Roger foi o último romântico. Dizem que depois dele, ninguém mais se atreve a agradar uma mulher. Mulheres são seres difíceis de agradar. Parecem nunca satisfeitas. Numa relação onde você manda flores no primeiro ano de namoro, você está assinando um contrato vitalício. Prepare-se para fechar contrato com uma floricultura para o resto de sua vida, pois enquanto durar o relacionamento será sua obrigação enviar flores nesta data. Caso você esqueça uma vez em trinta anos, significa que você não ama mais, ou que tem outra, ou que você não é mais o mesmo. O mesmo vale para jóias. Com um agravante: as jóias tendem a tornar-se mais caras com o passar dos anos. Nada de gastar menos de um ano para outro.
O Roger foi um cara romântico. Talvez não com uma apenas, mas era um cara romântico com várias, o que para muitas não serve. Enfim, teve uma vez que ele fora romântico e fiel. Até convidou sua amada para uma viagem a dois. O destino foi uma praia quase deserta, aqueles lugares propícios para revelações, uma combinação perfeita e colorida entre a areia branca, o mar azul, um céu amarelo e árvores verdes. Roger andava cansado da boemia, da vida noturna. Precisava de alguém que lhe compreendesse, que lhe desse atenção. Algo que ultrapassasse o sexo casual e fortuito. Concluiu que aquele era o lugar e que a amada da vez era a mulher certa.
Foram à praia, sentaram-se numa enseada, para ver o pôr do sol. Abraços, beijos e então o Roger tira um molho de chaves do bolso, o chaveiro do apartamento em que morava.
- Essa chave, foi a chave que você usou para abrir meu coração. - disse ele, retirando uma chave do molho. - Quando você abriu meu coração, você quebrou o gelo que havia nele, e pude ver o quanto eu posso me entregar e me apaixonar por alguém.
Ela estranhou um pouco, virou a cabeça de lado e assentiu com a cabeça, para que ele continuasse.
- Essa chave, é a chave da nossa amizade. - disse enquanto retirava a chave da argola. - Coloco essa argola aqui, para que nossa amizade seja eterna. - completou, enfiando a argola no dedo anelar da moça.
Ela sorria, enquanto que ele continuava o procedimento. Retirava as chaves das argolas do chaveiro, uma a uma, e pausadamente separava a argola da chave, ao mesmo tempo que se declarava a sua cara metade:
- Já essa chave, é a chave do sexo. O sexo intenso, com amor, que melhora a cada encontro.
Ela riu. Ele continuou:
- Essa chave, é a chave da nossa paixão. É a representação da chama da nossa paixão.
Ela acenou com a cabeça, concordando. Ele não havia terminado:
- Essa chave, é a chave do nosso amor. Do nosso amor eterno. - declarou-se. Foi quando pegou a argola, e colocou junto ao dedo da sua amada, vagarosamente, enfiando a argola até juntar-se as outras três que ali repousavam e fez o pedido, enquanto o sol se punha, ao fundo:
- Quer casar comigo?
- Roger. Eu gosto de ti. Muito de ti. O cenário é perfeito. Mas, pedido de casamento com argola do molho de chaves é muito piegas. Muito piegas. Na próxima vez, compra um anel de ouro. - disse a moça, as gargalhadas.
Mostrando postagens com marcador praia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador praia. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, 13 de abril de 2011
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
um breve olhar sobre a praia
O que leva uma mulher a ficar horas jogada no chão sob um sol escaldante por horas? De olhos fechados. Sem fones nos ouvidos. Sem ver nada. Sem ler nada. Simplesmente lagarteando. E mulheres são seres estranhos. Imaginamos que elas passassem um dia inteiro no sol. Tal qual os girassóis, elas iriam giram 360°. Mulheres giram para acompanhar o sol. Homens começariam e terminariam o dia sentados, sob um guarda sol, olhando o oceano. Ou as lindas mulheres que caminham na beira da água.
Nós leríamos a Zero Hora pela manhã. Escutaríamos uma boa música próximo ao meio dia num MP3, 4, 5 ou, sabe-se lá, um MP9. Alguns praticariam esportes. Outros tomariam cervejas ou caipirinhas. Os mais talentosos formariam uma roda de pagode. Os mais precavidos, fariam um churrasco. Agora, nenhum de nós, deitaríamos de costas pro mar, com os olhos fechados e com os ante braços virados pro astro rei. É ridículo um homem com ante braço bronzeado.
Não entro no mérito da sunga ou do bermudão. Analiso que homens não podem ter o ante braço na mesma cor dos ombros. Vista sunga branca ou bermudão colorido.
Dando de braços para a coesão e coerência, volto a falar sobre as mulheres cor de cuia estiradas sobre esteiras nas areias. Falo disso de forma incisiva por que estamos no verão, estou na praia e me preocupo com a discrepância entre o que um homem acha bonito numa mulher e o que uma mulher acha que nós homens achamos bonitos nelas. Uma marquinha de biquíni é legal. Mas, cuidado! Mulheres com duas cores totalmente distintas é algo completamente diferente. Mulheres exageram.
Causa-me estranheza também a capacidade de permanecer imóvel por tanto tempo. Como se fossem estátuas, lambuzadas por cremes e bronzeadores brilhosos. Acredito que durmam. Mas, como pode dormir no verão sem ventilador?
Já vi uma mulher lendo na praia. Era um livro. Legal, gosto do estilo intelectual e tal. Mas, ela não me parecia preocupada com a pré temporada do seu time, ou com o desempenho físico da equipe que sempre decaía no segundo tempo. Estava alheia a isso, lendo um livro qualquer, desses escritores que não escrevem em blog, e falam sobre coisas que eu não entendo, como Paulo Coelho. Sequer folheiam a Zero Hora para discordar do Wianey Carlet. Acho que mulheres não compram jornais. Preferem revistas. É uma impressão que tenho.
Lembro que uma vez fui com o Roger a praia. Sentamos na areia depois de voltar da água. Com uma simplicidade ímpar, falou uma verdade inconteste:
- Tchê, é uma viagem esse negócio de tomar banho de mar, né? A onda vem e a gente pula. A outra vem e nós mergulhamos. Ajeitamos o cabelo e viramos de costa pra terceira onda. Depois, na outra, pegamos um jacarezinho, voltamos pra beira. Daí, vamos em direção ao fundo do mar e começamos a fazer tudo de novo. E passamos horas assim. Que viagem!
Esses dias fui a praia. Fiquei a sombra, é claro, longe da água. Fiquei pensando como é bom ficar em casa, sentado na frente da TV, com um ventilador no máximo. Acho que prefiro o barulho do ar soprado pelo ventilador que gira de um lado pro outro do que o som das ondas do mar que vem e depois vão.
Me perdi na coesão! O que importa é a coerência.
Nós leríamos a Zero Hora pela manhã. Escutaríamos uma boa música próximo ao meio dia num MP3, 4, 5 ou, sabe-se lá, um MP9. Alguns praticariam esportes. Outros tomariam cervejas ou caipirinhas. Os mais talentosos formariam uma roda de pagode. Os mais precavidos, fariam um churrasco. Agora, nenhum de nós, deitaríamos de costas pro mar, com os olhos fechados e com os ante braços virados pro astro rei. É ridículo um homem com ante braço bronzeado.
Não entro no mérito da sunga ou do bermudão. Analiso que homens não podem ter o ante braço na mesma cor dos ombros. Vista sunga branca ou bermudão colorido.
Dando de braços para a coesão e coerência, volto a falar sobre as mulheres cor de cuia estiradas sobre esteiras nas areias. Falo disso de forma incisiva por que estamos no verão, estou na praia e me preocupo com a discrepância entre o que um homem acha bonito numa mulher e o que uma mulher acha que nós homens achamos bonitos nelas. Uma marquinha de biquíni é legal. Mas, cuidado! Mulheres com duas cores totalmente distintas é algo completamente diferente. Mulheres exageram.
Causa-me estranheza também a capacidade de permanecer imóvel por tanto tempo. Como se fossem estátuas, lambuzadas por cremes e bronzeadores brilhosos. Acredito que durmam. Mas, como pode dormir no verão sem ventilador?
Já vi uma mulher lendo na praia. Era um livro. Legal, gosto do estilo intelectual e tal. Mas, ela não me parecia preocupada com a pré temporada do seu time, ou com o desempenho físico da equipe que sempre decaía no segundo tempo. Estava alheia a isso, lendo um livro qualquer, desses escritores que não escrevem em blog, e falam sobre coisas que eu não entendo, como Paulo Coelho. Sequer folheiam a Zero Hora para discordar do Wianey Carlet. Acho que mulheres não compram jornais. Preferem revistas. É uma impressão que tenho.
Lembro que uma vez fui com o Roger a praia. Sentamos na areia depois de voltar da água. Com uma simplicidade ímpar, falou uma verdade inconteste:
- Tchê, é uma viagem esse negócio de tomar banho de mar, né? A onda vem e a gente pula. A outra vem e nós mergulhamos. Ajeitamos o cabelo e viramos de costa pra terceira onda. Depois, na outra, pegamos um jacarezinho, voltamos pra beira. Daí, vamos em direção ao fundo do mar e começamos a fazer tudo de novo. E passamos horas assim. Que viagem!
Esses dias fui a praia. Fiquei a sombra, é claro, longe da água. Fiquei pensando como é bom ficar em casa, sentado na frente da TV, com um ventilador no máximo. Acho que prefiro o barulho do ar soprado pelo ventilador que gira de um lado pro outro do que o som das ondas do mar que vem e depois vão.
Me perdi na coesão! O que importa é a coerência.
Assinar:
Postagens (Atom)