- Moça! Preciso falar contigo um minuto. - disse o Roger. - É o seguinte: estou incomodado com algumas coisas. Eu ando atrás de você, quase que te perseguindo, tentando flertar com contigo. Te vi dias atrás no supermercado e fiz minhas compras nos mesmos corredores que tu fizestes. Até produtos dietéticos pus no meu carrinho enquanto esperava tu escolher o sabor da tua gelatina. Depois ainda bati com o carrinho no seu carrinho para chamar tua atenção, te pedi desculpas, mas tu não deu a mínima. Noutro dia cruzei por ti na rua, e tu sequer levantou os olhos do chão. Outra vez, na padaria, tu deixou cair uma moeda de dez centavos embaixo do balcão. Eu me acoquei, fiquei de quatro até, enfiei os dedos na sujeira que havia embaixo do balcão, catei a moeda e quando fui te entregar, tu já tinha ido embora. E na faculdade então! Te procuro pelos corredores, tento fazer tu me notar, mas tu finge que não percebe, não me olha. Na academia é pior. Mudo a sequência dos aparelhos para malhar perto de ti, mas tu parece uma autista, que só enxerga aparelhos e tua garrafinha d’agua. Esses dias tu tava num restaurante, com tuas amigas. Sentei numa mesa próxima. As três notaram que eu olhava para ti, que apenas comia sua salada ceasar como se fosse um pedaço de picanha. Noutro dia, te vi no cinema, com uma água mineral na mão. Sentei do seu lado, até chorei assistindo aquela comédia romântica, esperei seu braço tocar no meu, mas nada! Nada! Depois vocês mulheres reclamam que estão sempre sozinhas, que ninguém as quer. Mas, vocês não dão espaço para as oportunidades. Por isso esse monte de mulheres solteiras. Esse montão de mulheres carentes, que clamam por ter alguém ao lado, lhes fazendo companhia, lhes dando atenção, carinho. E tu aí, andando pelas ruas de forma insípida, inodora e incolor. Andar frígido. Olhar apático. Gestos complacentes. O que acontece contigo, moça?
- Olha, Roger. Já percebi a sua existência, e se nunca dei atenção, é devido a tua insignificância. De todos os homens do mundo, o único que não tem chances comigo é você. Portanto, pare de ser inconveniente e siga seu caminho. Adeus!
Mostrando postagens com marcador fora. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fora. Mostrar todas as postagens
domingo, 7 de agosto de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
nãos
Conto as boas, tenho que contar as ruins também: numa festa, pagodeira rolando, casais formados, outros se formando, restou eu e outra moça, uma moça bem mais ou menos. Parei de bater palminha e balançar os tornozelos e fui até ela:
- Tá todo mundo dançando, só nós parados. Vamos dançar?
- Eu gosto de ficar parada!
Fico abalado nessas situações. Por mais que eu saía, tenho dificuldade de ouvir um não. Principalmente um fora desses. Passei o resto da noite cabisbaixo, medroso, receoso e buscar um novo desafio. Se aquela feia bem mais ou menos me dispensou, o que diriam as mais ajeitadas.
Enfrento as mesmas dificuldade na área profissional. Sou um vendedor, ao menos deveria exercer a arte de vender. No entanto, um não termina com minha auto confiança. Sou um bosta mesmo! Ouvimos não sempre, até quando andamos nas ruas.
Uma vez perguntei para um especialista em trânsito da Secretaria de Trânsito de Pelotas, o porquê as placas de regulamentação utilizadas no município, em sua maioria, são as que dizem para onde você pode ir, e não as que proíbem dizendo onde você não pode ir.



A placa do meio pode ser entendida como obrigatório virar à esquerda ou à direita. Mas, aparece como uma proibição.
A explicação dele, baseada em algum referencial teórico, é que a tendência é de mostrar o que você deve fazer, e não o que você não pode fazer. Teóricos defendem menos proibições. Questão sociológica, talvez.
A moça que não quis dançar comigo dizendo que gosta de ficar parada agiu assim. Implicitamente disse-me um sonoro não. Implicitamente disse-me que eu não era seu tipo. Disse-me que não queria dançar, ao afirmar que adorava ficar parada numa festa. Agiu tal qual os teóricos, evitando nãos por aí.
Adiantou nada, me abalei da mesma forma. Entendem porra nenhuma esses teóricos.
- Tá todo mundo dançando, só nós parados. Vamos dançar?
- Eu gosto de ficar parada!
Fico abalado nessas situações. Por mais que eu saía, tenho dificuldade de ouvir um não. Principalmente um fora desses. Passei o resto da noite cabisbaixo, medroso, receoso e buscar um novo desafio. Se aquela feia bem mais ou menos me dispensou, o que diriam as mais ajeitadas.
Enfrento as mesmas dificuldade na área profissional. Sou um vendedor, ao menos deveria exercer a arte de vender. No entanto, um não termina com minha auto confiança. Sou um bosta mesmo! Ouvimos não sempre, até quando andamos nas ruas.
Uma vez perguntei para um especialista em trânsito da Secretaria de Trânsito de Pelotas, o porquê as placas de regulamentação utilizadas no município, em sua maioria, são as que dizem para onde você pode ir, e não as que proíbem dizendo onde você não pode ir.



A placa do meio pode ser entendida como obrigatório virar à esquerda ou à direita. Mas, aparece como uma proibição.
A explicação dele, baseada em algum referencial teórico, é que a tendência é de mostrar o que você deve fazer, e não o que você não pode fazer. Teóricos defendem menos proibições. Questão sociológica, talvez.
A moça que não quis dançar comigo dizendo que gosta de ficar parada agiu assim. Implicitamente disse-me um sonoro não. Implicitamente disse-me que eu não era seu tipo. Disse-me que não queria dançar, ao afirmar que adorava ficar parada numa festa. Agiu tal qual os teóricos, evitando nãos por aí.
Adiantou nada, me abalei da mesma forma. Entendem porra nenhuma esses teóricos.
Assinar:
Postagens (Atom)