quinta-feira, 4 de novembro de 2010

nosso lar?

Esses dias fui ao cinema, assistir Nosso Lar. Sou aficionado em cinema nacional, precisava relaxar e tinha cinco reais sobrando. Decidi arriscar. Digamos que foi um forte exercício assistir ao filme espírita, visto que sou um ateu convicto.
Sei que a religião é um tema polêmico e temo ser mal interpretado. Enfim, o País me permite não ter religião e não tenho. Assim economizo meu dinheiro. Opa, já criei polêmica! Enfim, ganho tão pouco dispensariam meu dízimo, bastava apresentar meu extrato bancário.
Para não dizer que eu não acredito em nada, digo que acredito na importância da igreja, embora ainda as ache menos importantes do que os times de futebol. Se bem que as empresas igrejas dão mais lucros do que as empresas times de futebol. Talvez por serem melhores administradas, ou por terem isenção de impostos.
Como ia dizendo, vejo que as igrejas amparam milhares de famílias, lhes dão esperanças e alentos. Isso é importante, já que o combalido governo é ineficaz nessa área. Ademais, elas aproximam os fiéis daquilo que chamam de Deus, com capslook acionado.
Dias atrás fui numa igreja. Na verdade, era um santuário. O que mais me encanta na Igreja Católica são as igrejas. Que opulência! Que acústica! Aliás, o que mais gosto numa igreja é o silêncio. Adoro ouvir o silêncio dentro das igrejas. É o silêncio que dá aquela sensação de paz, ao menos para mim. Tem gente que acredita que é a presença Dele.
O filme? Que filme? Ah, o filme espírita. Nosso Lar é um filme baseado num livro psicografado por um médico que encarnava (posso assim dizer?) no Chico Xavier. O livro eu não li, pois para determinadas coisas sou um analfabeto pleno e a leitura me dá sono. Sobre o filme, trata-se de uma realidade que os espíritas querem ver. Apenas isso, penso eu. O filme em si, e não falo da história, mas de cenários, de figurinos e de fotografia, é uma merda! Uma grande merda! Também, não poderia ser diferente, um filme espírita com luxúrias, grandes investimentos, seria no mínimo contraditório. Colocaria no hall dos filmes que não precisavam existir, não fossem os empregos que geraram. Algo do tipo 'Sérgio Malandro e o Inspetor Faustão', que espero que ninguém tenha visto.
Quanto a história do Nosso Lar, tem passagens bizarras. O passeio que o personagem principal, o Dr. André Luis, faz numa espécie de táxi aéreo/balão mágico é uma das coisas mais imaginativas que já vi. As cenas do purgatório, ou algo com mesmo significado e outro nome, são da dar dó. Enfim, geraram empregos, movimentaram a economia. E não vou morrer por cinco pila. Agora, se morresse, não iria gostar daquele meu lar noutra esfera.
Não sou um cara curioso. Sei que vim dos meus pais, que vieram dos meus avós, que por sua vez, vieram dos meus bisavós. E foi através do sexo, não se deixem enganar por costelas. Não vou muito adiante, pois não responderia todas as minhas dúvidas, que confesso, não chegam a uma ou duas. Não frequento a igreja, não sigo nenhuma religião e não acredito em deus. Soará como arrogância, eu sei, mas não preciso, tenho meus amigos, oras!, e agradeço a Deus por isso. Ops, me perdi.
Percebo que um ateu pode fazer bem aos outros e a si mesmo, tanto quanto e as vezes até mais do que um religioso. Qual minha contribuição para a sociedade? Bem, eu doo centavos das faturas dos meus cartões de crédito para que uma ONG plante árvores. Árvores são reais, me dão sobra, viram chalés, estantes, algodão, papel. Árvores são reais. Por outro lado, os ateus costumam respeitar mais a religião dos outros, pois aceitamos as diferenças, exatamente por que não aceitam nosso ceticismo. E teimam em me assustar:
- Um dia tu vais acreditar Nele!
Ou então:
- Quando você precisar Dele, você vai acreditar.
Dias depois, assisti Tropa de Elite, o segundo filme. Trata-se de um filme sobre o que a sociedade não quer ver, mas é real como um paralelepípedo arremessado contra a nossa têmpora. Exatamente o oposto do fantasioso filme espírita.


Nota de rodapé: assisti ao filme do Chico Xavier. Filmaço! Recomendo. Chorei, é claro. Pois, surpreendam-se, os ateus também choram.

Um comentário:

  1. Pra me fazer presente passei por aqui e resolvi dizer que concordo em gênero, número e grau!!! "Nosso lar" ta mais pra ficção cientifica do qualquer outra coisa, passaria muito bem por comédia se isso não fosse como um insulto a alguém! Porém Tropa de Elite 2... que baita filme... lembro de ter lido a manchete de uma revista que dizia: "Nascimento o Herói Brasileiro." Sim é de um herói assim que precisávamos, mas pensando por este lado este filme tbm acaba entrando pra classe de ficção científica!

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