segunda-feira, 24 de outubro de 2011

poeteiro de plantão

Escuridão
No escuro, não lerás
Sem óculos, pouco entenderás
Analfabeto, impossível será
Isto posto,
Lê como mesmo?


***

Por aí
Uns escrevem poesias
Outros gostam de expor ralos
Turistas, em Roma, fazem visita Papal
Outros preferem ir comer em Juazeiro
Em Goiás, águas caindo...
Eu peço desculpas pôr tudo,
Peço desculpas pelas bolas fora
Sem mais...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

a brochada

Quase tudo já foi dito sobre brochadas por quem já brochou antes do que eu. Quase tudo. A questão primordial no assunto é que o homem coloca em cheque sua virilidade em três questões: o tamanho do pau, uma ereção consistente e a ejaculação nada precoce. Isso funciona como o norte de nossas vidas, o mundo gira em função desse tripé, admitamos ou não. Não critiquem, não julguem. Somos asssim, aceitem.
Vou usar de argumentos sólidos para comprovar: Se teu pau satisfaz a parceira, que usa dele quando bem entende, por quanto tempo seja necessário para alcançar o orgasmo, o teu time pode perder todo domingo que a vida é bela.
Assim, quando um homem tende a permanecer de pau mol ao lado da parceira, estamos diante de uma situação tragicômica. Algumas questões são primordiais nesse assunto. Primeiramente, a responsabilidade é do homem em 99% das vezes. Pode ser o cansaço, o estresse, a ansiedade ou qualquer outra desculpa fajuta. Tanto o cansaço, o estresse ou a ansiedade acontecem no corpo do homem, e não no da mulher. Logo, a responsabilidade é nossa. O fato é que a mulher só tem 1% de responsabilidade.
Essa percentagem é justamente por ter escolhido um parceiro brocha! Faz-se necessário hombridade para assumir a brochada com dignidade, sem floreios, sem co-responsabilidades. Nada de terceirizar a disfunção erétil.
Imaginemos uma situação típica, como um casal num motel. A situação é embaraçosa, a menos que o casal tenha muita intimidade e o cara já tenha provado e comprovoado suas virtudes. Caso contrário, o embaraço é pleno. Contudo, não cabe ao homem culpar a mulher. Tampouco culpar o motel, a cama, ou o ar condicionado.
Também não convém levantar da cama, e jogar uma cadeira no espelho. Brocha e violento não cabe, definitivamente. Culpar o salário ou o patrão, muito menos. Comentários do tipo “é a primeira vez que isso me acontece”, mesmo que seja verdade, soam como mentiras inapropriadas. Outrossim, afirmar que “isso tem me acontecido seguidamente” é mais inconveniente, por demonstrar uma falta de ereção duradoura, rotineira. Na verdade, não há o que possa diminuir o constrangimento diante de tal situação.
Sei que as mulheres tem algumas dúvidas sobre o assunto. De certa forma, sentem-se inseguras e um pouco responsáveis pelo desempenho pífio do parceiro. Pois saibam que não lhes compete responsabilidade, embora haja meios de ‘erguer a moral do parceiro’.
Pois o meu dia chegou. Isso nunca tinha me acontecido antes. Não me refiro a brochar, e sim a escrever sobre o tema. Sobre brochar lembro da primeira vez que isso me aconteceu. Foi ali que percebi de verdade a gravidade do acontecido quando sai a rua. Meu mundo tinha acabado, havia perdido o meu norte. Parecia que todos me olhavam, andei cabisbaixo. Sequer tinha coragem de erguer a cabeça para apreciar o horizonte, envergonhado que estava.
No ônibus o motorista perguntou, "desce?", e todos me olharam. Queria cavar um buraco no assoalho do coletivo. Tive de engolir o choro. Pulei na parada seguinte, atrás de senhores. Não queria "descer" sozinho. Fugi de ruas movimentadas, conhecidos de ocasião, desliguei o celular. Imaginei que na frente da minha empresa haveria uma faixa soletrando o B, o R, o O, o C, o H e o A, seguido de uma exclamação. Queria ficar incomunicável. Se bem que tenho recebidos alguns e-mails com propostas para aumentar meu pênis e prolongar minha ereção. Será que ainda os tenho na lixeira do meu e-mail?


***


Ouvi ou li uma história sobre essa temática desagradável. Segue abaixo:
O cronista Antonio Maria entrou no avião e viu uma moça linda lendo um livro do Vinicius de Moraes. Perguntou se ela gostava de Vinicius, ela disse que sim e ele disse que ele era o próprio Vinicius. Numa época não globalizada, a moça acreditou. Durante a viagem prosearam bastante, bom papo, "Vinicius te adoro, te venero" e talicoisa e quando desembarcaram no aeroporto, foram prum motel, rolou sexo e aquela coisa toda. No dia seguinte foi correndo contar pro Vinicius, que ficou fulo com a história. Mas perguntou:
- Tá, mas e aí, como foi?
- Vinicius, ontem tu brochou.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

quanto tempo eu tenho?

Em determinado período da sua curta e bem vivida vida, Roger tornou-se um comedor de casadas. Nenhum outro termo seria mais adequado, apesar da deselegância, do que este, acreditem. O interessante de comer mulher casada é que elas nunca tem tempo de sobra. Principalmente as com filhos. Então, sempre que a mulher chegava no seu apartamento, logo que fechava trancava a porta, ele perguntava:
- Quanto tempo eu tenho?
Era fundamental que tivesse controle do tempo. Precisava administrá-lo visando a satisfação das senhoras. Costumava dizer que dividia o tempo da seguinte forma: de 35% a 40% do tempo dedicado as preliminares, e dependendo da mulher, até mais, já que segundo elas os “maridos tem preguiça de chupar xoxota”. A administração do tempo era fator importante, e variava de acordo com os interesses sexuais das senhoras. Nada de posições do Kamasutra, impensável posições cinematográficas, nada interminável. Sexo objetivo. As vezes nem conversavam, pois “conversar a gente conversa pelo telefone” ou "conversinha eu tenho em casa", afirmavam as comprometidas.
Certa vez uma casada ligou:
- Roger, to livre das nove e trinta as dez e quinze!
- Justo tu, que não perdes a novela? - imaginando tratar-se do horário nobre.
- Que nada, nesse horário ta passando a Ana Maria Braga!
Quarenta e cinco minutos, logo sem muito espaço para drinks ou conversinhas para boi dormir. No caso, o boi estava trabalhando. Complicado mesmo era ficar olhando no relógio em meio as estocadas.
Até que o Roger conheceu uma casada fiel. Ela exclavama depois que o viu na webcam:
- Quero te dar!
Aquele sotaque da fronteira com o Uruguai mexia com ele, que incrédulo respondia:
- De que jeito! Fiel igual a ti não existe!
- Vou falar com ele...
Anos se passaram. Ela repetindo sempre “quero te dar”, mas ainda não havia convencido por completo o marido. “Ainda estou convencendo ele a aceitar, mas "vou te dar!”, dizia com a convicção de quem está conhece o marido há vinte anos. Meus amigos, mulher quando quer uma coisa, faz o tempo parar:
- Amanhã vou matar aula.
- Sério!?
- Aham. Sete horas chego aí.
Reparem que o amante é um ser que sempre tem de estar disponível. Elas não perguntam se ele pode, quisá se ele quer. Apenas informam, avisam. E aparecem.
Enquanto ele girava à esquerda a chave da fechadura da sala, logo tascou:
- Quanto tempo eu tenho?
- Bastante.
Era uma reposta inesperada vindo de uma casada com filhos. Evasiva demais para quem acostumou-se a trepar com uma ampola na cabeça:
- Tu tá solteira?
- Hoje sim!
Foderam. Recuperaram o tempo perdido.
- Tenho que ir.
- Tudo bem. Valeu a pena esperar. Quer que eu te leve? – perguntou solícito.
- Não te preocupa, ele vem me buscar.
- Ele quem?!
- Ele... - disse apontando para a aliança na mão esquerda.
- Ele sabe que tu tá aqui?!
- Sabe.
- Ainda bem que tranquei a porta.
- Falei para ele que ou ele deixava ou eu viria sem ele deixar. Aí ele me trouxe. E agora vem me buscar.
- Bem, então por segurança, não vou te acompanhar até a frente.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

a entrevista

Segue, na íntegra, a entrevista realizada com o Roger:
- Uou! Estamos aqui, com o Roger. Seja bem vindo!
- Obrigado. Sinto uma hemorragia de satisfação por ter sido convidado para participar do seu programa.
- Que isso... Suas histórias estão fazendo por merecer.
- Ah, isso eu devo a um amigo meu, blogueiro.
- Ele está aqui na platéia?
- Não pode vir. Ele trabalha, além de escrever as histórias.
- Beijo do Gordo pra ele.
- Vou mandar...
- Vamos fazer um bate bola. Eu pergunto e você responde.
- Ok.
- Qual seu tipo de mulher?
- As que gostam de mim.
- Só?
- E as que gostam de sexo comigo...
- Solteiro?
- Totalmente. Mais avulso que bala de troco.
- Se ganhasse na loteria...
- Não haveria puta pobre, bêbado sem cigarro e garçom sem gorjeta.
- Time?
- Qual time tu queres que eu torça?
- Colorado?
- O que isso?!
- Gosta de verdura?
- Só a minha carne.
- Já broxou?
- Eu nunca! Isso é coisa de blogueiro.
- Futebol ou vôlei?
- Sexo.
- Lugar?
- Gosto de lugares úmidos e quentes.
- Chocolate ou vinho?
- Depende da ocasião.
- O que acha do sexo pago?
- Caro.
- Tem saído? Festas, baladas?
- Tenho sim.
- Bastante?
- Menos do que eu gostaria e mais do que eu posso pagar.
- Como estão as festas?
- Tirando os homens, excelentes.
- Você é gaúcho, né?
- Sim, Pelotense... Porquê? Tens alguma piada nova?
- Não, terra da Xuxa, da Gisele...
- Pois é. A Gisele vou tentar comer de novo esse ano.
- Já comeu a Gisele Bündchen?!?!?!
- Não. Vou tentar de novo. Da outra vez que tentei não consegui.
- Hum...
- Aliás, ela não me desce. Ah, se me desse...
- Ah bom! E a Xuxa?
- Tenho um interesse sexual em conhecê-la...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

textículos

jatos incontroláveis
É uma discussão antiga, já desfez muitos casamentos sólidos. De um lado as mulheres, que urinam sentadas. De outro, os homens, que em pé não conseguem direcionar o jato de urina ao lugar certo.
Em defesa das mulheres, sei que é ruim sentar na privada molhada. Sabemos disso, pois além de mijar, nós homens, cagamos. E defecamos bem mais do que as mulheres, então passamos mais tempo sentados no trono do que elas.
De outro lado, se a tábua do vaso estivesse levantada sempre, essa questão estaria resolvida. Assim, ao invés dos homens levantarem a tampa do vaso, bastaria que as mulheres fizessem isso depois de usar o vaso sanitário. Se bem que poderia ter uma lei que obrigasse a instalação de mictórios em todos os banheiros desse País.
Ainda sobre o jato que sai enviesado, tenho que comentar que a uretra tem esse desvio inicial, o que torna difícil bem direcionar o mijo dentro daquela cerâmica, ao menos no início. Depois até conseguimos empurrar com o líquido aquele pentelho perdido por ali.
A maior prova disso é o primeiro jato da ejaculação. Não adianta a mulher esperar boquiaberta, que a primeira lançada vai saltar no seu olho. Imaginem vocês, se já é difícil acertar a urina num vaso sanitário, de que jeito acertar o esperma dentro de uma boca?!

***

mijadinha básica
O cidadão chega em casa, após o chope do fim da tarde, com o mijo saindo pelos poros, louco para realizar uma necessidade básica dos seres. Contudo, não resta tempo para pensar nas regras instituídas pela sociedade, caso contrário, o líquido desce perna abaixo.
Levantar a tampa do vaso é a primeira regra, como supra mencionado. Mas, as regras não cessam por aí. Diz a lenda, ou saiu no Fantástico, que antes de acionar a descarga, todo mijão deverá ter abaixado a tampa do vaso, para evitar que as bactérias e micróbios voem até as escovas de dente ou toalhas, que por venturas estiverem de bobeira pelo quarto de banho. Agora, digam-me, desde quando bactéria tem asas?
Uma regra universal e infinita é que o último pingo será da cueca. O homem mija e sacoleja. No balanceio, nos livramos dos pingos que não são nossos. Os que ainda permanecerem no canal da uretra, são nossos e das nossas cuecas, não insistam. Nada menos masculino do que um homem secando gotículas de urina com papel higiênico.
Para terminar, dizem os entendidos em higiene pessoal que o mijador deverá lavar as mãos após tirar a água do joelho. Agora, pensem bem, o cidadão sai do banho, cheirosinho, passa talco nas virilhas, minâncora, caladril e hipoglós, saca uma cueca limpinha do guarda-roupa, e a veste. O pau permanece dentro da cueca, guardadinho, sem contato com o ar, com a poeira, com a poluição, com as bactérias voadoras e com os micróbios saltitantes. Pois eu afirmo: o pau está limpo! Logo, o cidadão teria que lavar o pau após urinar, e não as mãos, obviamente. Ou lavar as mãos antes de mijar, evitando sujar o tico.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

um ator

Todo homem já quis ser jogador de futebol, quando guri. O Roger não. Era tão bom entendedor de futebol que sabia não possuir talento para o esporte. Desde pequenino entendia de táticas, regras. Sabia o nome dos jogadores, comissão técnica, colecionava álbuns de figurinhas. Até sabia se posicionar dentro do campo, jogava bem sem a bola. Mas, quando a bola chegava, não driblava um cone. Marcava como um atacante, ía ao ataque como um goleiro. Nasceu com dois pés esquerdos para o futebol. Assim sendo, optou pelas artes cênicas, ao invés do esporte bretão.
Quando pequeno, junto com vizinhos do bairro, bolaram um filme. Um deles, havia ganho uma filmadora que cabia dentro de uma caixa de sapato. Uns buracos na caixa e ninguém perceberia as filmagens. Começaram a fazer o filme até, com introdução, roteiro, script, cena 1, cena 2, e tudo. Mas, quando era a cena do Roger, com uma vizinha, compadeceu-se com a menina e negou-se a gravar o ato sexual. Não quis expor a coitada, e quedou-se com uma dúvida inquietante: como se sairia contracenando?
Alguns anos depois, com o advento dos telefones celulares que gravam imagens e áudio, saciou sua curiosidade ao se ver atuando no ato sexual. Envergonhado, talvez com o seu parco desempenho, excluiria logo em seguida. Posicionou o seu celular aos pés da cama. À meia luz, com o play acionado, chamou a moça pro quarto. Pouco conhecia sobre a pobre cobaia, era sexo de ocasião. Assim como seria de ocasião o vídeo amador.
Tinha medo de ter um desempenho pífio, mesmo excluindo o vídeo. Um vídeo de cinco minutos seria o final da sua curta carreira. O vídeo não saiu de casa, mas se fosse parar no youtube (ou no pornotube), seria sucesso instantâneo de acessos. Se até o Roger riu e sentiu cócegas durante o ato sexual, imagina nós, que não teríamos o compromisso de manter a ereção.
Ele estava deitado. Ela ajoelhada, a sua frente, fazendo sexo oral. Sexo oral que se estendeu pela virilha, pelas coxas, joelhor - frente e verso - panturrilhas, tornozelos e pés. E ajoelhada, de costas para a câmera do celular, ela ergue o pé 43 do Roger e com o pé quase sobre seu ombro, chupa dedo por dedo, dando especial atenção ao dedão esquerdo do pé. A resolução da câmera não era ideal, mas no 3D seria possível ver a língua dela dentre os dedos do pé dele, talvez até as sujeiras depositadas sob as unhas.
Compadecido com a moça lambona, decidiu excluir o vídeo assim que ela saiu.
A partir daí dedicou-se a outra atividade, já que pro futebol não tinha aptidão, e para o cinema amador não teve boas experiências. Espero que o Roger não se torne um blogueiro.