quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

as costas

Desde pequeno questionava a língua portuguesa, suas regras, suas crases e seus porquês. Claro que devemos ter regras de escrita, mas sempre vi na língua portuguesa uma preocupação exagerada e descabida que mais atrapalham do que ajudam. Prova disso foram as mudanças na reforma da língua portuguesa, onde houve uma tentativa de tornar menos regrada a norma culta.
Mas, o que sempre me causou incômodo foi uma palavra em especial. Guri novo, não conseguia aceitar a palavra ‘costas’. Por qual motivo que costas tem um S no final se temos apenas uma. Deveríamos ter uma costa. E um peito. E dois braços. E um pescoço. Seria óbvio, natural. E não venha me falar da origem das palavras.
Conversei com o Roger a respeito do assunto. Mas, ele não me levou muito a sério, talvez preocupado com suas mulheres:
- Queria conhecer todas as costas brasileiras. Só as femininas. Ou as do nordeste. - disse.
De fato, uma mulher com um vestido ou com uma blusa com as costas de fora é um espetáculo. Equivale a uma saia ou a um vestido. Todas as mulheres deveriam usar vestidos, saias e andar com as costas de fora.
Em contrapartida, algum estilista sem noção, um modista que definitivamente não gosta de mulher, inventou as calcinhas beges e os colans. Eu, particularmente, ainda prefiro as calcinhas beges do que os colans. Um colan ou colant, nada mais é do que uma blusa que não acaba nunca. Uma “sobre calcinha” empata foda. Uma mulher com um colan e uma calcinha bege é uma visão do inferno. Somente as mulheres menstruadas e que não me queiram devem usar uma combinação esdrúxula dessas.
Esses dias saímos, o Roger e eu. Verão. Mulheres bronzeadas. Nenhuma de colan. Nenhuma de calça. Todas de saia, ou vestido ou com as costas de fora. Então o Roger veio falar da história das costas:
- Pouco me importa se chamam no singular ou no plural. Mas, se tu te incomoda tanto, chama de dorso, e olha os dorsos, olha os dorsos!!

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