sexta-feira, 10 de julho de 2020

Olhar feminino

Quando meu sobrinho adoeceu e minha irmã precisou de ajuda, tive que ir visitá-la num final de semana. Deixei o marido e os filhos em casa, e fui a Florianópolis. Resolvi que valeria a pena ir de ônibus, ao invés do avião, devido ao alto preço das passagens. Além disso costumo entrar num ônibus e dormir com facilidade. Então, as 20h meu esposo me deixou na rodoviária, e chegaria em Florianópolis no outro dia pela manhã, após uma excelente noite de sono.
Sou casada há dez anos, com dois filhos, um de 8 e o outro com 5 anos. Nosso casamento é um casamento feliz, mas como muitos casamentos, vítima da rotina desgastante do dia a dia, com muito trabalho e atenção aos filhos.
Sou uma mulher realizada, mas considero que ainda chamo atenção dos homens. Tenho controlado minha libido em casa, ou com marido ou com meus dedinhos, sem escapulidas aleatórias.
Seguindo viagem, num ônibus bem equipado, mas semi direto, percebi pelo cheiro de um Polo Azul que havia companhia na poltrona ao lado, que adentrara na primeira cidade vizinha que o ônibus havia entrado. Acordei da primeira hora de sono, me recompus,  puxando o vestido para baixo, e fechando o casaquinho que havia colocado para enfrentar o ar condicionado gélido do ônibus, apesar da noite quente de verão.
Apesar da penumbra vi que se tratava de homem com uma idade semelhante a minha, muito cheiroso, usando uma camisa de manga longa e uma bermuda de sarja, o que lhe dava um ar um bom tanto mauricinho. A aliança na mão direita denunciava que o cheiroso era noivo.
Ajeitei a poltrona e comecei a olhar o filme que passava na tv, conectando meu fone ao braço da poltrona. Nesse momento ele levantou e colocou sua mochila no compartimento superior. Pude observar a camisa levantando deixando aparecer um pedaço da cueca e uns pelos da barriga. Era um cara bonito. Usava uma barba bem aparada e o cabelo devidamente aparado. Imaginei que estava indo visitar a noiva.
Ao sentar encostou a panturrilha na minha, e senti um frio na espinha, que não sentia há muitos anos. Ajeitou o braço direito, de forma a encostar no meu. Tranquei a respiração, fechei os olhos e imediatamente os desejos mais loucos retornaram a minha cabeça. Apesar daquele braço quente fazer bem ao meu corpo gélido, retirei o braço disfarçando uma arrumada no cabelo. Pensei em baixar aquela divisória que existe entre os bancos, mas achei que soaria antipático e, na verdade, não é o que eu queria.
Larguei meu braço novamente, mas senti que ele mexeu o braço em minha direção. Deixei, consenti.
Cheiros sempre me marcaram, era capaz de reconhecer perfumes, cheiros de diversas flores e outras coisas a distância. E aquele perfume me lembrava o passado. Aquele braço quente de um desconhecido e aquele cheiro bastavam para que eu me sentisse mulher novamente.
O filme seguiu, a viagem também, até que o ônibus parou num paradouro para que o motorista pudesse jantar.
Descemos, fiz meu lanche e 5 minutos antes do horário estipulado estava esperando ao lado do ônibus para voltar. Olhei meu companheiro de viagem, com a sua camisa Azul claro e sua bermuda azul marinho, com um ALL star branco, empinando uma água mineral. Ele me fitou de baixo pra cima. Nossos olhos se encontraram. Estremeci.
Fui a primeira a entrar no ônibus. Ele o último. Nossa viagem seguiu, sem filme, dessa vez, apenas com a luz da cheia que invadia o ônibus pela janela. Minha poltrona parecia cada vez menor, visto que a perna dela colava cada vez mais na minha.
Não conseguia dormir, e ouvia os batimentos do meu coração. Poderia ser apenas uma impressão minha, sem a reciprocidade dele. Olhava pela janela quando sentir a mão direita dele encostando na mas costas da minha. Fechei os olhos e curti aquele momento onde a mulher estava acima da mãe e a esposa.
Forcei minha mão contra a dele, que colocou ou mindinho sobre sobre a parte superior da minha mão. Não tinha coragem de olhar pra ele, mas instintivamente, abri minha perna esquerda para encostá-la definitivamente na dele. Estávamos colados e agora de mãos dadas. Ficamos assim alguns minutos, com o coração acelerado e já bastante excitada. Ele largou minha mão e a colocou sobre minha coxa. Amoleci. Deixei que ele passasse os dedos na minha coxa esquerda, levantando meu vestido. Continuei olhando para a lua cheia, imaginando o rosto dele tomando água sem gás no paradouro. Quando ele chegou na calcinha, já bastante molhada, devo ter soltado um pequeno gemido, que lhe deu coragem de arredar a calcinha. Assim, fui penetrada por um estranho, primeiro um dedo, depois outro. Olhei pra frente, procurando observar os demais passageiros, e quando percebi que todos dormiam, tirei a calcinha.
Aquele macho agora brincava com meu grelo intercalando com a penetração dos dedos.
Com a mão direita apertei meu seio e meu mamilo. Já era. Não conseguia olhar pro lado esquerdo e ver aquele estranho que me possuía com os dedos, até que ele parou. Abri os olhos e vi que ele estava se ajeitando para me chupar.
Devido a posição incômoda, por mais que eu abrisse minhas pernas, não foi um bom sexo oral, embora excitante. Coloquei a mão no cabelo dele e curti o que pude, mas ao perceber movimento na poltrona ao lado, puxei os cabelos dele para que ele voltasse a posição normal. Com a mão direita ele então continuou a me tocar. Estava ensopada de excitação e de saliva de um estranho. Os dedos escorregavam fácil. Com a mão direita alcancei meu clitóris e juntos, a duas mãos, me masturbei até o gozo final. Me contorci toda. Devo ter emitido sons. Minha bucetinha molhada emitiu sons. Gozei e percebi que ele foi no banheiro. Acho que cochilei uns minutos quando ele volta com aquele cheiro gostoso. Entendi o que ele queria.
Ficamos de mão. Tomei um gole d'água, me recompus. Olhei pra ele pela primeira vez, dentro do ônibus. E comecei a alisar aquele pau. Saquei que ele tinha ido tirar a cueca no banheiro.
Abri o zíper e comecei a punhetar. Queria contar pra vocês que era um pau gigantesco, mas era um pau normal. Cheiroso, bem lisinho. Mas um pau normal. Cuspi na minha mão e continuei a masturbá-lo com a mão direita, olhando suas reações a luz da lua cheia. Ele me olhou quase que suplicando. Então me abaixei e coloquei na boca. Abocanhei como um todo, passei a língua e suguei. Me senti mulher novamente. Livre. Dando prazer. Tendo prazer. Chupei mais um pouco e disse pra ele gozar na cueca, pois vi que era questão de tempo para ele me encher com aquela gala que estava prestes a sair.
Ele pegou a cueca e eu bati pra ele. Gozou litros. Acho que fazia tempo que não via a noiva.
Voltei a olhar a lua, cada vez mais pequenina. Nos demos as mãos e adormecemos.
Não o vi descer. Deve ter descido em Laguna.  Acordei já em Floripa, amassada, depois de uma bela noite de sono. Ele não havia deixado nada, um bilhete, nada. Não se despediu. Homens são todos iguais.

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