quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

as caronas

O período era a adolescência. O carro do pai, conduzia sem carteira. Voltinha perto de casa. Pouca experiência. Época boa aquela, que posto de gasolina era somente um local para freqüentar quando precisava encher os pneus da bicicleta.
Um carro, quatro lugares. Um motorista e três bancos vagos. Mulheres andando. Sozinhas, em duplas, em trios. Não era justo, elas poderiam estar cansadas, então Roger oferecia carona.
- Oi! Quer carona? - e apontava com o dedo indicador em frente. - Te levo. Não me custa nada.
Realmente para ele não custava nada. Já para o pai dele saia bem caro. Em alguns lugares do Brasil oferecer e aceitar carona é algo bem comum. Não era o caso da cidade do nosso amigo. Algumas não aceitavam. Faziam cara de auto-suficientes e saiam a caminhar.
- Tomara que chova! - pensava.
Aliás, poucas negaram carona quando os primeiros pingos começavam a cair. Pegou muitas assim. Outras fez amizade. Sempre é bom conhecer e ser conhecido. Fez poucas amizades caminhando. Agora de carro, ah, de carro fez muitas. Sentia-se mais bonito.
Agora o período é outro. Trabalhava, até. Soube que automóveis precisam de combustível, e que saía carro oferecer caronas por aí. Mas, tudo tem seu preço. As vezes usava o carro pra ir trabalhar. Saía de casa uma hora antes:
- Vai pro centro? - perguntava nos pontos de ônibus.
Pegou inúmeras assim. Fez mais amizades. E agora estava comendo mulher assim. Estava valendo a pena colaborar com a gasolina, mas ainda não fora dessa vez que descobrira que os impostos, tais como o IPVA, eram caros.
Uma vez passou de carro e havia uma mulher parada usando o telefone público, deste que quase não existem mais. Parou o carro do lado. Ofereceu o telefone celular emprestado.
- Não precisa. Já terminei. - disse a moça.
- Quem sabe uma carona então? - disse solícito.
- Não precisa. É perto.
- Não me custa nada. - disse o chato.
Ela aceitou, não pela carona. Era perto mesmo. A volta que ele deu procurando um lugar escuro naquela noite iluminada foi maior do que o trajeto da carona. Ficaram, obviamente. Nos amassos notou que a moça tinha um seio grande e outro pequeno. Ele disse-nos que não era essa diferença normal que quase toda mulher tem. Mas, ele contava que era demasiado exagerado. Um pequeno. Uma maçã pequena. O outro enorme, caído. Pensou que era devido a amamentação. Talvez seja. Li na internet que a medicina dá o nome de assimetria mamária. A medicina dá nome pra tudo.
Roger gostava de peitos. Pegou o pequeno com a mão esquerda. O grande com mão direta. Optou pelo grande, tal qual um bebê faminto, guloso. A partir daí descobriu que gostava muito de seios grandes.

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