar horas se produzindo, arrumando penteados, passando pós e cremes cheirosos, calçando saltos desconfortáveis e enfiando calcinhas minúsculas e também desconfortáveis para simplesmente desfilar em uma festa.
Mulheres se vestem mesmo para mulheres? Por que não olham nos olhos, por que não correspondem a investidas? Passar a mão no cabelo quer dizer alguma coisa? Mulheres podem tomar a iniciativa? Devem tomar a iniciativa? Por isso esse fórum é de grande valia. Precisamos entendê-las antes que o mundo vire gay de vez. Precisamos de uma verba para organizar esse evento. Será que o Bolsonaro consegue essa verba pra nós?
quinta-feira, 26 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
desperdício extraordinário
A capacidade humana de não se sustentar me surpreende. Tudo conspira em direção ao final dos tempos, se depender de nós mesmos. As sociedades em geral, com raríssimas exceções, e o Japão é uma delas, não são capazes de manter-se por muitos anos. Se você colocar um ser humano dentro de um terreno com 300m², ele não deverá sobreviver por muito tempo.
O premiado documentário Lixo Extraordinário, do artista Vik Muniz (foto abaixo), fala disso, sobretudo. Também fala de arte, também fala de inclusão social e também fala da realidade brasileira.
Porém, o tapa na cara da nossa sociedade consumista dói. Somos uma sociedade “descartista”, do PVC, da sacola plástica, que não separa lixo, que usa impressora ao invés do escâner (sim!, essa palavra existe em português). E poucos fazem alguma coisa para mudar isso. Tratamos todo lixo como lixo rejeito (que não pode ser tratado ou reciclado). Cidades inteiras não reciclam seu lixo. Aliás, o lixo e a coleta seletiva sequer são citados em campanhas eleitorais municipais. De certo, são assuntos de pequena importância nos debates eleitoreiros (sic). Salve! Salve!, após tramitar por 20 anos no Congresso Nacional, ano passado foi instituída a lei 12305/10, que criou a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos). A PNRS define princípios, conceitos, instrumentos e diretrizes para gestão dos resíduos sólidos, responsabiliza empresas pelo recolhimento de produtos descartáveis (logística inversa), incluí municípios e sociedade em geral.
Voltando a sétima arte, no documentário, fica evidente que é mais fácil trocar uma cadeira de praia, que custa pouco sim, do que mandar arrumar uma antiga. Por isso fui motivo de piadas quando arrumei a minha velha cadeira de praia.
De fato, como tudo é feito para ser descartado, os preços se assemelham. Economizei apenas cinco reais, mas dormi tranqüilo. Cabe a nós, a mudança de atitude. Acredito que ela já tenha começado.
salva de um lixão, rumo a eternidade...
***
Infelizmente, o filme não circulou pelos cinemas das cidades do interior. Espero que circule pelas escolas.
http://www.lixoextraordinario.net/
quarta-feira, 18 de maio de 2011
errar é humano
Para os que não lêem jornal por preguiça, desinteresse ou falta de tempo, lhes aviso que o tema do momento é - passada a morte do ex soldado americano Bin Laden - Antônio Palocci, o Ministro todo-poderoso da Casa Civil. Discute-se no Brasil se deve-se ou não, investigar o seu enriquecimento, no mínimo suspeito. Para quem não sabe, seu patrimônio “vinteplicou”. Veja bem, o cara tinha uma moeda de 1 real e quatro anos depois passou a ter 20 reais. Parece fácil, mas estamos falando de valores bem maiores.
Posso garantir que se procurem algo, alguma coisa vão achar. Talvez não o que procuram, mas outras coisas com certeza. Certa vez li algo que duvidei: pesquisadores de Massachusetts, ou do raio-que-o-parta, afirmaram veementemente que todos nós já cometemos alguma infração. Devo ter lido isso lá pelos meus 12 anos, e pensei: filhos-d’uma-puta! Os pesquisadores descobriram que bato punheta no banho. De fato, era meu único ato “ilícito” até então. Cresci com aquilo me perturbando. Será que todos nós, em algum momento, somos infratores? Transgressores? Violamos regras de quando em vez? Eu, tudo bem. Mas, a freira ali da igreja também? E não me refiro as leis divinas, e sim as leis do homem.
Tive certeza que todos nós somos infratores quando descobri que se um motorista tira o carro da garagem sem o cinto de segurança, ele é um infrator. Sabiam? Agora me digam, quem tira o carro da garagem com o cinto devidamente fixado? Qual motorista nunca aproveitou sinal amarelo de um semáforo? Quem para o carro numa placa de PARE?Quem vê uma nota de 50 reais no chão e a deixa no chão, afinal ela não é sua? Quem avisa que a garçonete não anotou o refrigerante na comanda? Qual pai não disse para o filho mentir que tinha 8 anos para não pagar o ônibus e pular a catraca? Quem nunca baixou um filme pela internet? Uma mera música? Quem nunca colou numa prova?
A lei é clara e ainda calcula a sua gravidade. Não há inocentes. Todos nós somos infratores, todos erramos, apenas alguns não são descobertos. Não há hombridade em julgar alguém que faz um “gato” para economizar luz, enquanto sonega o imposto de renda. Deixemos de cuspir para cima. Os pseudos pesquisadores tinham razão. Ninguém passa imune durante uma vida inteira. Mas, confesso, acho que o Palocci está bem enrolado.
Posso garantir que se procurem algo, alguma coisa vão achar. Talvez não o que procuram, mas outras coisas com certeza. Certa vez li algo que duvidei: pesquisadores de Massachusetts, ou do raio-que-o-parta, afirmaram veementemente que todos nós já cometemos alguma infração. Devo ter lido isso lá pelos meus 12 anos, e pensei: filhos-d’uma-puta! Os pesquisadores descobriram que bato punheta no banho. De fato, era meu único ato “ilícito” até então. Cresci com aquilo me perturbando. Será que todos nós, em algum momento, somos infratores? Transgressores? Violamos regras de quando em vez? Eu, tudo bem. Mas, a freira ali da igreja também? E não me refiro as leis divinas, e sim as leis do homem.
Tive certeza que todos nós somos infratores quando descobri que se um motorista tira o carro da garagem sem o cinto de segurança, ele é um infrator. Sabiam? Agora me digam, quem tira o carro da garagem com o cinto devidamente fixado? Qual motorista nunca aproveitou sinal amarelo de um semáforo? Quem para o carro numa placa de PARE?Quem vê uma nota de 50 reais no chão e a deixa no chão, afinal ela não é sua? Quem avisa que a garçonete não anotou o refrigerante na comanda? Qual pai não disse para o filho mentir que tinha 8 anos para não pagar o ônibus e pular a catraca? Quem nunca baixou um filme pela internet? Uma mera música? Quem nunca colou numa prova?
A lei é clara e ainda calcula a sua gravidade. Não há inocentes. Todos nós somos infratores, todos erramos, apenas alguns não são descobertos. Não há hombridade em julgar alguém que faz um “gato” para economizar luz, enquanto sonega o imposto de renda. Deixemos de cuspir para cima. Os pseudos pesquisadores tinham razão. Ninguém passa imune durante uma vida inteira. Mas, confesso, acho que o Palocci está bem enrolado.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
presente divino
Quando o Roger voltava pra casa, caminhando e assoviando, foi abordado por uma senhora. Ela encostou a caminhonete importada, baixou o vidro e fez o convite, num tom sedutor:
- Oi. Quer dar uma volta?
A reação de qualquer homem numa situação dessas é imprevisível, diante do ineditismo. As pernas dele tremeram, o coração disparou, a mão ficou suada. Aproximou-se para verificar o que havia de errado com a mulher. Aproximou-se e ela foi ficando cada vez mais linda. Pôs a cabeça quase dentro do automóvel que cheirava a novo. Deparou-se com uma mulher com aproximadamente quarenta anos, loira, seios siliconados, jeitosamente cobertos por um vestido preto decotado. O vestido não cobria os joelhos, muuuuito pelo contrário. Parecia um cinto largo, que mal cobria a calcinha. As coxas bronzeadas reluziam. Bronzeamento artificial tem seus méritos no inverno gaúcho. O bronzeado só não reluzia mais do que as jóias caras que decoravam aquele belo exemplar do sexo oposto. Na mão esquerda, uma também reluzente aliança denunciando o matrimônio. Definitivamente não tratava-se de um travesti.
Foram menos de trinta segundos, que forçaram uma resposta imediata por parte do acuado rapaz, e da insistência da loira:
- Vamos ou não vamos?
Roger precisava de mais tempo. Não para decidir, e sim para acreditar. Então, agiu feito um idiota ganhando tempo:
- Eu?
Claro que era, besta!. Não havia mais ninguém ali, as três da matina. Estava agindo feito um covarde. Pensou que poderia ser um assalto, mas logo pensou que nem sangrando teria mais do que dez reais na carteira e mais do que trinta pila do cheque especial no banco. Afastou a possibilidade de assalto ou seqüestro relâmpago. Correu o olho pelo banco traseiro, receoso de que houvesse um homem que pudesse judiá-lo. Não havia. Pensou em olhar para cima e ter um lero-lero com o Cara aquele. Que dádiva divina era aquela! Seria uma tentativa desesperada de Deus para que ele fizesse a primeira comunhão? Depois perguntou:
- Volta onde?
- Para o meu apartamento. Quero sexo. Sexo casual! - frisou.
Era uma pegadinha. Aguardou pela chegada do Ivolanda ou do Malandro. Imaginou-se na televisão, servindo de piada a todo Brasil. Cadê a Van com as câmeras? Ué, não havia nenhum carro na rua. Algo estava, estranhamente, muito perfeito para ser verdade. Sempre pediu para que isso acontecesse. Sempre desejou o improvável, e o improvável estava acontecendo. Sexo fácil, objetivo, sem nomes, derrubando regras, mitigando barreiras.
Pensou que poderia agir com maturidade e com a grandeza de um homem correto, que segue uma linha correta da família e dos princípios morais, negando a carona e o sexo com a coroa gostosa. Não precisava disso, não teria graça. Mas, logo percebeu que seu pensamento era falso como uma nota de trinta reais, já que não seguia linha correta coisa nenhuma, sequer tinha princípios, meios e fins. Jamais negaria a carona.
- Você é casada?
- Importa? - incomodou-se ela.
Era sexo casual, o mesmo que fizera tantas vezes com moças que ofereceu carona. A diferença, dessa vez, era que o objeto havia mudado de gênero. Iria aceitar e entregar-se àquela mulher cheirosa, cujo cheiro teimava em sair pela janela, aquecido pelo ar condicionado. Quando preparou-se para dizer sim, surge um outro rapaz na esquina a frente. Passos firmes, mais alto, mais arrumado, menos barrigudo. A mulher não se despediu do objeto. Engatou a primeira e em dois segundos abordou o outro rapaz, que apagou o cigarro que fumava e entrou decididamente no carro importado que logo desaparecia no horizonte.
Desde então Roger anda cabisbaixo. Encontro com ele de quando em vez, indo e vindo do psicólogo. Depois disso, somente deseja aquilo que está preparado o suficiente para fazer.
- Oi. Quer dar uma volta?
A reação de qualquer homem numa situação dessas é imprevisível, diante do ineditismo. As pernas dele tremeram, o coração disparou, a mão ficou suada. Aproximou-se para verificar o que havia de errado com a mulher. Aproximou-se e ela foi ficando cada vez mais linda. Pôs a cabeça quase dentro do automóvel que cheirava a novo. Deparou-se com uma mulher com aproximadamente quarenta anos, loira, seios siliconados, jeitosamente cobertos por um vestido preto decotado. O vestido não cobria os joelhos, muuuuito pelo contrário. Parecia um cinto largo, que mal cobria a calcinha. As coxas bronzeadas reluziam. Bronzeamento artificial tem seus méritos no inverno gaúcho. O bronzeado só não reluzia mais do que as jóias caras que decoravam aquele belo exemplar do sexo oposto. Na mão esquerda, uma também reluzente aliança denunciando o matrimônio. Definitivamente não tratava-se de um travesti.
Foram menos de trinta segundos, que forçaram uma resposta imediata por parte do acuado rapaz, e da insistência da loira:
- Vamos ou não vamos?
Roger precisava de mais tempo. Não para decidir, e sim para acreditar. Então, agiu feito um idiota ganhando tempo:
- Eu?
Claro que era, besta!. Não havia mais ninguém ali, as três da matina. Estava agindo feito um covarde. Pensou que poderia ser um assalto, mas logo pensou que nem sangrando teria mais do que dez reais na carteira e mais do que trinta pila do cheque especial no banco. Afastou a possibilidade de assalto ou seqüestro relâmpago. Correu o olho pelo banco traseiro, receoso de que houvesse um homem que pudesse judiá-lo. Não havia. Pensou em olhar para cima e ter um lero-lero com o Cara aquele. Que dádiva divina era aquela! Seria uma tentativa desesperada de Deus para que ele fizesse a primeira comunhão? Depois perguntou:
- Volta onde?
- Para o meu apartamento. Quero sexo. Sexo casual! - frisou.
Era uma pegadinha. Aguardou pela chegada do Ivolanda ou do Malandro. Imaginou-se na televisão, servindo de piada a todo Brasil. Cadê a Van com as câmeras? Ué, não havia nenhum carro na rua. Algo estava, estranhamente, muito perfeito para ser verdade. Sempre pediu para que isso acontecesse. Sempre desejou o improvável, e o improvável estava acontecendo. Sexo fácil, objetivo, sem nomes, derrubando regras, mitigando barreiras.
Pensou que poderia agir com maturidade e com a grandeza de um homem correto, que segue uma linha correta da família e dos princípios morais, negando a carona e o sexo com a coroa gostosa. Não precisava disso, não teria graça. Mas, logo percebeu que seu pensamento era falso como uma nota de trinta reais, já que não seguia linha correta coisa nenhuma, sequer tinha princípios, meios e fins. Jamais negaria a carona.
- Você é casada?
- Importa? - incomodou-se ela.
Era sexo casual, o mesmo que fizera tantas vezes com moças que ofereceu carona. A diferença, dessa vez, era que o objeto havia mudado de gênero. Iria aceitar e entregar-se àquela mulher cheirosa, cujo cheiro teimava em sair pela janela, aquecido pelo ar condicionado. Quando preparou-se para dizer sim, surge um outro rapaz na esquina a frente. Passos firmes, mais alto, mais arrumado, menos barrigudo. A mulher não se despediu do objeto. Engatou a primeira e em dois segundos abordou o outro rapaz, que apagou o cigarro que fumava e entrou decididamente no carro importado que logo desaparecia no horizonte.
Desde então Roger anda cabisbaixo. Encontro com ele de quando em vez, indo e vindo do psicólogo. Depois disso, somente deseja aquilo que está preparado o suficiente para fazer.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
o elo perdido, digo, encontrado
Durante minha vida pude me deparar com alguns mistérios insolúveis, mitos incríveis e outras tantas histórias que, por vezes, pareciam fruto de uma mente insana. Verdade!
Mas foi na faculdade, sempre na faculdade, que me deparei com um dos maiores mistérios do mundo, algo que durante quase um década assolou a mim e meu colegas, doravante denominados como “A diretoria”.
Pois bem, numa bela noite na faculdade de turismo, na Barroso ainda, lembram?... surge aquela figura incomum, fala grossa, cara de colono e cabelinho de hippie...Naturalmente despertou curiosidade e em seguida questionamentos, até aí tudo estava indo bem, perguntavasse o nome, a idade, se era viado, virgem, etc e o assustado alemãonzinho respondia com sua voz de locutor, por vezes intelegível. Eis que surge a pergunta fatal...algum inoportuno, que no momento não recordo quem foi, mas irei convencionar como sendo o Ronaldo que era quem sempre fazia merda, perguntou: De onde tu és???? Putz! E agora, caiu a casa, o alemãozinho ficou mais branco, mais nervoso e mais desconsertado que já estava, mas não teve como fugir e a resposta veio: De Vanini!!! A atmosfera agora tensa foi cruzada por olhares incrédulos, o silêncio tomou conta daquele lugar até que foi definitivamente rompido com uma gargalhada seguida de outras mais e logo das perguntas: Onde fica isso? Existe mesmo?? Tu tá brincando???
O coitado do alemão acuado e sem provas que sustentassem a blasfêmia proferida contentou-se apenas em rebater dizendo: Existe sim!!!! Coitado, o que faz uma mente doentia... e na época nem existia o crack ainda...!!!!
O tempo foi passando e o alemãozinho, que na verdade era italiano e se chamava Felipe, foi ganhando a confiança da diretoria e a admiração das gurias...Já era agora um ser civilizado, sabia beber e não precisava voltar pra casa antes das 22horas...que evolução!!!
Tudo já havia ficado no passado e ninguém lembrava mais dos delírios da época de insanidade, Vanini era uma alucinação que não o atormentava mais....era o que pensávamos!!! Um dia o coitado teve um outro surto, desta vez intenso. Apontou para um grande mapa do glorioso estado do Rio Grande do Sul e afirmou: Vou mostrar pra vocês onde está Vanini!!! Todos impressionados pararam o que estavam fazendo e vieram ver de perto, seria possível que aquele louco poderia ter afinal algum lapso de sanidade??? Poderia realmente existir uma cidade ou mesmo um povoado chamado Vanini??
Infelizmente não, após alguns minutos desconsertantes de busca no mapa o coitado do Felipe não encontrou nada, nada, nada mesmo. Confesso que tive pena, por um instante achei realmente que tal lugar existisse.
Uma década depois estou eu nas minhas andanças sem fim pelo glorioso Estado do Rio Grande do Sul quando me deparo com uma placa onde dizia: Casca a tantos quilômetros....Casca??? humm..esse nome??!! De onde??....De repente um estalo...Felipe!!! Sim o alemãozinho em vários de seus delírios mencionava a tal cidade de Casca com sendo próxima à imaginária Vanini....seria possível!!!??? Olho no relógio, o tempo esta estourado...azar, talvez nunca mais tenha a oportunidade. Dei meia volta e entrei na tal cidadezinha, olho um senhor andando pela calçada e pergunto: O sr. conhece Vanini???? O vellhinho dá um sorriso, chega bem próximo ao meu ouvido e sussura: Moço, meu avô contava um história sobre essa tal Vanini, mas eu pessoalmente nunca vi, siga por aquela estrada alí ó, quem sabe o senhor ache. E agora pensei eu, me meter numa estrada que leva sei lá onde....azar vamos ver aonde vai dar. Segui pela estrada com pressa, pressa demais até, uns vinte quilômetros depois já estava pensando em desistir, de repente uma placa: Bem vindo a.....Porra a o quê, dei uma volta abrupta quase um cavalo-de-pau e retornei...as mãos trêmulas, um frio na espinha, a palpitação crescia enquanto a cabeça fazia um rápido feedback de toda minha vida...Parei o carro, mas me faltava coragem para olhar.....respirei fundo, juntei coragem e olhei....!!! dizia: BEM VINDO À VANINI!!
Morram homens de pouca fé, incrédulos em geral e céticos de plantão, a verdade veio à tona...!!! Te cuida Steve Jobs, o mundo nunca mais será o mesmo. Já estou vendo ordas de turistas chegando do mundo tudo, adesivos nos carros “eu estive em Vanini”, eu sendo entrevistado pela National Geographic, o descobridor de Vanini!!! Vou escrever um livro contando a saga deste que foi o achado arqueológico do século....
Vanini existe sim e eu estive lá!
Brincadeiras a parte! Meu grande abraço ao simpático e amigável povo de Vanini, uma bonita, impecável e organizada cidadezinha do interior Gaúcho, mais um recanto perdido neste glorioso estado do Rio Grande do Sul!
***
Essa história foi enviada pelo amigo e tio Ike (hashashdahshe), que aprendeu muito sobre arqueologia viajando com o professor Fábio...
Mas foi na faculdade, sempre na faculdade, que me deparei com um dos maiores mistérios do mundo, algo que durante quase um década assolou a mim e meu colegas, doravante denominados como “A diretoria”.
Pois bem, numa bela noite na faculdade de turismo, na Barroso ainda, lembram?... surge aquela figura incomum, fala grossa, cara de colono e cabelinho de hippie...Naturalmente despertou curiosidade e em seguida questionamentos, até aí tudo estava indo bem, perguntavasse o nome, a idade, se era viado, virgem, etc e o assustado alemãonzinho respondia com sua voz de locutor, por vezes intelegível. Eis que surge a pergunta fatal...algum inoportuno, que no momento não recordo quem foi, mas irei convencionar como sendo o Ronaldo que era quem sempre fazia merda, perguntou: De onde tu és???? Putz! E agora, caiu a casa, o alemãozinho ficou mais branco, mais nervoso e mais desconsertado que já estava, mas não teve como fugir e a resposta veio: De Vanini!!! A atmosfera agora tensa foi cruzada por olhares incrédulos, o silêncio tomou conta daquele lugar até que foi definitivamente rompido com uma gargalhada seguida de outras mais e logo das perguntas: Onde fica isso? Existe mesmo?? Tu tá brincando???
O coitado do alemão acuado e sem provas que sustentassem a blasfêmia proferida contentou-se apenas em rebater dizendo: Existe sim!!!! Coitado, o que faz uma mente doentia... e na época nem existia o crack ainda...!!!!
O tempo foi passando e o alemãozinho, que na verdade era italiano e se chamava Felipe, foi ganhando a confiança da diretoria e a admiração das gurias...Já era agora um ser civilizado, sabia beber e não precisava voltar pra casa antes das 22horas...que evolução!!!
Tudo já havia ficado no passado e ninguém lembrava mais dos delírios da época de insanidade, Vanini era uma alucinação que não o atormentava mais....era o que pensávamos!!! Um dia o coitado teve um outro surto, desta vez intenso. Apontou para um grande mapa do glorioso estado do Rio Grande do Sul e afirmou: Vou mostrar pra vocês onde está Vanini!!! Todos impressionados pararam o que estavam fazendo e vieram ver de perto, seria possível que aquele louco poderia ter afinal algum lapso de sanidade??? Poderia realmente existir uma cidade ou mesmo um povoado chamado Vanini??
Infelizmente não, após alguns minutos desconsertantes de busca no mapa o coitado do Felipe não encontrou nada, nada, nada mesmo. Confesso que tive pena, por um instante achei realmente que tal lugar existisse.
Uma década depois estou eu nas minhas andanças sem fim pelo glorioso Estado do Rio Grande do Sul quando me deparo com uma placa onde dizia: Casca a tantos quilômetros....Casca??? humm..esse nome??!! De onde??....De repente um estalo...Felipe!!! Sim o alemãozinho em vários de seus delírios mencionava a tal cidade de Casca com sendo próxima à imaginária Vanini....seria possível!!!??? Olho no relógio, o tempo esta estourado...azar, talvez nunca mais tenha a oportunidade. Dei meia volta e entrei na tal cidadezinha, olho um senhor andando pela calçada e pergunto: O sr. conhece Vanini???? O vellhinho dá um sorriso, chega bem próximo ao meu ouvido e sussura: Moço, meu avô contava um história sobre essa tal Vanini, mas eu pessoalmente nunca vi, siga por aquela estrada alí ó, quem sabe o senhor ache. E agora pensei eu, me meter numa estrada que leva sei lá onde....azar vamos ver aonde vai dar. Segui pela estrada com pressa, pressa demais até, uns vinte quilômetros depois já estava pensando em desistir, de repente uma placa: Bem vindo a.....Porra a o quê, dei uma volta abrupta quase um cavalo-de-pau e retornei...as mãos trêmulas, um frio na espinha, a palpitação crescia enquanto a cabeça fazia um rápido feedback de toda minha vida...Parei o carro, mas me faltava coragem para olhar.....respirei fundo, juntei coragem e olhei....!!! dizia: BEM VINDO À VANINI!!
Morram homens de pouca fé, incrédulos em geral e céticos de plantão, a verdade veio à tona...!!! Te cuida Steve Jobs, o mundo nunca mais será o mesmo. Já estou vendo ordas de turistas chegando do mundo tudo, adesivos nos carros “eu estive em Vanini”, eu sendo entrevistado pela National Geographic, o descobridor de Vanini!!! Vou escrever um livro contando a saga deste que foi o achado arqueológico do século....
Vanini existe sim e eu estive lá!
Brincadeiras a parte! Meu grande abraço ao simpático e amigável povo de Vanini, uma bonita, impecável e organizada cidadezinha do interior Gaúcho, mais um recanto perdido neste glorioso estado do Rio Grande do Sul!
***
Essa história foi enviada pelo amigo e tio Ike (hashashdahshe), que aprendeu muito sobre arqueologia viajando com o professor Fábio...
sábado, 7 de maio de 2011
click
Estou com problemas. Bom, talvez isso não seja novidade para quem convive comigo. Mas, desta vez, estou com problemas mais complexos. Já havia percebido que eu estava diferente. Costumo ficar assim no início do inverno, porém nesse inverno meus problemas estão mais intensos. Percebi isso hoje, enquanto assistia (de novo) ao filme Click.
O filme tem cinco partes engraçadas, descontraídas. E uma triste, agoniante. Meus olhos marejaram em uma engraçada. E chorei copiosamente na triste. Uma sensibilidade quase gay.
Acontece que gosto do filme. O filme tem uma mensagem, que talvez passe imperceptível às pessoas. Acho que todo mundo viu o filme, né? O cara consegue um controle remoto mágico onde pode avançar ou retroagir no tempo e tal, lembram? Pois a mensagem implícita está na forma como aproveitamos o nosso tempo. No filme, o personagem avança no tempo, e em determinado momento, o controle remoto avança o tempo por conta própria, para agonia do personagem. A vida ocorre sem problemas, sem dificuldades, sem discussões.
Aí me bate o desespero. Não tenho controle remoto nenhum, e o tempo parece avançar num apertar de botões. Tenho a impressão que não aproveitei meus avós, meus pais, meus afilhados, minha família, meus amigos e minha infância. Ontem, tentava me lembrar de alguma história divertida da minha infância ou adolescência e não lembrei. Talvez por fazer muito tempo, é verdade. Mas, ainda tenho boa memória. Espero não ser o único a ter essa sensação. A sensação que o tempo voa. A impressão que não vivi o suficiente para ter vivido por 30(!) anos. Pode ser uma crise existencial de um trintão, pode sim. Mas como explicar que já sentia isso ano passado ou retrasado? Será que passei muito tempo embriagado e não aproveitei a vida? Será que vivemos intensamente o suficiente para morrermos satisfeitos? Eu ainda não posso morrer ainda.
Estou me sentindo uma Lya Luft. Detesto ler a Lya Luft. O que me consola é escrever aqui e economizar com a terapia. Se tivesse um controle remoto apertaria o slow motion.
O filme tem cinco partes engraçadas, descontraídas. E uma triste, agoniante. Meus olhos marejaram em uma engraçada. E chorei copiosamente na triste. Uma sensibilidade quase gay.
Acontece que gosto do filme. O filme tem uma mensagem, que talvez passe imperceptível às pessoas. Acho que todo mundo viu o filme, né? O cara consegue um controle remoto mágico onde pode avançar ou retroagir no tempo e tal, lembram? Pois a mensagem implícita está na forma como aproveitamos o nosso tempo. No filme, o personagem avança no tempo, e em determinado momento, o controle remoto avança o tempo por conta própria, para agonia do personagem. A vida ocorre sem problemas, sem dificuldades, sem discussões.
Aí me bate o desespero. Não tenho controle remoto nenhum, e o tempo parece avançar num apertar de botões. Tenho a impressão que não aproveitei meus avós, meus pais, meus afilhados, minha família, meus amigos e minha infância. Ontem, tentava me lembrar de alguma história divertida da minha infância ou adolescência e não lembrei. Talvez por fazer muito tempo, é verdade. Mas, ainda tenho boa memória. Espero não ser o único a ter essa sensação. A sensação que o tempo voa. A impressão que não vivi o suficiente para ter vivido por 30(!) anos. Pode ser uma crise existencial de um trintão, pode sim. Mas como explicar que já sentia isso ano passado ou retrasado? Será que passei muito tempo embriagado e não aproveitei a vida? Será que vivemos intensamente o suficiente para morrermos satisfeitos? Eu ainda não posso morrer ainda.
Estou me sentindo uma Lya Luft. Detesto ler a Lya Luft. O que me consola é escrever aqui e economizar com a terapia. Se tivesse um controle remoto apertaria o slow motion.
terça-feira, 3 de maio de 2011
a exibicionista
Quando ela pôs o pé esquerdo no painel do carro, ele correu os olhos, começando pelo sapato de salto alto na cor vermelha, passando pelas canelas grossas, joelho, chegando nas coxas roliças. Foi quando percebeu que o pé direito já estava posicionado no outro lado do painel, com a coxa encostada junto a porta do veículo. Os seios destapados estavam soltos, já que as alças do vestido preto haviam sido deslocadas dos ombros em direção aos braços. As mãos estavam no meio das pernas. Uma arredava a calcinha, e a outra acariciava o clitóris.
Por sorte não bateu o carro contra os postes. Por sorte os motoristas dos outros carros não colidiram entre si. Sorte tiveram os passageiros do ônibus, homens e mulheres, que ficaram abismados com a cena. Um rapaz sacou o celular e conseguiu bater algumas fotos, enquanto o ônibus era ultrapassado.
Ele já não sabia se ajudava na masturbação dela, ou na sua mesmo, ou então se dirigia em direção ao motel. Faltaram mãos, sobrou tesão. Principalmente quando ela arrancou a calcinha e jogou no banco traseiro. O sulco vaginal escorria pelo banco do carro. O cheiro do sexo exalava no interior do veículo. Ainda faltariam quinze minutos até o motel.
Ela debruçou-se sobre o seu colo e começou um sexo oral. Ele evitava acidentes, bem como procurava manter os olhos abertos. A bem da verdade, as buzinas dos outros veículos que transitavam nas outras pistas o mantinham acordado. Após deixá-lo completamente melado com sua saliva, ela escorou-se na porta do passageiro, abriu as pernas em direção ao desconcentrado motorista e pôs a dedilhar seu sexo. Maliciosamente, roçou um salto no seu pau, enquanto mordia o canto da boca.
O veículo transitava bem abaixo da velocidade e estava sendo ultrapassado constantemente. Sem condições de continuar dirigindo, ele encontrou uma entrada de uma estrada de chão. Encostou o automóvel, e mesmo com a transparência dos vidros, mesmo com o sol a pino, jogou-se de boca no meio das pernas da moça, enquanto livrava-se da calça e calçados. Então, deitou o banco do passageiro, a colocou de bruços e a penetrou ali mesmo, enquanto observavam pelo vidro traseiro os veículos que transitavam pela rodovia. Não foram ao motel. O tesão não permitiu que chegassem lá. Gozaram ali mesmo, exibindo-se à beira da estrada, para surpresa de quem por ali passava.
Por sorte não bateu o carro contra os postes. Por sorte os motoristas dos outros carros não colidiram entre si. Sorte tiveram os passageiros do ônibus, homens e mulheres, que ficaram abismados com a cena. Um rapaz sacou o celular e conseguiu bater algumas fotos, enquanto o ônibus era ultrapassado.
Ele já não sabia se ajudava na masturbação dela, ou na sua mesmo, ou então se dirigia em direção ao motel. Faltaram mãos, sobrou tesão. Principalmente quando ela arrancou a calcinha e jogou no banco traseiro. O sulco vaginal escorria pelo banco do carro. O cheiro do sexo exalava no interior do veículo. Ainda faltariam quinze minutos até o motel.
Ela debruçou-se sobre o seu colo e começou um sexo oral. Ele evitava acidentes, bem como procurava manter os olhos abertos. A bem da verdade, as buzinas dos outros veículos que transitavam nas outras pistas o mantinham acordado. Após deixá-lo completamente melado com sua saliva, ela escorou-se na porta do passageiro, abriu as pernas em direção ao desconcentrado motorista e pôs a dedilhar seu sexo. Maliciosamente, roçou um salto no seu pau, enquanto mordia o canto da boca.
O veículo transitava bem abaixo da velocidade e estava sendo ultrapassado constantemente. Sem condições de continuar dirigindo, ele encontrou uma entrada de uma estrada de chão. Encostou o automóvel, e mesmo com a transparência dos vidros, mesmo com o sol a pino, jogou-se de boca no meio das pernas da moça, enquanto livrava-se da calça e calçados. Então, deitou o banco do passageiro, a colocou de bruços e a penetrou ali mesmo, enquanto observavam pelo vidro traseiro os veículos que transitavam pela rodovia. Não foram ao motel. O tesão não permitiu que chegassem lá. Gozaram ali mesmo, exibindo-se à beira da estrada, para surpresa de quem por ali passava.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
um mártir
Quando ouviu os tiros o coração disparou, mas demorou alguns segundos para perceber que a ardência que sentia entre o coração e o ombro esquerdo era fruto dos dois projéteis que haviam sido lançados em sua direção. Demorou mais ainda a entender o porquê aquele carro vermelho havia saído em alta velocidade. A queimação dificultava a percepção das coisas que estavam acontecendo. Somente quando o sangue começou a lavar a camisa azul calcinha que ele percebeu que havia sido baleado pelo motorista do carro.
A esta altura alguém deve estar pensando que estou contando uma história do 007 ou de um dos filmes da ideologia Bourne. Ou que o cidadão que perde sangue sem parar morava no Morro do Alemão anos atrás. Bala perdida, podem pensar alguns. Nã-na-ni-na-não! O Roger foi baleado. Motivo: mulher. Mulher casada. Ou melhor, dor de corno.
Explico: esses tempos o Roger conheceu uma mulher. Ela ficou interessada, mas disse que iria pedir a aceitação do marido. Ele devia esse favor, já que certa vez foi a vez ele quem havia proposto a participação de uma mulher e ela havia aceitado. No início o esposo relutou. Mas, uma mulher decidida é capaz de fazer cães ferozes miarem. E esse cão miou um sim.
Roger os recebeu em sua casa. Conversaram pouco, foram pro quarto. O maridão assistiu a tudo em pé, escorado na porta. Roger e a mulher casada transaram na frente dele. No final, após o convite dela, ele sentou na cama, para presenciar mais de perto o gozo final. A história era para terminar aí. Não terminou.
Acometido de uma fúria incontrolável, o esposo, até então manso, começou a ameaçar o Roger por telefone. Dizia que iria matá-lo, agredí-lo. Dizia que iria fazer ele pagar por tudo. Mas, se pagasse seria prostituição, e esse não era o combinado. O xingava com vários palavrões, inclusive o chamava de corno. Enfim, Roger já não andava dormindo sem chavear a porta da casa. Pensou em ir a polícia. Juntar as mensagens e as ligações do celular, as conversas do MSN e os e-mails como prova. Estaria registrada a intenção, mas ainda sim Roger teria que continuar trancando a porta, pois um registro policial não bastaria para lhe trazer o sono sagrado de volta.
O tempo passou, as ameaças diminuíram, e ele não procurou a polícia. Já não trancava a porta da casa. Dormia tanto a ponto de perder o horário do serviço. Quando já andava saltitante por aí, recebeu os tiros. Foi levado ao hospital. A médica que retirou os projéteis foi bem sucinta:
- Você perdeu muito sangue. Tem poucas chances.
Ele mandou me chamar. Sussurrou que não estava agüentando mais, que não tinha mais forças. Ainda disse que estava feliz, muito feliz, pois não estava morrendo por uma doença degenerativa, ou num acidente besta de trânsito. Estava morrendo por causa de uma foda. Por causa de uma mulher. Uma mulher que havia tido prazer na frente do marido. Um prazer que nunca tinha tido antes. Nada mais importante para ele do que dar prazer a uma mulher. Mostrei-lhe o jornal antes que olhasse para dentro definitivamente. Manchete na capa, destaque na página policial. A foto do esposo traído detido pela polícia. Assim Roger entrava para história do bairro, por ter dado prazer a mulher casada, por ser melhor do o ex-corno manso, agora o corno mais conhecido na cidade.
A esta altura alguém deve estar pensando que estou contando uma história do 007 ou de um dos filmes da ideologia Bourne. Ou que o cidadão que perde sangue sem parar morava no Morro do Alemão anos atrás. Bala perdida, podem pensar alguns. Nã-na-ni-na-não! O Roger foi baleado. Motivo: mulher. Mulher casada. Ou melhor, dor de corno.
Explico: esses tempos o Roger conheceu uma mulher. Ela ficou interessada, mas disse que iria pedir a aceitação do marido. Ele devia esse favor, já que certa vez foi a vez ele quem havia proposto a participação de uma mulher e ela havia aceitado. No início o esposo relutou. Mas, uma mulher decidida é capaz de fazer cães ferozes miarem. E esse cão miou um sim.
Roger os recebeu em sua casa. Conversaram pouco, foram pro quarto. O maridão assistiu a tudo em pé, escorado na porta. Roger e a mulher casada transaram na frente dele. No final, após o convite dela, ele sentou na cama, para presenciar mais de perto o gozo final. A história era para terminar aí. Não terminou.
Acometido de uma fúria incontrolável, o esposo, até então manso, começou a ameaçar o Roger por telefone. Dizia que iria matá-lo, agredí-lo. Dizia que iria fazer ele pagar por tudo. Mas, se pagasse seria prostituição, e esse não era o combinado. O xingava com vários palavrões, inclusive o chamava de corno. Enfim, Roger já não andava dormindo sem chavear a porta da casa. Pensou em ir a polícia. Juntar as mensagens e as ligações do celular, as conversas do MSN e os e-mails como prova. Estaria registrada a intenção, mas ainda sim Roger teria que continuar trancando a porta, pois um registro policial não bastaria para lhe trazer o sono sagrado de volta.
O tempo passou, as ameaças diminuíram, e ele não procurou a polícia. Já não trancava a porta da casa. Dormia tanto a ponto de perder o horário do serviço. Quando já andava saltitante por aí, recebeu os tiros. Foi levado ao hospital. A médica que retirou os projéteis foi bem sucinta:
- Você perdeu muito sangue. Tem poucas chances.
Ele mandou me chamar. Sussurrou que não estava agüentando mais, que não tinha mais forças. Ainda disse que estava feliz, muito feliz, pois não estava morrendo por uma doença degenerativa, ou num acidente besta de trânsito. Estava morrendo por causa de uma foda. Por causa de uma mulher. Uma mulher que havia tido prazer na frente do marido. Um prazer que nunca tinha tido antes. Nada mais importante para ele do que dar prazer a uma mulher. Mostrei-lhe o jornal antes que olhasse para dentro definitivamente. Manchete na capa, destaque na página policial. A foto do esposo traído detido pela polícia. Assim Roger entrava para história do bairro, por ter dado prazer a mulher casada, por ser melhor do o ex-corno manso, agora o corno mais conhecido na cidade.
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