Convidaram o Roger pra uma tal de suruba. Ele pode ir e não mandou ninguém no seu lugar. Eram para ser cinco, eu disse cinco, homens e uma mulher, eu disse uma única mulher. Era a fantasia dela, uma ninfomaníaca gulosa, que queria vários homens só para ela. E do marido dela, eu disse do marido dela. Não era novidade para o casal o ménage masculino. Só que agora eles queriam um gang bang. Vários homens e uma mulher, tudo com a supervisão e direção cinematográfica do marido.
Convidaram o Roger que aceitou, já que nunca fora envergonhado. Dos outros quatro, eu disse quatro, homens, dois desistiram. Arregaram provavelmente. Marcaram o encontro num local público. Com o elenco reduzido, iriam todos no mesmo carro. A surpresa para o Roger foi que ao chegar para cumprimentar o casal reconheceu os outros dois, eu disse outros dois, homens: dois colegas de faculdade. Mundo pequeno, pensaram. Não desistiram apesar do breve constrangimento.
Entraram no carro de um deles e rumaram em direção ao motel. O marido ia na frente, ao lado do motorista. Roger e o outro colega de faculdade iam, digamos, se aproveitando da situação no banco traseiro. Adentram no motel e o porteiro foi logo avisando que teriam de pagar dois quartos. Negociaram e pagaram um quarto e meio.
De início pensaram em fazer um grupo para comer mulheres interessadas em gang bang. Depois todos tiveram dificuldades de manter a concentração e principalmente a ereção. Das duas horas que permaneceram no quarto do motel e revezaram na foda com moça, também falavam da faculdade, das notas e trabalhos escolares. Um deles colocou o gel anestésico no pau, imaginando tratar-se de um lubrificante. Risos. De início Roger já foi logo avisando:
- Não sei vocês, mas eu preciso chupar essa boceta antes que vocês enfiem o pau de vocês nela.
De novo, risos.
E todos revezaram para chupar a moça. Todos, com muita dificuldade de concentração, eu disse concentração, mas leiam ereção, conseguiram comer a moça. O marido filmou e fotografou, até certo momento em que preocupado com o desempenho titubeante dos novos amantes da esposa, tratou de fazer a sua parte.
Dupla penetração, gozada na cara. A gang bang aconteceu, com certa dificuldade, mas aconteceu. Um deles dizia:
- Que falta estão fazendo aqueles dois arregões para acabar com essa mulher!
Os amigos nunca formaram um grupo. Desistiram após o desempenho pífio da estréia. Preferiram ficar com a certeza, talvez ilusória, de que se tivessem outra oportunidade iriam se sair melhor.
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
o corno labrador
Conheço um cara que foi corno. Na verdade, conheço vários, mas esse tem uma peculiaridade especial: foi traído por um grupo de amigos. Não amigos dele, mas quatro amigos meus, colegas de faculdade. As mulheres traidoras e sem um pingo de piedade não foram as mesmas, o que não diminui a mansidão do traído.
Foram vários casos, que explano rapidamente. O mais grave era conhecido do corno, mas sucumbiu as belas pernas da traidora. Não tinha amizade, mas o cumprimentava e sabia o seu nome. Os outros amigos, cometeram adultério com uma outra namorada do corno, o que prova a sua grande capacidade de atrair um par de chifre. O cornudo tinha bom gosto, já que todas as três namoradas infiéis eram espetaculares.
Quando o quarto amigo em comum conseguiu ficar com a mais bonita bixo da faculdade, num churrasco de confraternização, ninguém imaginava que ela namorava o bendito, que assim, colecionava o quarto chapéu dentre aqueles colegas de faculdade. Durante a semana que seguiu o acontecido, lá estava ele, acompanhando a nova universitária até a porta da faculdade. De mãos dadas com ela, e na outra mão, uma corrente que terminava na coleira envolta no pescoço do labrador. O labrador é um bom amigo, cachorro manso, no caso, tal qual o dono. E todos os dias da semana a tardinha, chegava o corno, a bixo e o labrador.
Pois bem, a situação pouco peculiar se deu no estádio Bento Freitas, num jogo amistoso do Brasil de Pelotas. Sabem esses jogos promocionais, onde o novo patrocinador divulga sua marca? Pois adivinhem quem carregava um saco de estopa, lotado de camisetas do patrocinador? O corno labrador. Subiu a porta do vestiário em direção ao gramado acompanhado de duas modelos, que de metro em metro retiravam camisetas do saco de estopa e atiravam com delicadeza sobre os alambrados do estádio. Para delírio da torcida Xavante, fizeram uma volta olímpica, distribuindo os brindes promocionais. Aquela multidão corria e se atirava na tentativa de alcançar as camisetas. E quando chegaram em frente ao lugar onde eu estava, as camisetas que já haviam rareado, definitivamente acabaram, poucos metros antes dos 360° completos.
As modelos ergueram os braços, e espalmaram as mãos para o céu, num gestual de quem explica que algo acabou. Fizeram beicinho e tudo, lindas que eram. Ele abriu o saco e mostrou que estava vazio, e com o indicador positivando para baixo, demonstrou que não haviam mais brindes no vestiário. A torcida que estava em pé, assistindo a toda a volta olímpica e aguardando ansiosamente a oportunidade de levar uma camiseta pra casa, imediatamente começou a gritar:
- Cooorno! Cooorno!
Envergonhado e sabedor da verdade, não gritei. Me sentei na arquibancada e aguardei o início da partida. Corno todos podemos ser, faz parte. Mas, ter um estádio cheio gritando uma verdade dolorosa que nem essa, tendo sido traído por colegas da mesma sala de aula, é uma peculiaridade para poucos.
Foram vários casos, que explano rapidamente. O mais grave era conhecido do corno, mas sucumbiu as belas pernas da traidora. Não tinha amizade, mas o cumprimentava e sabia o seu nome. Os outros amigos, cometeram adultério com uma outra namorada do corno, o que prova a sua grande capacidade de atrair um par de chifre. O cornudo tinha bom gosto, já que todas as três namoradas infiéis eram espetaculares.
Quando o quarto amigo em comum conseguiu ficar com a mais bonita bixo da faculdade, num churrasco de confraternização, ninguém imaginava que ela namorava o bendito, que assim, colecionava o quarto chapéu dentre aqueles colegas de faculdade. Durante a semana que seguiu o acontecido, lá estava ele, acompanhando a nova universitária até a porta da faculdade. De mãos dadas com ela, e na outra mão, uma corrente que terminava na coleira envolta no pescoço do labrador. O labrador é um bom amigo, cachorro manso, no caso, tal qual o dono. E todos os dias da semana a tardinha, chegava o corno, a bixo e o labrador.
Pois bem, a situação pouco peculiar se deu no estádio Bento Freitas, num jogo amistoso do Brasil de Pelotas. Sabem esses jogos promocionais, onde o novo patrocinador divulga sua marca? Pois adivinhem quem carregava um saco de estopa, lotado de camisetas do patrocinador? O corno labrador. Subiu a porta do vestiário em direção ao gramado acompanhado de duas modelos, que de metro em metro retiravam camisetas do saco de estopa e atiravam com delicadeza sobre os alambrados do estádio. Para delírio da torcida Xavante, fizeram uma volta olímpica, distribuindo os brindes promocionais. Aquela multidão corria e se atirava na tentativa de alcançar as camisetas. E quando chegaram em frente ao lugar onde eu estava, as camisetas que já haviam rareado, definitivamente acabaram, poucos metros antes dos 360° completos.
As modelos ergueram os braços, e espalmaram as mãos para o céu, num gestual de quem explica que algo acabou. Fizeram beicinho e tudo, lindas que eram. Ele abriu o saco e mostrou que estava vazio, e com o indicador positivando para baixo, demonstrou que não haviam mais brindes no vestiário. A torcida que estava em pé, assistindo a toda a volta olímpica e aguardando ansiosamente a oportunidade de levar uma camiseta pra casa, imediatamente começou a gritar:
- Cooorno! Cooorno!
Envergonhado e sabedor da verdade, não gritei. Me sentei na arquibancada e aguardei o início da partida. Corno todos podemos ser, faz parte. Mas, ter um estádio cheio gritando uma verdade dolorosa que nem essa, tendo sido traído por colegas da mesma sala de aula, é uma peculiaridade para poucos.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
os anjinhos
Nunca comentei com ninguém isso. Na verdade, ao escrever nesse blog que ninguém lê, continuarei sem contar a ninguém. Enfim, escrevo para economizar com o psiquiatra. E com os remédios.
Quando era pequeno, pequeno mesmo, por volta dos cinco anos, seis talvez, eu tinha um amigo. Um amigo imaginário. Era um anjinho, que me acompanhava. Imaginava eu que esse anjo me acompanhava desde o meu nascimento, mas que ele só aparecera quando eu tivera a primeira dúvida. Pensei o que deveria fazer, não sabia ao certo e de repente ele apareceu dizendo que eu deveria brincar com carrinhos na sala, ao invés de jogar gol-a-gol no pátio de casa. Foi uma boa dica, uma vez que eu já havia tomado banho. Além disso ‘mulher, tem outra coisa, minha mãe não dorme’ com a bola batendo ora nas paredes, ora no portão de ferro. Eu o chamava de João. Como ele tinha minha idade, era conhecido no mundo imaginário como Joãozinho.
Joãozinho me acompanhou até a época escolar, quando comecei a enfrentar problemas com a matemática. Foi quando ele me apresentou outro anjo, um pouco mais velho, e mais sabido com números: Paulo. Joãozinho me explicou que era a hora de eu “avançar”, e Paulo era um cara, digo, um anjo mais experiente para “determinados assuntos”. Não entendi bem, mas comecei a andar com Paulo, um tanto quanto receoso. Paulo era mais ousado. Lembro de uma briga, na escola. A nossa turma contra uma outra turma. Briga, correria e Paulo me forçou a passar um rapa num guri da outra turma. O guri caiu no chão, esfolou o rosto, cotovelos. Chorou muito aquele guri. Não sabia se ria, se corria ou o que fazia. Paulo havia sumido, logo após o tombo.
Na outra tarde, o coordenador chamou uns quatro ou cinco da minha turma. Era o sinal que havíamos vencido a briga. Vitória ingrata foi aquela. Na sala da coordenação, participei de minha primeira - e única - acareação. De um lado eu e meus colegas de aula. De outro, os que tinham apanhado. Embora sendo partícipe dos valentes, estava cagado. Acompanhavam a acareação os pais dos que haviam apanhado e uma psicóloga, além do coordenador que perguntava a mim com fúria nos olhos:
- Foi você que derrubou o fulano?
Eu não respondia. Entrei mudo e saí calado. Esperava alguma dica de Paulo, mas ele não foi macho o suficiente para assumir sua culpa diante do coordenador enfurecido. O coordenador repetiu a pergunta e num ato de medo e coragem, balancei a cabeça num sinal de afirmativo. Temi pelo pior. Tinha medo de ser preso. Escapei com uma suspensão branda, por três dias, que depois me soou contraditória. Para aprender a não bater em ninguém, minha mãe me bateu durante os três dias.
Ainda quando voltei às aulas, o Paulo custou a aparecer. Anjo filho da puta, pensava eu. Só apareceu quando resolvi escrever uma carta de amor para uma colega de aula por quem era apaixonado. Teria me casado com ela aos oito anos, não fosse Paulo. Escrevemos a carta, ele corrigiu os erros de português. Covarde que ela, mandou eu entregar a carta. Coloquei dentro do caderno dela e saímos correndo. Lembro que ele me aconselhou até meus quatorze anos, quando estava na iminência de perder o cabaço. Ficava tenso com as oportunidades perdidas e ele não me ajudava. Até que um dia ele teve uma conversa comigo:
- Cara, tá na hora de você seguir seu caminho.
- E quem vai substituir você? - perguntei diante da possibilidade de ficar desamparado.
- Um dia, vai aparecer um outro anjo. Um anjo mais “preparado”. Mais experientes em “determinados assuntos”. Até ele chegar, você sabe se virar sozinho. - disse ele com aquela conversa de sempre.
Paulo se foi. Talvez para o céu, talvez para o mesmo lugar que Joãozinho. Talvez tenha ido fazer merda por aí. Particularmente, acredito eu que ele nunca havia comido nenhuma anja e, nervoso, pulou fora sem saber como me ajudar.
Até que um dia eu estava no escuro. Acompanhado de uma morena, de cabelos crespos, cheirosa. Ouvi um barulho no elevador. O elevador parou no nosso andar. Não entendo, mas ela parecia não ouvir. Eu escutava com clareza. Ouvi os passos. A porta estava entreaberta. O vulto entrou. Ela não percebia, mas ele estava escorado no marco da porta, nos observando. Quando eu consegui baixar as calcinhas dela, e pude sentir aquele líquido que escorria em suas coxas, ele apareceu. Era meu novo anjo que disse com uma voz rouca:
- Olá, sou seu novo anjo. Meu nome é Roger. Ah, se precisar de alguma ajuda aí, me chame. Estarei aqui fora.
Quando era pequeno, pequeno mesmo, por volta dos cinco anos, seis talvez, eu tinha um amigo. Um amigo imaginário. Era um anjinho, que me acompanhava. Imaginava eu que esse anjo me acompanhava desde o meu nascimento, mas que ele só aparecera quando eu tivera a primeira dúvida. Pensei o que deveria fazer, não sabia ao certo e de repente ele apareceu dizendo que eu deveria brincar com carrinhos na sala, ao invés de jogar gol-a-gol no pátio de casa. Foi uma boa dica, uma vez que eu já havia tomado banho. Além disso ‘mulher, tem outra coisa, minha mãe não dorme’ com a bola batendo ora nas paredes, ora no portão de ferro. Eu o chamava de João. Como ele tinha minha idade, era conhecido no mundo imaginário como Joãozinho.
Joãozinho me acompanhou até a época escolar, quando comecei a enfrentar problemas com a matemática. Foi quando ele me apresentou outro anjo, um pouco mais velho, e mais sabido com números: Paulo. Joãozinho me explicou que era a hora de eu “avançar”, e Paulo era um cara, digo, um anjo mais experiente para “determinados assuntos”. Não entendi bem, mas comecei a andar com Paulo, um tanto quanto receoso. Paulo era mais ousado. Lembro de uma briga, na escola. A nossa turma contra uma outra turma. Briga, correria e Paulo me forçou a passar um rapa num guri da outra turma. O guri caiu no chão, esfolou o rosto, cotovelos. Chorou muito aquele guri. Não sabia se ria, se corria ou o que fazia. Paulo havia sumido, logo após o tombo.
Na outra tarde, o coordenador chamou uns quatro ou cinco da minha turma. Era o sinal que havíamos vencido a briga. Vitória ingrata foi aquela. Na sala da coordenação, participei de minha primeira - e única - acareação. De um lado eu e meus colegas de aula. De outro, os que tinham apanhado. Embora sendo partícipe dos valentes, estava cagado. Acompanhavam a acareação os pais dos que haviam apanhado e uma psicóloga, além do coordenador que perguntava a mim com fúria nos olhos:
- Foi você que derrubou o fulano?
Eu não respondia. Entrei mudo e saí calado. Esperava alguma dica de Paulo, mas ele não foi macho o suficiente para assumir sua culpa diante do coordenador enfurecido. O coordenador repetiu a pergunta e num ato de medo e coragem, balancei a cabeça num sinal de afirmativo. Temi pelo pior. Tinha medo de ser preso. Escapei com uma suspensão branda, por três dias, que depois me soou contraditória. Para aprender a não bater em ninguém, minha mãe me bateu durante os três dias.
Ainda quando voltei às aulas, o Paulo custou a aparecer. Anjo filho da puta, pensava eu. Só apareceu quando resolvi escrever uma carta de amor para uma colega de aula por quem era apaixonado. Teria me casado com ela aos oito anos, não fosse Paulo. Escrevemos a carta, ele corrigiu os erros de português. Covarde que ela, mandou eu entregar a carta. Coloquei dentro do caderno dela e saímos correndo. Lembro que ele me aconselhou até meus quatorze anos, quando estava na iminência de perder o cabaço. Ficava tenso com as oportunidades perdidas e ele não me ajudava. Até que um dia ele teve uma conversa comigo:
- Cara, tá na hora de você seguir seu caminho.
- E quem vai substituir você? - perguntei diante da possibilidade de ficar desamparado.
- Um dia, vai aparecer um outro anjo. Um anjo mais “preparado”. Mais experientes em “determinados assuntos”. Até ele chegar, você sabe se virar sozinho. - disse ele com aquela conversa de sempre.
Paulo se foi. Talvez para o céu, talvez para o mesmo lugar que Joãozinho. Talvez tenha ido fazer merda por aí. Particularmente, acredito eu que ele nunca havia comido nenhuma anja e, nervoso, pulou fora sem saber como me ajudar.
Até que um dia eu estava no escuro. Acompanhado de uma morena, de cabelos crespos, cheirosa. Ouvi um barulho no elevador. O elevador parou no nosso andar. Não entendo, mas ela parecia não ouvir. Eu escutava com clareza. Ouvi os passos. A porta estava entreaberta. O vulto entrou. Ela não percebia, mas ele estava escorado no marco da porta, nos observando. Quando eu consegui baixar as calcinhas dela, e pude sentir aquele líquido que escorria em suas coxas, ele apareceu. Era meu novo anjo que disse com uma voz rouca:
- Olá, sou seu novo anjo. Meu nome é Roger. Ah, se precisar de alguma ajuda aí, me chame. Estarei aqui fora.
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