sábado, 4 de setembro de 2010

insônia

Devido a má fase do Roger, que não comeu ninguém nesse inverno, e me deixou sem histórias sexuais para contar, volto a falar de futebol. Quem não gosta de futebol aperte as teclas Alt e F4 ao mesmo tempo.
Pronto, posso falar de futebol. Não que eu goste de futebol. Até gostava, num passado recente. Hoje, sofro amargamente com o futebol, o que me faz gostar mais de outros esportes, como críquete e montanhismo, e pensar mais em outras coisas mais interessantes, como novelas e política.
Por falar em futebol, ele foi o maior responsável pelo meu amadurecimento enquanto homem. Sempre fui um cara arrogante. Muito arrogante tratando-se de futebol. Não discutia sobre futebol com colorados. Não discutia e encerrava a discussão dizendo que “não discuto sobre futebol com torcedores de times menores do que o meu”. Realmente, me achava superior, futebolisticamente. Afinal, o Grêmio era Campeão do Mundo, tinha outros títulos internacionais que o co-irmão não tinha. Nasci em 1980, e por mais de 25 anos vi o Grêmio ganhar tudo, e o Internacional, apenas uma Copa do Brasil. Minha arrogância dizia que essa Copa do Brasil foi ganha roubada. Amadureci um pouco, e percebi que não fora um roubo, e sim um erro de arbitragem. Enfim, ainda aguardo um erro de arbitragem a favor do Grêmio.
O amadurecimento começou em 2006, quando o Inter foi campeão do mundo. Demorei a digerir tal feito. Primeiro, subestimei ao falar do “herói” do título, um tal de Gabiru, mal quisto até hoje pela torcida colorada:
- Cada time tem o ídolo que merece. - dizia eu, arrogantemente.
A arrogância beira a provocação. A provocação é saudável, a arrogância deplorável. Os colorados diziam que tinham vencido o todo poderoso Barcelona (desfalcado do argentino Messi e do camaronês Et'o, jogadores fundamentais na conquista do título europeu), enquanto que o Grêmio teria vencido o modesto Hamburgo, da Alemanha, vice campeão da Copa dos Campeões, e que só disputou a final em Tóquio devido a desistência do Juventus da Itália, legítimo campeão europeu de 1983. Daí eu pensava alto:
- O Grêmio venceu um time da Alemanha, tri campeão mundial de futebol. E o Inter, um time da Espanha, que nunca ganhou nada.
Em 2006, a Espanha, de fato, não havia ganho nada, nem uma Eurocopa. Pois o amadurecimento futebolístico me mostrou a Espanha ser campeã do mundo em 2010. E ainda em 2010, desisti da minha arrogância, ou minha arrogância desistiu de mim. Logo após a vitória espanhola na Copa do Mundo da África do Sul, tentei usar os últimos respingos de superioridade que ainda haviam em mim:
- Se o Internacional for campeão da Libertadores, vai ser a primeira vez que um time ganha a Libertadores com 3 goleiros jogando mal.
Mas, foi. Pouco importaram as falhas dos arqueiros colorado. O Internacional se igualou ao Grêmio em número de títulos no continente, e candidata-se a ultrapassá-lo no final do ano. Até dezembro, meu sono será intranqüilo. Alguma coisa vai me incomodar por meses. Percebi minha arrogância, e agora temo pela arrogância do adversário. Enfim, o futebol amadurecendo as pessoas, colocando nossos pés no chão. Resta-me torcer pelo Inter no final do ano. Internazionale de Milão, é claro.

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