terça-feira, 23 de março de 2010

um pequeno favor

A amizade é algo quase que inexplicável. Imagine que duas pessoas que nasceram em lugares diferentes, que não tem laços de sanguíneos, e que nunca se viram até então. De repente, se conhecem, conversam e tornam-se amigos para sempre. Sempre que conheço alguém penso que existem pessoas maravilhosas pelo mundo afora, e que simplesmente ainda não as conheci. Mas, se as conhecesse, seria amigo delas, pois são especiais, tal qual são meus amigos.
Na verdade, essa introdução visa agradecer ao Roger pela sua amizade. Um amigo pra todas as horas, para qualquer momento. Não foram poucas as vezes que vi o Roger pegando mulher feia para me ajudar a pegar mulher bonita. Dançar com a amiga da menina que estava ficando então, nem se fala. Tratava de mantê-la entretida, para que não quisesse ir embora.
Mas, o causo em questão foi outro. Quando uma amiga em comum precisou de um favor. Irritada com o assédio descarado de uma menina no seu futuro namorado, ela pediu ao Roger para que adicionasse aquela menina em seu MSN e fizesse com que ela esquecesse seu pretendente:
- Adiciona essa puta no teu MSN! Pega essa guria! Faz ela sumir da vida do fulano! - disse antes de bater a porta do quarto, irritada.
Meses se passaram. Mas, como pegar a ex ficante do rapaz sem que ele soubesse? E sem que a própria menina soubesse quem ele era?
- Oi. Kem eh vc? - perguntou ela após ser adicionada no MSN.
- Vi teu MSN no teu Orkut. Já te vi na rua. Resolvi adicionar, mesmo sabendo que você tem namorado. Algum problema?
- n. mas d ond tu me conhec? Tu tens Orkut? - perguntou intrigada.
Roger não sabia o que dizer. Mentiu como há muito tempo não mentia. E também pouco entendia do dialeto utilizado pela menina através do MSN. Respondia qualquer coisa, mudava de assunto com freqüência e a assediava de todas as formas, para que o assunto fosse apenas esse.
A menina dizia ser fiel. Roger sabia que ela não era, pois dava em cima do caso da sua amiga. Vencida pela curiosidade e pelo assédio, marcaram um encontro, sem compromisso. Deram uma volta de carro. A cada pergunta dela, uma mentira descarada. Roger estava se contradizendo como uma criança que quebrara uma vidraça. Tinha pouco tempo, precisava beijá-la. Roger sabia que ela não era fiel, visto que ficava com o possível namorado da amiga. E percebia-se tratar de uma mulher infiel. Estacionou o carro, numa rua deserta. Escurecia. Beijaram-se intensamente. Falaram pouco a partir de então.
Sentado diante do volante, Roger ajustou o banco, colocando-o para trás, obtendo mais espaço. Excitado, baixou a bermuda. Depois a cueca. Era o que bastava para que ela começasse um sexo oral. Aproximou-se do colo dele, segurou o membro pela base de o beijou. Depois o lambeu. Brincou um pouco antes de enfiar em sua boca. Anoitecia quando ela o fez gozar, alternado a masturbação, ora com a mão, ora com a boca.
Nunca mais se encontraram. Roger havia mentido o nome para evitar problemas para a amiga, e sequer anotou o telefone. A amiga já havia conquistado o rapaz. Namoravam feito dois pombinhos. Mas, Roger era um amigo pra todas as horas. Ainda mais para uma hora boa e prazerosa como essa. Mesmo que por poucas horas.

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