segunda-feira, 28 de novembro de 2011

o calor

Vem chegando o verão e essa magia colorida. E quando chega o verão no sul do Sul, meus amigos, me vem a cabeça o calor. Uma coisa é o cara encarar 40°C no Rio de Janeiro. Outra é encarar 28°C na umidade de Pelotas. Ademais, carioca está acostumando de nascença com o sol na nuca. O gaúcho tem no máximo 4 meses de sol intenso, depois vivemos numa friaca danada. Aliás, o Minuano sopra pelo inverno, pois no verão ele deve descansar numa rede a sombra de uma figueira no pampa.
Dito isso, passo para o capítulo mulher. Ah, as mulheres no epicentro desse blog. Lutaram durante décadas bravamente pela igualdade de gênero, equidade de direitos. O verão chega para elas também, felizmente. Pernas de fora, vestidos, saias, sandálias. E com o calor e um arsenal de roupas leves elas desfilam pelas ruas, praias, avenidas e repartições públicas. Repartições públicas?! Sim, mulheres trabalham esvoaçantes com pernas, dorsos, braços e pés de fora.
Nós, homens, cedemos espaço a elas. Somos frágeis e débeis. Perdemos espaço no mercado de trabalho, e sequer conquistamos o direito de usar roupas mais leves. Puta merda!, será que ninguém percebe que temos que utilizar uma calça comprida, sapato fechado e meias!? E temos pêlos! Nas pernas, pés. Chego a suar só de pensar que em Janeiro, no verão, minhas pernas transpirarão. Senhoras ficariam ofendidas se vissem meus pelos das canelas. Moças ficariam ruborizadas se descobrissem que tenho pelos em cima e nos dedos do pé. Donzelas ficariam tímidas diante de uma singela camiseta sem mangas onde aparecem os pelos do suvaco.
Porém, minhas colegas já começaram a desfilar com roupas leves, de tecidos com peso negativo de 100 gramas. Usam vestidos que deixam transparecer suas axilas devidamente depiladas. Vestem saias que deixam circular uma corrente de ar nas partes baixas. Pisam em chinelos que estrategicamente são chamados de rasteirinhas. Rasteirinha é um chinelo com uma ou mais lantejoulas para disfarçar. E a sociedade aceita de bom tom. Ninguém fica envergonhado, ruborizado.
E é nesse momento, onde o calor chega para ficar e elas começam a utilizar cada vez menos roupas que elas reclamam do ar condicionado:
- Vocês não tão com frio, hein?
Óbvio que não! Estamos vestidos até o pescoço, uns com gravata outros sem poder arremangar a camisa de botão. Minha cabeça e meus pés fervem nessa hora. Tenho vontade de tirar o sapato e atirar na cabeça da friorenta que não percebe que não tenho o que fazer, pois a sociedade esqueceu que a equidade de gênero ficou capenga.
Estou certo, com muito tecido adiposo ou entrando na andropausa?

3 comentários:

  1. Eu reclamo do ar condicionado (sorry)!!! Amei o texto!

    "Rasteirinha é um chinelo com uma ou mais lantejoulas para disfarçar." Fato!

    Bjs!

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  2. Faz parte colega... vou continuar indo trabalhar com roupas leves e "rasteirinhas", mas você pode tentar uma promoção para uma agência só com homens!!! ;)

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  3. A-D-O-R-E-I!!!!!!!!!!!
    E sou totalmente a favor das regatas, bermudas e chinelos para homens tbm! Afinal todo mundo quer trabalhar confortável e ser bem atendido! E quanto ao minuano na sombra, ahh isto é certo!

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