terça-feira, 3 de abril de 2012

textículos

Tudo tem um lado ruim
O marido chegou em casa as três da matina, um tanto trôpego e honestamente embriagado. Acordou a mulher que dormia o sono leve dos desconfiados. - Onde estaria o marido?, pensava ela, justo ele que andava com dificuldades intensas de honrar suas atribuições matrimoniais, ou num linguajar mais chulo, não comparecia, sexualmente falando.
- Querida! – gritou o beberrão, quase que ao acordar os bebezinhos no quarto ao lado. – Tenho duas notícias pra te dar.
Ela grunhiu, tentando fingir um sono profundo, mas demonstrando pouca disposição ao diálogo.
- A primeira é que não sou mais broxa.
Ela abriu os olhos e inclinou o pescoço observando o esposo desequilibrado que tinha dificuldades em desvestir as calças.
- E a segunda é tu fostes traída.

***

O cravo
O cravo deve ter brigado com a Rosa ou com quer que seja quando ela tentou esmagá-lo com as suas unhas. É um direito de qualquer cravo nascer, crescer até secar e morrer no corpo de qualquer homem. Li na constituição dos cravos e espinhas.
Pois dias desses senti um cravo sendo furuncado em minhas costas. Primeiro uma unha, raspando e o fazendo sofrer, quem sabe até sangrar. Depois senti outra unha solidária tentando esmagá-lo, numa demonstração feroz de covardia: duas garras compridas e afiadas apertando com unhas e dentes um pobre cravinho.
Doeu. Doeu muito. Somos sensíveis a dor.
Do pseudo cravo levantou um naco. Na verdade uma casquinha, que parecia um casco. O cravo pulsava. Foi quando a dona da unha foi observar o último suspiro do cravo esmagado:
- Ops! Não era um cravo. Era um sinal.
Quem tem namorada com garras não precisa marcar hora com dermatologista para arrancar um sinal.

Um comentário:

  1. Hahahaha! Morri de rir e ao mesmo tempo me senti a pior de todas as namoradas... hahahah!!

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