No meu mundo utópico, não há proibições. Não se faz necessário criar regras ou leis proibindo algo. Isso porque no meu mundo utópico as pessoas se respeitam tanto que escrever leis é desnecessário. Rasgamos a nossa Constituição!
Por isso, no meu mundo, foi liberado o uso da maconha. Eu nem fumo, embora tenha pra vender ali na esquina. Também não me importo com isso, eis que quem fuma não me incomoda com seus devaneios e sua fumaça. Eles não fumam em locais fechados, embora a lei anti fumo tenha sido revogada, pois no meu mundo utópico, os fumantes sabem que a fumaça incomoda aos outros.
O governo desse meu mundo, manteve poucas leis, totalmente desnecessárias, grifo eu. O tal Código de Trânsito, estudamos na escola, e nos basta para que nos tornemos todos condutores gentis, cordiais, e todos os motoristas cumprem a sinalização que orienta o fluxo e a prioridade do trânsito é a vida. Arquivamos o antigo Código de Trânsito! Esses dias tivemos um desentendimento, após uma colisão entre dois veículos.
- A culpa foi minha, desculpe. - disse um condutor.
- Negativo! Quem errou fui eu. Eu pago tudo! - disse o outro.
Aliás, o governo é uma mera formalidade, uma exigência da ONU, talvez. O voto não é obrigatório. Aliás, nada é obrigatório. Ficou em desuso obrigar alguém a fazer alguma coisa. Mesmo assim, quase todos votam, pois somos um povo politizado. Os próprios candidatos são muito preparados. Políticos corruptos são coisa do passado. Eles assumem o cargo por interesse em participar desse mundo utópico. O grande desafio deles é melhorá-lo. Esses tempos um palhaço se candidatou a deputado, coitado. Voltou pro circo.
Não há poluição visual, já que ninguém comprava em lugares que poluíam. Também não há poluição sonora, cada um escuta a sua música sem atrapalhar a música do outro. E a jogatina? Liberada, óbvio. Gerou empregos, impostos que são convertidos em melhorias para a população e lucros para o turismo. Antes, íamos apostar em cassinos de países vizinhos, nos divertíamos no exterior, uma evasão de divisas desnecessária. Todos sabem que são jogos de azar, mas não vamos para enriquecer, mas sim para nos divertir. Gostamos de perder moedas em caça-níqueis. É um direito nosso.
No futebol, não há brigas de torcidas. Quem ganha vibra, pula. Quem perde, dá risada, afinal é apenas futebol, um esporte. O casamento de homossexuais é permitido, obviamente, já que não temos preconceitos nem restrições.
Mas, falo do meu mundo utópico, pois esses dias estive no Brasil. Lá no Brasil, percebi um alvoroço. Falavam sobre o aborto. Época de eleição, imprensa agitada, e o aborto era o assunto. Na verdade, não era o aborto o assunto. O assunto era a religião: o olhar da religião sobre o aborto. Propaganda eleitoral, capas de revistas, sites na internet, todos só falavam nisso.
Então resolvi comentar aqui, o que se passa no meu mundo utópico. Lá, as mulheres se reuniram e decidiram. Nós homens só acatamos. Homem não tem útero, não tem ovário, não menstrua, então não tinha direito a voto. O Estado é laico, então não sofreu influência religiosa. Lá, prevaleceram os interesses da mulher. Algumas são religiosas e entendem que o aborto como a morte de um feto. Mas, elas respeitam as opiniões contrárias. Outras mulheres não compartilham das mesmas idéias. Por isso, criamos clínicas modernas, que visam atender as mulheres que optam fazer o aborto, com médicos capacitados. Desde a maioria decidiu pela livre escolha, não morreram mais mulheres em ocorrências abortivas. O governo deu a liberdade para as mulheres e suas famílias escolherem o que quiserem, por que não cabia mais ao governo impor o futuro das mulheres. De uns tempos pra cá, a clínica anda vazia. A recepcionista me disse que não lembra quando foi feito o último aborto. Também, pudera, não há estupros, não há filhos não planejados. Acho que não saio tão cedo do meu mundo imaginário.
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terça-feira, 12 de outubro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
bullying
Sempre vítima de bullying, Roger não cresceu em paz. Não foi fácil amadurecer no meio de pessoas selvagens, que o instigavam desde que nasceu. Acuado diante de seus algozes, Roger tornou-se o homem mais tarado pelo sexo feminino que já existiu no mundo. Simplesmente porque nasceu em Pelotas.
O tema é pertinente. Depois muitos anos a sociedade discute abertamente a discriminação velada que se dá, principalmente, nas escolas. O bullying é uma agressão social e ocorre em todas as fases, e não apenas na escola. Qualquer tipo de discriminação social (etnia, religião, aparência, incapacidades, opções) é um ato ilícito, pois desrespeita a constituição e fere a dignidade da pessoa humana.
A questão é que a linha que existe entre o humor debochado e a discriminação é muito tênue. A piada contra gordos pode até não afetar adultos obesos, mas respinga nas crianças que sofrem com excesso de peso. Por outro lado, não rir da vida é um erro, e pode torná-la chata, sem graça. Fazer humor sem humilhar ou desrespeitar os outros não é fácil.
As vezes, assisto a indignação dos gaúchos quando escutam as piadas - quase sempre engraçadas - relacionando a homossexualidade com quem nasce no Rio Grande do Sul. Já vi comunidade no Orkut, adesivos e li comentários revoltados contra programas de humor, como o Casseta e Planeta, transmitido pela Rede Globo. Interessante é que justamente a emissora tomou as rédeas da campanha para acabar com o bullying. Afinal, sacanear gaúchos é só uma piada ou homofobia ou bullying?
O Roger não compra essa briga, pois que costuma viajar pelos rincões do Rio Grande e sempre que se orgulha de ser pelotense, ouve piadas sobre a sua sexualidade. Aliás, as mesmas piadas que ouvimos sobre gaúchos. Ou seja, o gaúcho se revolta quando as piadas vem de fora do seu Estado, mas adora fazer as mesmas piadas com relação aos pelotenses.
Incentivado pela campanha global contra o bullyng, ele aproveitou a oportunidade e assumiu a sua homossexualidade, de pelotense nato.
- Sou lésbica: gosto de mulher! Até meu lado homossexual é lésbico!
Culpa do bullying que sempre sofreu por nascer em Pelotas. E do Casseta e Planeta também.
O tema é pertinente. Depois muitos anos a sociedade discute abertamente a discriminação velada que se dá, principalmente, nas escolas. O bullying é uma agressão social e ocorre em todas as fases, e não apenas na escola. Qualquer tipo de discriminação social (etnia, religião, aparência, incapacidades, opções) é um ato ilícito, pois desrespeita a constituição e fere a dignidade da pessoa humana.
A questão é que a linha que existe entre o humor debochado e a discriminação é muito tênue. A piada contra gordos pode até não afetar adultos obesos, mas respinga nas crianças que sofrem com excesso de peso. Por outro lado, não rir da vida é um erro, e pode torná-la chata, sem graça. Fazer humor sem humilhar ou desrespeitar os outros não é fácil.
As vezes, assisto a indignação dos gaúchos quando escutam as piadas - quase sempre engraçadas - relacionando a homossexualidade com quem nasce no Rio Grande do Sul. Já vi comunidade no Orkut, adesivos e li comentários revoltados contra programas de humor, como o Casseta e Planeta, transmitido pela Rede Globo. Interessante é que justamente a emissora tomou as rédeas da campanha para acabar com o bullying. Afinal, sacanear gaúchos é só uma piada ou homofobia ou bullying?
O Roger não compra essa briga, pois que costuma viajar pelos rincões do Rio Grande e sempre que se orgulha de ser pelotense, ouve piadas sobre a sua sexualidade. Aliás, as mesmas piadas que ouvimos sobre gaúchos. Ou seja, o gaúcho se revolta quando as piadas vem de fora do seu Estado, mas adora fazer as mesmas piadas com relação aos pelotenses.
Incentivado pela campanha global contra o bullyng, ele aproveitou a oportunidade e assumiu a sua homossexualidade, de pelotense nato.
- Sou lésbica: gosto de mulher! Até meu lado homossexual é lésbico!
Culpa do bullying que sempre sofreu por nascer em Pelotas. E do Casseta e Planeta também.

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